Beatrice é uma das herdeiras do Reino Walle. Uma jovem cheia de vida e decidida. Quando seu irmão mais velho, James, foge de casa, ela decide ir atrás dele. Durante sua busca, ela conhece Conrad, um garoto intrometido e galanteador. Os dois, então...
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Abro os olhos lentamente e já é noite. Já está de noite? Mas eu acabei de...
Sento em um único movimento. Uma fogueira está acesa. Storm está pastando. Uma bolsa está jogada do outro lado da fogueira. E tudo está silencioso.
- Finalmente você acordou.
Uma voz se aproxima pelas minhas costas. Aquele garoto traz lenha nos braços. Ele sorri.
- Pensei que você tivesse morrido.
Passo os dedos no machucado em minha cabeça. Há um curativo ali.
- A Vossa Alteza perdeu a voz?
- Não me chama assim.
- Fico feliz que não tenha perdido. Está com fome?
Como uma traição, meu estômago emite um som alto e desagradável.
- Acho que isso responde.
Que ótimo!
O garoto pega um pacote de dentro da bolsa e se aproxima. Joga no meu colo e senta.
- É um sanduíche. Eu sei que a princesa deve comer do bom e do melhor no palácio, mas é o que temos para hoje.
- Você me subestima demais.
Desembrulho e dou uma mordida no sanduíche. Apesar de estar velho, está gostoso.
- E então, por que a princesinha está andando sozinha pela floresta?
- Não é da sua conta.
Ele mastiga demoradamente, absorvendo minhas últimas palavras.
Era só o que me faltava, um garotinho na minha cola.
- É perigoso.
- E estar aqui com você não é? Eu nem conheço você, você pode muito bem ser um bandido.
Ele pensa antes de falar.
- Eu não sou bandido.
一 Quem me garante isso?
Ele dá de ombros.
- Por que você me atacou daquele jeito?
- Pensei que fosse outra pessoa.
- Que pessoa?
- Não é da sua conta.
Mas que audácia!
- A propósito, sou o Conrad. - o garoto estende a mão na minha direção. A ponta de uma tatuagem escapa pela manga de sua camisa. Meus olhos me traem e eu não consigo desviar os olhos.
- O que é isso?
Com uma expressão de vergonha, ele recolhe a mão e puxa a manga da camisa para baixo, cobrindo o que seja que esteja ali. O garoto se levanta e vai até Storm. Acaricia o pelo e apoia a testa nela.
Ok, então.
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- Você não vai dormir? - pergunto.
Conrad está sentado fitando o céu estrelado a alguns minutos, sem dizer nenhuma palavra.
- Perdeu a língua garoto?
Seu olhar caí sobre mim.
- Estou sem sono.
- Ok. - sussurro.
Adormeço ouvindo Conrad assoviar uma melodia que desconheço.
Quando acordo sinto algo cobrindo meus ombros. Não lembro de ter trazido um cobertor. Abro os olhos e vejo a jaqueta que Conrad estava usando me cobrindo. Um cheiro amadeirado invade minhas narinas e me faz despertar completamente.
Não há sinal do garoto quando me levanto. Talvez ele tenha partido. Ou não. A bolsa dele ainda está aqui.
- Bom dia bela adormecida.
Conrad marcha na minha direção segurando um cantil.
- Bom dia.
Ele pega a bolsa, guarda o cantil e pendura no ombro.
- Podemos ir?
- Ir aonde?
- Ao seu destino.
- Espera... Nós não vamos a lugar nenhum.
- Me desculpa princesa, mas eu não vou deixar você sozinha nessa floresta. É perigoso.
- Eu não ligo, eu sei me cuidar.
- Você é teimosa, meu Deus!
- E você é um intrometido.
- É meu dever cuidar dos herdeiros do trono.
Fuzilo ele com os olhos. Que audácia é essa?
- Eu quero ajudar você.
- Eu não preciso de ajuda. E, além disso, eu trabalho sozinha.
Passo por ele e jogo a jaqueta na sua direção. Monto em Storm e paro ao lado do garoto.
- Obrigada, mesmo assim.
Bato os pés fazendo Storm começar a andar, mas Conrad se joga na frente.
- Você está maluco? Saí da minha frente.
- Vai ter que passar por cima de mim.
Meu Deus!
- Não seja por isso.
Storm e eu passamos próximas a ele, que perde o equilíbrio e caí para trás. Olho para trás para me certificar e o encontro pressionando o tornozelo com a mão. Uma careta de dor toma o seu rosto.
Só pode ser brincadeira.
Dou meia volta com Storm e desço ao seu lado.
- O que foi?
- Acho que torci o tornozelo.
- Está falando sério?
- Sim, Vossa Alteza.
Ele movimenta o pé e arfa de dor.
- Consegue ficar de pé?
Conrad olha para mim.
- Era só para ter certeza. - dou de ombros.
Posso ouvir a voz da minha mãe dizendo "Você é da Realeza, você tem o dever de ajudar os seus súditos."
Droga, mamãe!
- Vem, vou ajudar você. - estendo a mão para ele.
Conrad me olha desconfiado.
- Vamos logo, antes que eu mude de ideia.
Ajudo ele a subir em Storm e seguimos viajem.
Não estava em meus planos ter um acompanhante, mas minha consciência nunca iria me deixar descansar se eu deixasse ele largado e machucado.