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Abro os olhos lentamente e já é noite

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Abro os olhos lentamente e já é noite. Já está de noite? Mas eu acabei de...

Sento em um único movimento. Uma fogueira está acesa. Storm está pastando. Uma bolsa está jogada do outro lado da fogueira. E tudo está silencioso.

- Finalmente você acordou.

Uma voz se aproxima pelas minhas costas. Aquele garoto traz lenha nos braços. Ele sorri.

- Pensei que você tivesse morrido.

Passo os dedos no machucado em minha cabeça. Há um curativo ali.

- A Vossa Alteza perdeu a voz?

- Não me chama assim.

- Fico feliz que não tenha perdido. Está com fome?

Como uma traição, meu estômago emite um som alto e desagradável.

- Acho que isso responde.

Que ótimo!

O garoto pega um pacote de dentro da bolsa e se aproxima. Joga no meu colo e senta.

- É um sanduíche. Eu sei que a princesa deve comer do bom e do melhor no palácio, mas é o que temos para hoje.

- Você me subestima demais.

Desembrulho e dou uma mordida no sanduíche. Apesar de estar velho, está gostoso.

- E então, por que a princesinha está andando sozinha pela floresta?

- Não é da sua conta.

Ele mastiga demoradamente, absorvendo minhas últimas palavras.

Era só o que me faltava, um garotinho na minha cola.

- É perigoso.

- E estar aqui com você não é? Eu nem conheço você, você pode muito bem ser um bandido.

Ele pensa antes de falar.

- Eu não sou bandido.

一 Quem me garante isso?

Ele dá de ombros.

- Por que você me atacou daquele jeito?

- Pensei que fosse outra pessoa.

- Que pessoa?

- Não é da sua conta.

Mas que audácia!

- A propósito, sou o Conrad. - o garoto estende a mão na minha direção. A ponta de uma tatuagem escapa pela manga de sua camisa. Meus olhos me traem e eu não consigo desviar os olhos.

- O que é isso?

Com uma expressão de vergonha, ele recolhe a mão e puxa a manga da camisa para baixo, cobrindo o que seja que esteja ali. O garoto se levanta e vai até Storm. Acaricia o pelo e apoia a testa nela.

Ok, então.

- Você não vai dormir? - pergunto

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- Você não vai dormir? - pergunto.

Conrad está sentado fitando o céu estrelado a alguns minutos, sem dizer nenhuma palavra.

- Perdeu a língua garoto?

Seu olhar caí sobre mim.

- Estou sem sono.

- Ok. - sussurro.

Adormeço ouvindo Conrad assoviar uma melodia que desconheço.

Quando acordo sinto algo cobrindo meus ombros. Não lembro de ter trazido um cobertor. Abro os olhos e vejo a jaqueta que Conrad estava usando me cobrindo. Um cheiro amadeirado invade minhas narinas e me faz despertar completamente.

Não há sinal do garoto quando me levanto. Talvez ele tenha partido. Ou não. A bolsa dele ainda está aqui.

- Bom dia bela adormecida.

Conrad marcha na minha direção segurando um cantil.

- Bom dia.

Ele pega a bolsa, guarda o cantil e pendura no ombro.

- Podemos ir?

- Ir aonde?

- Ao seu destino.

- Espera... Nós não vamos a lugar nenhum.

- Me desculpa princesa, mas eu não vou deixar você sozinha nessa floresta. É perigoso.

- Eu não ligo, eu sei me cuidar.

- Você é teimosa, meu Deus!

- E você é um intrometido.

- É meu dever cuidar dos herdeiros do trono.

Fuzilo ele com os olhos. Que audácia é essa?

- Eu quero ajudar você.

- Eu não preciso de ajuda. E, além disso, eu trabalho sozinha.

Passo por ele e jogo a jaqueta na sua direção. Monto em Storm e paro ao lado do garoto.

- Obrigada, mesmo assim.

Bato os pés fazendo Storm começar a andar, mas Conrad se joga na frente.

- Você está maluco? Saí da minha frente.

- Vai ter que passar por cima de mim.

Meu Deus!

- Não seja por isso.

Storm e eu passamos próximas a ele, que perde o equilíbrio e caí para trás. Olho para trás para me certificar e o encontro pressionando o tornozelo com a mão. Uma careta de dor toma o seu rosto.

Só pode ser brincadeira.

Dou meia volta com Storm e desço ao seu lado.

- O que foi?

- Acho que torci o tornozelo.

- Está falando sério?

- Sim, Vossa Alteza.

Ele movimenta o pé e arfa de dor.

- Consegue ficar de pé?

Conrad olha para mim.

- Era só para ter certeza. - dou de ombros.

Posso ouvir a voz da minha mãe dizendo "Você é da Realeza, você tem o dever de ajudar os seus súditos."

Droga, mamãe!

- Vem, vou ajudar você. - estendo a mão para ele.

Conrad me olha desconfiado.

- Vamos logo, antes que eu mude de ideia.

Ajudo ele a subir em Storm e seguimos viajem.

Não estava em meus planos ter um acompanhante, mas minha consciência nunca iria me deixar descansar se eu deixasse ele largado e machucado.

Da Primeira Vez Que Te ViOnde histórias criam vida. Descubra agora