Beatrice é uma das herdeiras do Reino Walle. Uma jovem cheia de vida e decidida. Quando seu irmão mais velho, James, foge de casa, ela decide ir atrás dele. Durante sua busca, ela conhece Conrad, um garoto intrometido e galanteador. Os dois, então...
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Lá está. O ipê-roxo. Alto e florido. Sua sombra se estende por uma longa distância. Encostado no enorme tronco está um banco de madeira. O vilarejo é bonito e barulhento. Crianças correm de um lado para o outro. Bancas de flores e frutas estão dispostas por toda a pequena praça central. Casais passeiam de mãos dadas. Outros só aproveitam a brisa morna.
Respiro fundo e um aroma doce invade minhas narinas.
- Que cheiro é esse? - questiono.
O sol está brilhante e eu preciso cobrir os olhos com a mão para poder enxergar Conrad ao meu lado.
- São churros.
- Churros?
- Você nunca provou?
Faço que não com a cabeça.
- Quer experimentar?
Nós já estamos tão perto do meu irmão. Não posso me permitir sair da rota. Preciso encontrá-lo.
- Nós vamos atrás do seu irmão depois, eu prometo.
Pondero a sugestão. Talvez não seja tão ruim assim.
Conrad conversa com a dona da barraca e a convence a dar um de seus doces para ele. Não sou só eu quem tem o dom da sedução, afinal.
- Aqui está. - ele me entrega. - Prove.
Dou uma mordida. É doce. Sinto um leve gosto de canela. Isso é bom!
- Gostou?
Assinto e mordo mais um pedaço. Conrad se diverte com a cena. Ofereço para ele, que aceita.
- Você tem doce de leite no rosto. - ele ri.
- Onde?
Ele limpa o canto de minha boca e lambe o dedo.
- Que nojo Conrad!
Ele dá de ombros e mordo o churros.
Perdemos alguns minutos ali, mas eu não me arrependo. Foi incrível.
Voltamos para a nossa busca. Nos separamos e perguntamos para quem encontrávamos pelo caminho se haviam visto um garoto alto, de cabelos loiros, olhos azuis e com roupas de cavalheiro. Mas ninguém o viu.
Não é possível que ele tenha desaparecido. Será que ele foi para outro vilarejo? Não. Ele precisa estar aqui.
Já estou exausta e não encontro Conrad em lugar nenhum. Onde esse idiota se meteu?
- É a senhorita que está procurando um rapaz? - uma voz se aproxima. É uma mulher. Seus cabelos castanhos estão presos em um coque. Seus olhos azuis parecem cansados. Seu rosto está abatido. Suas roupas estão velhas e sujas.
- Sim. Você o viu?
- Sim.
- Onde? - seguro seus ombros. Seu corpo parece frágil.