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- Você disse que seriam só alguns vilarejos

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- Você disse que seriam só alguns vilarejos. Quando nós vamos chegar no meu irmão?

- Talvez eu tenha me enganado.

Paro de andar.

- Como assim você pode ter se enganado? Você conhece ou não conhece esse lugar com o ipê-roxo?

- Conheço, Vossa Alteza.

Reviro os olhos e volto a andar. Eu juro que se esse garoto estiver me enrolando eu acabo com ele.

Enquanto Conrad distrai a senhora, dona de uma botique de roupas, eu pego um vestido para mim, uma camisa e uma calça para ele. Eu sei que roubar é errado, mas eu prometo que vou recompensar essa mulher. Eu sou uma princesa, só não estou com dinheiro no momento.

Saio sorrateiramente da loja e espero por Conrad atrás de outra loja. Ele aparece alguns minutos depois.

- Conseguiu?

Abro a sacola onde escondi as roupas.

- Isso aí! - ele ergue a mão para eu bater.

- Agora precisamos tomar banho e trocar de roupa.

- Vamos dar um jeito.

Depois de andar um pouco pelo vilarejo, encontramos uma pousada. É claro que não entramos pela porta da frente. Subimos por uma escada lateral e pulamos uma janela. Por sorte o local está vazio. Me jogo na cama assim que a vejo.

- Que saudade que eu estava de uma boa cama.

Conrad deita ao meu lado e fecha os olhos. Ele respira fundo algumas vezes.

- Você devia ir primeiro.

- Tudo bem.

Tiro as minhas roupas e entro embaixo da água quentinha. Lavo meus cabelos com shampoo e esfrego sabonete por todo o meu corpo. Isso é tão bom. Saio do banheiro renovada.

- O vestido ficou bonito em você. - Conrad está sentado em uma poltrona perto da janela.

- Obrigada.

Escovo meu cabelo para desembaraçá-lo enquanto Conrad me observa.

- Você não vai tomar banho?

- Vou. - ele se levanta e pega a roupa sobre a cama.

Fico sozinha naquele quarto estranho e vazio. Sento na poltrona onde Conrad estava sentado. Abraço minhas pernas contra o peito. Uma fina chuva começa a cair lá fora. Eu preciso descobrir onde meu irmão está. Essa dúvida está me matando. Não saber onde ele está e como ele está me causa uma angústia e um aperto no peito. Seja onde você estiver James, eu vou encontrar você.

- Você está bem?

Conrad saí do banheiro vestindo só a calça e seu corpo está exposto demais.

- Eu... eu estou bem. - desvio o olhar. - Estava pensando no meu irmão.

Uma gota de chuva escorre no vidro da janela. James e eu costumávamos apostar em qual gotícula chegaria lá embaixo primeiro. Pensar nele me deixa angustiada.

- Ele está bem.

- Como você pode ter tanta certeza? - olho para Conrad de volta.

- Intuição?

Fico confusa.

- Eu deveria ter essa intuição, ele é meu irmão. Você nem o conhece.

Ele se joga na cama e cruza as mãos embaixo da cabeça. Seus músculos do abdômen acompanham o movimento.

- O que você está fazendo? - pergunto.

- Preciso descansar.

- Nós não podemos ficar aqui. E se alguém vier checar o quarto?

- Está no meio da noite, ninguém irá vir aqui.

- Eu não posso ser presa, sou uma princesa.

- Eu sei, Vossa Alteza. Não vou deixar você ser presa. Agora vem para cá.

O espanto deve estar estampado na minha cara.

- Quê?

- Você vai dormir aí nessa poltrona? Eu não faria isso se fosse você. Sua coluna de princesa não vai aguentar.

- Você não tem noção do que eu posso aguentar, seu idiota.

Ele ri e eu me esgueiro até a cama. Conrad apaga a luz e se acomoda em um dos lados da cama.

- Você sabe que seria um escândalo se me encontrassem na cama com você, não é? - provoco.

- Seria uma história e tanto para eu contar para os meus netos.

- Se você sobreviver.

Ele ri.

A luz de um poste da rua ilumina o quarto. É uma iluminação fraca, mas consigo enxergar Conrad. Sua tatuagem está exposta e iluminada. A toco e ele permanece parado.

- O que significa?

Ele me olha nos olhos.

- Você não desiste nunca, não é princesinha?

Dou de ombros. Não costumo desistir do que eu quero. E tudo que eu quero eu consigo.

- É uma marca. - ele finalmente confessa.

- Marca?

Ele assente. Consigo ver a letra W dentro de um círculo em seu pulso.

- Marca do quê?

Ele deita de lado com o rosto virado para mim.

- Não posso contar, é perigoso.

- Perigoso por quê?

Ele prende uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e acaricia minha bochecha.

- Confia em mim, Bea.

Seu toque aquece a minha pele e eu fecho os olhos.

- Eu confio.

Da Primeira Vez Que Te ViOnde histórias criam vida. Descubra agora