Ideias, brigas e defesa

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Sua respiração estava ofegante, fraca e descompassada. Mordia o lábio inferior enquanto recebia o carinho, enlouquecia a cada toque do coreano em sua pele e seus suspiros começaram a se aprofundar quando a parte sensível foi mais bem atendida com a atenção devida. Seus gemidos já começavam a sair com mais facilidade, fechava os olhos com a pressão exercida e quando a voz grave de Taehyung invadia seus tímpanos com coisas que ela pouco estava escutando no momento.

- Isso! Ah! – Liz só conseguia sentir a onda imensa de prazer naquele momento. – Mais para o lado.

- Você precisa ir em um ortopedista urgente. – Taehyung deu tapinhas nas costas de Liz, sinalizando que seu grande show acabou. – Está se sentindo melhor?

- Não existem palavras o suficiente para isso. Você tem mãos de anjo, já pensou em ser massoterapeuta!?

- Já se passou essa hipótese em minha cabeça, mas prefiro ser egoísta com meu dom.

Os dois firmaram uma espécie de amizade colorida, com mais benefícios do que cobranças – As massagens era a melhor parte do trato segundo Liz. Não tinham tantos objetivos em comum e nem visavam um relacionamento estável. Gostavam de se curtir e de usufruírem do corpo um do outro, mas caso surgisse alguém tão interessante quanto estabeleciam uma conversa amigável. Se viam sempre que possível e ele acabou sendo uma grande válvula de escape da realidade tão chula no qual a menina estava vivendo.

Sentia que o limbo estava próximo quando percebeu que o melhor amigo já não estava presente no seu habitual como antigamente. Conhecer Taehyung, saber mais da sua história, das suas manias e defeitos foram coisas que ela estava adorando vivenciar e descobrir a cada dia. De alguma forma, Tae passava segurança e comodidade, tinha beijos e uma pegada de dar inveja em qualquer homem que Liz já se envolveu.

Estavam na casa de Taehyung dessa vez, Liz estava deitada no seu colo enquanto comia pipoca e via televisão com o garoto. As propagandas do ENEM já começavam a ter voz, o nome do exame estampava as manchetes dos jornais e portais de notícias. Não iriam prestar o vestibular naquele ano, entretanto iniciaram uma conversa sobre o futuro.

- A gente não tem que basear nossa capacidade numa prova, saca? Não é certo. – Taehyung explicava. – Se eu pudesse viver por um tempo para descobrir o que eu realmente quero para mim seria mais fácil.

- É uma pressão surreal que colocam em cima do pessoal do terceiro ano, fico até com medo para ser sincera. Já tenho uma breve noção do que quero cursar, devo fazer a prova esse ano só para testar algumas coisas e ver se sairei bem ano que vem.

- No que você se vê fazendo? Assim, daqui a uns cinco anos?

- Viajando conta!? – Brincou e encheu sua boca de pipocas. – Descobri que eu adoro administrar as coisas. Nas férias trabalhei num lugar que me deram a oportunidade de administrar meu turno por uns dias. Foi muito legal. Então, quem sabe, eu me veja administrando alguma coisa?

- Hum. – Taehyung olhou para a menina. – É uma boa. Já pensou em fazer faculdade fora?

- A minha vida inteira é aqui. Tenho certeza de que eu não conseguiria nem me virar em outro país. – Brincou. – Sério.

- És a pessoa mais desapegada das coisas que conheço, já eu tenho certeza de que você se daria muito bem estudando em outro lugar e sair um pouco dessa bolha. – Liz olhou para ele, com a feição de quem ainda não havia sido convencida. – Sabia que na Coréia existem vários programas em escolas e faculdades que aceitam estrangeiros? Tanto para graduação ou para cursos de verão.

- Eu muito mal sei agradecer em coreano, Tae.

- Aprende ué. Você conhece três coreanos e ainda não aprendeu porque não quis. A gente poderia te ensinar numa boa.

seu par • jeon jungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora