seu par • jeon jungkook

Bônus: Saudade, devoção e amor (Sete dias por semana)

Os dias eram normais para Liz. A sua rotina em Busan não fugia muito do seu objetivo, visto que a condição financeira também não era uma das melhores. Apesar de todos os pesares, se sentia feliz em estar realizando um sonho e ver que sua vida estava em movimento - Muito diferente do que ela achava há alguns anos.

Acordar, tomar banho, comer, correr para a aula. Mandar mensagem para a vovó, para a mamãe e para Jungkook. Prestar atenção na aula, fazer anotações. Almoçar, ver as redes sociais. Ir para a biblioteca para estudar e depois ir para a mentoria em que pagava algum trocado para ajudar no custo do dia a dia. Esperar Jungkook acordar, fazer vídeo chamada com ele (Era sua parte favorita do dia), acompanhar seu cotidiano até a hora de dormir. Cíclico, porém as atividades repetidas diariamente pela garota lhe davam força para acabar seu curso logo.

Já haviam se passados dois anos que a Coreia era sua nova casa. Dois longos anos de uma ida ao Brasil no Natal passado. Nessa ida, duas semanas em que foram divididas em ver seus amigos, matar a saudade da família e de seu namorado. Dias cheios de celebrações, festas e visitas. Cada diazinho se tornava um flash e o único desejo da garota era que o tempo passasse lentamente para que ela aproveitasse todos que amava.

Três dias antes de sua partida de volta para a Coreia, Jungkook a surpreendeu. Ele já tinha sua habilitação e apareceu com uma moto repentinamente na frente da sua casa. Eram mais ou menos uma e meia da manhã quando lhe propôs uma das várias loucuras que cometeram juntos - Porém essa, em especial, foi a melhor de todas. Não pensou duas vezes em subir na sua garupa, segurou a cintura dele com força e só soube de fato o que se tratava quando chegaram no destino.

O som das ondas se quebrando era acolhedor. A praia estava deserta, com pouca iluminação. Da mochila o garoto tirou uma canga e forrou na areia macia. Cobriu Liz com uma fina manta e tirou duas latas de energético para brindarem a imensidão escura a sua frente. Jogaram tantas conversas fora de como eram suas rotinas (Coisas que eles já sabiam, mas àquela hora era tão gostoso falar pessoalmente que o assunto se tornava inédito de novo), de que crescer era apavorante. Mataram a saudade dos beijos, dos chupões, dos amassos, do cheiro e da pele um do outro.

Ao amanhecer o frio ainda fazia presença, mesmo assim encararam o mar gelado apenas com as roupas de baixo. Pareciam duas crianças brincando, eles se jogavam e empurravam na água, sorriam como se aquele breve momento fosse eterno – Que de fato, gostariam que fossem.

- Olha ao nosso redor... Essa imensidade, o sol nascendo só reflete tudo que a gente enfrenta juntos. – Ele disse a abraçando por trás, encaixando seu rosto na curva o pescoço dela.

- É uma coisa de doido esse fervor. Mesmo há quilômetros, do outro lado do mundo, é impressionante a forma que você me deixa, sei lá, maluca? – Ela se virou um pouco para olhá-lo.

- Quando a saudade aperta eu gosto de pensar que falta menos do que faltava para te ver. E que mesmo à distância você é mais presente na minha vida que pessoas que vivem perto de mim. – Ele respirou fundo. – Eu achava tão cafona web namoro, e agora tenho uma web namorada.

- Web namorada é seu ovo. – Ela deu uma cotovelada nele, que riu do estresse da namorada. Ela odiava quando ele vinha com discurso de "web namoro", porque eles começaram a namorar antes da distância morar entre os dois.

- Ai! – Fez drama. – Você acaba com meus momentos fofos, não mudou nada. – Ele a virou, olhando bem fundo em seus olhos. – É clichê pra caralho, mas eu prometo que não importa o que aconteça, a gente vai encontrar um jeito de ficarmos juntos. Eu sou capaz de enfrentar qualquer coisa para ficar ao seu lado. Toda hora, todo minuto, todo segundo, você sabe que noite após noite eu vou te amar sete dias por semana.