REM - Adaptação Karlena

Capítulo 17 - Mama

Lena Luthor  |  Point of View

Estava pintando algo no meu quarto e minha mãe entrou.

— Olá, filha. Não quis tomar café?

— Estou sem fome. Acho que o jantar de ontem não me fez muito bem.

— Vou te trazer um efervescente. – Ela se retirou e logo estava ali de novo. — Seu pai levou o Apolo para casa.

— Como ele conseguiu o acordar cedo em um sábado?

— Não sei mesmo. – Ela sorriu. — E Kara?

— Ela volta hoje se tudo der certo na missão dela.

— Aonde ela está mesmo?

— Orlando. – Minha mãe assentiu.

— Acho que deveria aceitar a proposta dela. – Encarei minha mãe.

— Acho muito.

— Acho certo. Ela se preocupa com ele como se fosse mãe legítima, você nem conversou conosco sobre o Lukas, ligou direto para ela. Isso quer dizer que confia nela.

— Eu estou apaixonada por ela. – Ela me encarou rapidamente. — E mesmo estando apaixonada e confiando meu filho a ela, não consigo tocar nela direito. Acho que estou sendo injusta, ela devia ter alguém que possa retribuir.

— Acho que você tem que parar de pensar, filha. Você fica forçando, calculando e imaginando o que vai acontecer. Já ouvi várias conversas de vocês, deixe as coisas acontecerem naturalmente. Ela não vive te falando isso?

— Sim, mas ela merece uma mulher normal.

— Quem decide isso é ela. Ela está mais que certa que quer você. Você a magoaria tanto se falasse para ela encontrar outra pessoa. Você estaria reduzindo ela a nada para você.

— Não é isso.

— É o que eu pensaria. Dou provas que gosto muito de uma pessoa e ela me manda encontrar outra, no mínimo me sentiria incomodando.

— Eu só queria ser normal.

— Você é normal, filha. Não fique se martirizando, ela gosta de você assim, olha... Ela já provou que é seu par ideal, você só tem que aproveitar sem pensar muito nas coisas. Ela não está pensando.

— Só tenho medo de magoar ela ou frustrar.

— Então você não a conhece. Se vocês passarem o resto da vida assim... ela vai ser imensamente feliz. – Minha mãe beijou minha testa. — Não pense muito, só aproveite.

Ela saiu do quarto e voltei a pintar, mas pensando muito em tudo que podia dar errado nesta história. Meu celular vibrou.

— Alô.

— Hey, Lee.

— Kah!

— Sim. Cheguei no hotel, tudo certo com a missão, em seis horas estou aí, vou descansar um pouco antes de voltar.

— Tudo bem, Kah. Ainda bem que tudo correu bem.

— Sim. – Ficamos em silêncio. – Estava pensando aqui, poderíamos sair hoje a noite. Sem os moleques.

— Só nós duas?

— Sim.

— Em um encontro?

— Bom... eu vou tomar um banho e colocar uma roupa bacana para você. Vou levar flores e ficar te elogiando a noite toda e falando que estava morrendo de saudade. Acha que é um encontro?