Capítulo 12 - Saudade

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Kara Zor-El  |  Point of View




Estava com Apolo com a cabeça repousando no meu colo, passava as mãos pelos cabelos extremamente curtos dele.

— Sua mãe aprovou o corte? – Ele sorriu.

— Disse que vai te enforcar, mãe. – Gargalhei.

— Imaginei, mas está ótimo. Você está um gato.

— Ela disse isso também, que sou lindo como você, não adianta me auto sabotar. – Neguei e beijei a testa dele.

— Como está ela? Feliz? Bem?

— Sim. Ela voltou a dar aulas.

— Eu sei, por isso tens ficado mais aqui comigo.

— Isso é muito bom. Ficar um tempo com vocês duas, mas eu queria morar aqui.

— Eu sei, amor, mas você sabe como é o meu emprego, do nada eu sou chamada e não posso te deixar sozinho por muito tempo porque se alguém descobre, Cat e eu nos encrencamos.

— Eu sei, mas a mãe disse que quando você se casar, vou poder morar com você.

— Vai mesmo, mas não sei se vou me casar novamente, filho.

— E a Lena? – Encarei os olhos azuis que me fitavam curiosos.

— Ela não quer casar, filho. Ela nem consegue abraçar alguém ainda.

— O que houve com ela, mãe?

— Ela foi sequestrada quando era mais nova e eu resgatei ela. Só que fizeram muito mal a ela e agora ela não consegue ter contato com as pessoas. É difícil para ela, mas não comente nada com ninguém, ok? É um assunto delicado. Nem o Lukas sabe direito o que aconteceu.

— Porque o Lu odeia tanto o pai dele? Odiava, ele morreu.

— Foi o pai dele que fez as coisas ruins com Lena, mas eu não sei se ele chegou a acompanhar alguma coisa, pois ele era muito novo.

— Bom... ele odeia bastante o cara, algo ele deve lembrar.

— Ele nunca comentou nada comigo. – Falei e beijei a testa dele. — Mas eu quero saber de você... Quando vou conhecer minha nora?

— Para, mãe. Eu não tenho namorada.

— Ainda não? Um deus grego legítimo não tem namorada ainda?

— Não. A mamãe disse que eu não posso namorar até os vinte e não posso conversar muito com as professoras também. – Soltei outra gargalhada.

— Ela era minha professora, sabia?

— A mamãe?

— Sim. Ela era minha professora de filosofia e depois que eu fiz dezoito nós começamos a namorar.

— Isso explica muita coisa. – Ele disse sorrindo e eu apertei no nariz dele.

— Mas estou brincando com você, sei que é cedo ainda.

— Eu nem penso em namorar, só quero jogar vídeo game e ficar com você e a mamãe. – Segurei a mão dele e entrelacei nossos dedos.

— É um ótimo pensamento. Que tal jogarmos algo?

— Seria incrível.

— Mas nada com tiros, essa semana foi cheia para mim.

— Futebol?

— Futebol! – Ele levantou e eu peguei o telefone. — Vou pedir umas pizzas.

— Não tem refri, mãe.

REM - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora