Capítulo 2

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Trilha Sonora: Case - He don't love you
"[...] Raimundo que amava Maria..."
Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

Naquele dia o homem aproveitando a presença da mãe aceitou o convite para uma reunião em um restaurante de renome da Capital, no carro estava a secretaria, que ajustava os óculos em um gesto de nervosismo. Sentia as mãos suarem na presença daquele homem e mais uma vez o seu bobo coração se acelerava ao observar aquele homem em toda sua onipresença, a aliança em seu dedo agora não lhe assustava mais, com o seu entrosamento com os outros funcionas da OMD havia descoberto que o homem era viúvo, portanto livre para relacionamentos, e com isso a culpa também diminuiu, não desejava um homem casado. Quando ouviu aquela história a mente se acendeu com a esperança que a correu.

Quando adentrou à copa a mulher mirou a grande máquina de café que ali havia, a morena de logos fios de cabelos, de aparência juvenil e grandes olhos castanhos caminhou até lá. Mexendo na máquina, ainda aprendendo como essa funcionava, ouviu as risadas de duas moças que dela se aproximavam, adentrando aquele ambiente.

— Oi, você é a nova secretária do chefão, né? — disse uma das duas, parando de ri ao fitar a outra mulher com um sorriso.

— E-eu? — perguntou, sem saber ao certo o que falar.

— Sim, você.

— Menina, conta como tá sendo essa experiência... — pediu a outra, animada, servindo-se do expresso ao se aproximar da máquina e da figura de interesse.

— Ah... normal...

— Trabalhar ao lado de um homem daquele não é normal não, querida! — disse a outra.

— O big boss é um gostoso, faria de tudo para dar para aquele homem... Deu até um calor de pensar. — disse se abanando.

— Ele é casado, tem uma aliança de todo o tamanho no dedo... — diz assustada com a forma ao qual a colega de trabalho se referia ao chefe.

— Benzinho, o homem é solteiro, até porque a esposa dele morreu tem uns cinco anos. — disse, óbvia.

Com a revelação os seus olhos se arregalaram, o coração no peito disparando com tal informação. Com isso também, a culpa a deixava, porque desejava um homem solteiro.

— Mesmo que fosse, ainda teria vontade de dar pra aquele homem... Já viu o volume naquela calça de terno? Só de pensar... — calou-se mordendo os lábios.

— Eu adoraria consolar aquele homem, cuidar do seu coração dando horrores. — comentou a outra pensativa.

Quando o jantar de negócios chegou ao fim à chuva já caia sobre Brasília, junto das gotículas de água que caiam do céu a noite fora recebida com os frios ventos, seu corpo tremia de frio, com isso logo fora surpreendida com o casaco sobre si, o ho...

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Quando o jantar de negócios chegou ao fim à chuva já caia sobre Brasília, junto das gotículas de água que caiam do céu a noite fora recebida com os frios ventos, seu corpo tremia de frio, com isso logo fora surpreendida com o casaco sobre si, o homem lhe sorriu gentil fazendo com que o seu coração no peito batesse com mais rapidez e intensidade. Encantada lhe sorriu de volta, sentido o seu núcleo se aquecer com gesto do homem, não precisou de muito, logo começava a se apaixonar. O homem em um gesto de cavalheirismo abdicou-se de seu paletó, pondo sobre os ombros da moça, chamando um de seus seguranças, fazendo com que levasse a moça até em casa, ele mesmo não fazendo tal gesto por estar ansioso para voltar para a casa e poder pôr sua filha para dormir a tempo.

Durante a viagem de ida para a casa, a moça alheia a tudo e todos no homem pensava, ainda enrolada no casaco por ele emprestado aspirava com lentidão o cheiro que do tecido emanava. O cheiro forte e másculo, de um perfume amadeirado, tendo um toque fresco e cítricos no fundo. A nova informação obtida pelo o seu olfato logo percorrendo o seu corpo e sangue, fazendo com que uma ansiedade lhe subisse.

— Obrigada — agradeceu ao segurança, que em resposta apenas maneou a cabeça.

Quando viu já havia chegado em casa, em passadas rápidas ela adentrou o imóvel, correndo da chuva. Antes de na máquina jogar o paletó, aspirou profundamente o cheiro que dele exalava.

"Qual perfume ele deve usar?" Se questionava em pensamentos.

Assim que a máquina parou, terminou de lavar o paletó para o entregar limpo a quem emprestou, com pressa correu para um banho quente tomar, livrando-se das roupas e debaixo da água corrente entrando, suspirando quando o líquido quente o seu corpo tomou.

Saindo de banho tomado, deitou-se nua sobre a cama, procurando correr do frio deitou-se sobre as cobertas e pensando no homem que pouco dividira mesa tocou-se. Os próprios dedos as invadiram, suspiros lhe escapavam, os dedos com mais rapidez começaram a estocar, os olhos se fecharam, lembrando daquele que havia feito o seu coração bater mais rápido e se corpo se aquecer.

Quando o clímax à assolou, foi seu nome que chamou.

Oliver... Oliver — gemia.

[...]

O homem quando pela porta de casa passou, conseguiu chegar a tempo para a filha ninar. Assim que abriu a porta viu a menina de olhos bem abertos encarando a vó.

— Eu quero esperar o papai... — avisava.

— Mas seu pai não tá aqui...

— Mas eu espero ele chegar... — o bico já havia se formado nos lábios infantis.

— Não precisa esperar porque o papai já chegou — disse, anunciando a sua chegada, vendo a filha comemorar lhe sorrindo.

— Ehhh... — bateu palmos, se sentando na cama. — Viu, vovó?

— Então eu vou indo... — despediu-se da neta com um beijo de boa noite e deixando outro no filho. — Você assume daqui.

— Eu assumo daqui — repetiu. Quando olhar voltou-se para filha questionou: — Qual livro, princesa? — perguntou, indo em direção à estante.

— Hoje eu não quero livro, papai, quero a história de você e da mamãe... — pediu a pequena com os olhos a brilharem com pedido.

— Tudo bem, princesa... — com um sorriso em face, os olhos o brilho nostálgico, o homem se aproximou da cama onde a filha se encontrava. — Era uma vez...

[...]

Quando a água mais uma vez pelo o corpo masculino caía, pelo ralo a sujeira do dia caía. Relembrar como se conhecera foi dolorido, doloroso pensar que aquilo somente no passado ficara. Saiu do banho, menos pensativo e cansado pelo dia que teve, pronto para no mundo dos sonhos mergulhar e com sonho específico tendo vontade de sonhar.

Jogando-se sobre a grande cama, o homem virou-se, se acomodando entre os lençóis e travesseiros. Quando o cansaço o venceu, o sonho o acometeu, aquele ele lembraria, parecia-lhe tão real, era a última noite que o corpo da esposa pode amar, os corpos aninhados naquela dança e em cada movimento, o homem a penetrava profundamente se deliciando com os gemidos que de sua boca saiam. Dos próprios lábios em meio das palavras "eu te amo" ele gemia, sentindo o seu corpo ser tão bem recebido por aquela que daria à vida. O encaixe era perfeito, nada poderia mais o abalar, o mundo podia cair lá fora, mas ele não deixaria de amá-la. Quando ao ápice naquela noite chegaram mais uma vez aquelas palavras foram proferidas por ambos:

— Eu te amo... — saiu em uníssono, naquele momento que muito a ele deixaria saudades.

O Viúvo (Série: Loving b. Brasília 4) [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora