Trilha Sonora: Chico Buarque - João e Maria
O meu número de celular pessoal é o mesmo desde que tive acesso à tal tecnologia. Eram poucos os que tinham acesso a esse número e continuaria assim, o mantinha ainda, acredito eu, por de certa forma ter apego por ele. Situações são as mais diversas, mas ainda ter aquele mesmo número que atrelo a mim desde praticamente sempre poderia ser um forma me manter atrelado também ao meu passado. Por vez cheguei a me perguntar: Se eu acabasse com ele, não usasse mais, por quanto tempo eu ainda o lembraria?Poderia ser algo semelhante àquelas coisas que guardamos conosco, mesmo sejam elas extremamente inúteis. De certa forma me apeguei, mas qual será o motivo do meu apego a uma pequena equação? Era eu mesmo um louco com suas peculiaridades.
Não via sentindo, por mais que me esforçasse a entender.
Por ser um pequeno número de pessoas que tinham acesso aquele número que quando sobre a minha mesa, não o telefone do meu ramal, tocou um de meus aparelhos celulares, vendo qual e de onde vinha a nomenclatura do número eu atendi com o semblante confuso.
— Alô? — perguntei em português, mas passando alguns segundos mudei a minha estratégia — Hello?
A respiração acelerada do outro lado fez com que algo dentro de mim acendesse, e quando à primeira fungada de prenúncio de choro chegou eu me alarmei na minha cadeira, desconfortável.
— Alô? — perguntei novamente.
— Meu amor... — sua voz mesmo rouca e sua fala lenta e embolada, como se dito com dificuldade, ainda por mim fora reconhecida.
Na mesma hora me levantei da cadeira em impulso, fazendo com que o assento fosse ao chão.
— Meu amor... onde você tá? — essa é a pergunta que pairava sobre a minha cabeça.
À vontade de chorar por somente ter ouvido a sua voz me invade. Porra, é muito difícil de acreditar, mas a sua respiradas pesadas do outro lado me faziam entender que sim, era ela mesmo que eu ouvia no meu ouvido. Era minha Iasmin no meu ouvido. Tentando agir de maneira a solucionar o meu problema saí daquela sala, com passadas rápidas logo parando em frente à porta de mental, chamando o elevador com ansiedade.
— Fala comigo, meu amor... Fala comigo... — implorei com a primeira lágrima já descendo pelo o meu rosto.
— Vem me tirar daqui... — quando o soluço lhe escapou junto da voz embargada meu coração mais vez se quebrou.
— Eu vou tirar, segura só mais um pouco a ligação... — pedia correndo com o celular no ouvido pelo o meu departamento de TI.
Invadi a sala do supervisor do andar, me aproximando sério dele e vendo o homem de óculos me olhar sem compreender o que acontecia e com confusão em face.
— Localize a ligação... — mando entredentes tirando o celular do ouvido e mostrando para ele que não hesita em começar a fazer o que eu pedi, sabendo que se não conseguir sua cabeça iria rolar.
Não costumava tratar as pessoas assim, mas era a mulher da minha vida que se encontrava em risco. Por isso tentava acalmar Iasmin do outro lado da linha, mesmo que muita das vezes ela não parecesse ouvir a minha voz. Parecia nervosa, ouvia a sua respiração trêmula e com isso a preocupação cada vez mais em mim subindo, mas me seguro, tentando me controlar para perguntar o que estava acontecendo, eram muitas às perguntas que se ressoavam em minha cabeça, porém não eram momentos para elas.
— Al Ain, Emirados Árabes...
— Eu preciso de mais — o pressiono, nervoso.
O jovem suava quando se concentrava em usar uma porção de códigos o jogando em outra aba no computador onde estava conectado o celular. Àquela altura minha mulher já chorava aflita e eu me segurava pra não fazer o mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Viúvo (Série: Loving b. Brasília 4) [Degustação]
RomanceSinopse: O CEO de um dos maiores grupos de administração de shoppings do país era completamente apaixonado por sua esposa, um amor que se cultivava mesmo após o falecimento dessa, deixando aquele homem na condição de viúvo, além do novo título teve...