O Viúvo (Série: Loving b. Brasília 4) [Degustação]

Prólogo

Maratona de 6 capítulos!
Terminem de ler todos os 6 capítulos e não tirem conclusões precipitadas, okay? Como já disse: nada é o que parece.

Trilha Sonora: Lana Del Rey - Young and Beautiful

"João amava Teresa..."
Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

— Anda logo, princesa... Levanta dessa cama. — digo, enquanto abria as cortinas do quarto, deixando que a luz aquele quarto tomasse conta.

Minha princesa se mexia na cama cobrindo o seu rosto com a coberta, protegendo o seu sono das luzes. Balanço a cabeça em negativo, me aproximando dela e tirando a colcha, ela insistente levou-a de novo ao rosto, fazendo com que eu tirasse novamente e mais uma vez ela cobrisse o rosto, com isso eu rio tirando e puxando completamente o cobertor.

— Nooooo... — reclamou, agora cobrindo o rosto com travesseiro com fronha de um filme da Disney.

— Ouiiiiiii — digo em contra partida, puxando o travesseiro e me abaixando para lhe fazer cócegas.

Já estava vestido do terno, só faltava ela para tomar banho e em seguida tomarmos café da manhã. Minha princesa tinha os cabelos crespos tais como os da mãe, a pele chocolate e os dentinhos um pouco tortos que eu achava a coisa mais linda do mundo. Era uma cópia pequena da minha esposa, o pedacinho do nosso amor que cada vez mais crescia. Fazia-lhe cócegas, arrancando-lhe risadas a mais bela melodia para os meus ouvidos. Esses anos sem a minha esposa tive que aprender a me virar e criar a minha pequena, sem rumo tive que me erguer para cuidar do meu bem maior, seria o que ela iria querer. Tinha ajuda de minha mãe, de minha sogra e as amigas da minha esposa, mas não era a mesma coisa.

Tentava ser o melhor para suprir a falta que uma mãe fazia, mas era meio que algo impossível, essa lacuna sempre iria existir e não havia nada que eu pudesse fazer. Mas eu tentava.

— Para, papai! — gritava ela entre risos — Para! — parei, e ela ainda ria ofegante.

— Acordou, princesa? — pergunto, lhe sorrindo.

— Acordei... — disse começando a tossir, fazendo com que meu riso desaparecesse.

— Assim que voltar da escola vamos ao médico. — avisei, preocupado com aquela tosse repentina.

— Não precisa... — disse se erguendo na cama, pisoteando o colchão. — Eu tô bem! — pulou de cima, descendo — Viu? — disse correndo em direção ao banheiro.

Balancei a cabeça, indo até a sua cômoda pegando o seu uniforme e pondo em cima da cama.

— Papai! — ouvi o seu grito do banheiro.

— Oi? — respondi.

— Deixa eu faltar de aula hoje? — perguntou, ainda do banheiro.

Terminei de organizar as suas roupas em cima da cama, pegando a sua mochila e caminhando até onde ela estava.

— Por que você quer faltar? — perguntei, conferindo o seu horário escolar no meu celular ainda com sua mochila na mão.

— Porque... — ela parou o que dizia, pensando em uma resposta que pudesse me convencer.
— Porque... Porque...

— Você não pode ficar faltando, neném... — falei, óbvio.

— Papai, mas por favor! — pediu já ensaboada, abrindo a porta do box e me olhando com olhinhos de cachorro que caiu da mudança.

Porra!

Era difícil dizer não a minha filha quando ela fazia essa carinha do gato de botas, mas ela não podia faltar, não era nem porque pagava um pequena fortuna naquela escola para que ela tivesse acesso a uma das melhores educações do país, mas era porque não tinha com quem meu bebê ficar pela manhã porque hoje pela manhã tinha uma reunião com o conselho que se estenderia com toda a certeza até o horário de almoço, então poderia levá-la para o escritório. Também não tem motivo para ela faltar, seus estudos são uma das minhas prioridades e seu aprendizado não pode ficar de lado por causa disso.