Undercover || J.H

Living in memories

|| Lembranças ||

15 de Janeiro de 2002 (8 anos)

Quando meu pai morreu eu não sabia o que isso significava direito, porém com o passar do tempo entendi que nunca mais o veria a não ser em minhas memórias.

Com 7 anos minha mãe me colocou em aulas de inglês, e já entendendo mais do porque de estarmos sempre fugindo pedi a ela pra me colocar no Taekwondo.
Eu sempre dava o meu melhor em tudo e sempre tentava ficar em primeiro lugar, pois assim sentia que poderia de algum jeito ajudar minha mãe, eu queria protege-la a qualquer custo.

A cada ano que passava mais aulas eu praticava, defesa pessoal, jiu-jitsu, box, coreano, russo, espanhol, stand de tiro e informática, eu não vivia era apenas estudo em casa e os treinos, graças ao papai nos tínhamos como nos manter já que ele era um ex militar e Capitão renomado.

Quando eu mudei para Chicago ainda criança foi onde algumas coisas mudaram, eu convenci minha mãe a me deixar estudar em uma escola como uma pessoa normal (apesar de não ser), mas por medo de alguém se aproximar e acabar se machucando por ser próximo a mim não falava com ninguém.

Depois de alguns meses na escola percebi um garoto tentando se aproximar e falar comigo sempre ignorava ele, mas ele nunca desistia de ficar próximo e tentar uma amizade, um dia estava andando pela escola até o jardim quando ele começou a me seguir.

_ Você não se cansa de ser ignorado? - Eu o encaro para que o mesmo se depois

_ Não! - Deu um sorriso de orelha a orelha e continuou -Pois parece que agora me respondeu.

_ Isso não quer dizer que eu vá continuar falando com você.

_ Então o que esta fazendo agora?

_ Olha por favor fica longe de mim ta, não quero ter que te bater pra você entender isso.

_ Vamos lá então, tenta, mas se eu ganhar vai ter que me aturar e se eu perder eu te deixo em paz.

_ Fechado.

Nos dois estou lutando e tenho que admitir ele era bom, mas eu estava ganhando. Na verdade era o que eu achava, pois quando ele se aproximou de mim começou a fazer cócegas eu cai no chão e ele caiu ao meu lado.

_ Ei isso não vale e golpe baixo. - Tento falar recuperando o fôlego.

_ Não lembro de ter colocado como regras na luta.

Começamos a rir novamente e daquele dia em diante Dylan e eu ficamos mais próximos e então ele virou meu melhor amigo éramos inseparáveis, mas eu tinha medo de algo acontecer a ele por ser meu único amigo.

Infelizmente essa amizade durou apenas 2 anos, pois eles tinham nos achado novamente e mais uma vez perdi alguém, dessa vez nos iriamos para a coreia do sul pela primeira vez.

》《

Dias atuais no Avião

Eu estava eufórica por poder voltar, dentro daquele avião eu pude viver das lembranças da primeira vez que viajei ate a coreia. Distraída em meus pensamentos voltei a realidade quando o piloto fez questão de anunciar que o voo de quase 7 horas tinha chegado ao destino eu fiquei extasiada ao pensar que poderia encontrar Kim Yong Chae uma amiga que fiz na minha primeira vinda aqui, foi difícil assim como Dylan, no entanto valeu a pena deixar um pouco ou medo de lado.

Saímos pelo portão de desembarque do aeroporto Internacional de Incheon e posso garantir que era maior do que eu me lembrava, mas aqui eu sentia uma sensação de familiaridade era como finalmente ter uma casa, um lugar onde poderia me esconder e viver como eu bem entendesse.

Mais uma vez olhando ao redor noto um rosto muito familiar pra mim e minha mãe.

_ Tio Young - corri até o mesmo o abraçando muito forte.

_ Que bom rever vocês, como minha pequena está grande.

_ A nem vem, nem sou tão pequena assim, olha sou mais alta que a minha mãe.

_ Olá Young Ho, fico feliz em nos encontramos novamente, você não mudou nada.

_ Sarah, você também não mudou nada. - Nos deu um sorriso fofo - Venham vou ajudar com as malas e levar vocês ate a sua nova casa.

Nos pegamos as malas e fomos ate o carro dele, depois do meu pai ele era a única figura paterna que eu tinha, eu tinha muita consideração por ele. Tio Young arriscou a vida pra nos esconder aqui, infelizmente a casa que ele cedeu pra nos no passado foi destruída. Lembrar que ele quase perdeu sua vida nos protegendo me faz lembrar o porque odeio tanto me aproximar das pessoas.

Quando estávamos chegando ao nosso destino eu ficava olhando a bela paisagem de Seoul, isso me fazia lembrar do tempo que fiquei aqui, das pessoas que conhecia e principalmente dele.

Aconteceu tudo de repente pode parecer clichê, mas quando eu o vi pela primeira vez eu ja podia sentir algo em mim diferente de tudo que eu podia ja ter experimentado.

Então novamente eu estou lá, revivendo minhas memórias e pegando cacos de fragmentos da minha própria história, ali era o único lugar que poderia vê-lo sem colocá-lo em risco.