16

99 12 17
                                    

Retas finais!!

°•.°•.°•. .•°.•°.•°

LORELY

A noite foi passada assim, apenas eu e Brad juntos, desfrutando da presença um do outro. Nada de safadeza, nada de comentários sarcásticos. Apenas nós dois, respirando o mesmo ar e aproveitando os últimos momentos.

Quando acordei tudo estava muito borrado, desfocado. O sonho que eu tive — o qual esqueci quase que imediatamente, só sabia que havia sido estranho — me deixou meio desnorteada, então acordei zonza, chamando por Brad e me desesperando quando não o encontrei na cama.

— Estou aqui — ele respondeu do sofá ao lado da cama. — Te vendo dormir, bizarro como sempre.

Respirei aliviada. Ele ainda estava aqui, ainda não havia sido roubado de mim.

Abri meus olhos com a ideia que me ocorreu, me sentando bruscamente.

— Brad, eu sei o que fazer — falei rápido, me levantando com pressa. — Eu sei o que fazer, achei que não podia fazer nada, mas eu posso!

Brad franziu a testa.

— Lore, do que você está falando?

Soltei meu cabelo e prendi de novo, num rabo de cavalo alto.

— Olha só, quando você apareceu, eu dizia que você estava morto, né? — Ele assentiu, me observando levantar. — Mas acontece que era eu quem estava morta, e você me trouxe de volta à vida, Brad.

— Isso é muito legal, mas onde você quer chegar?

— Eu já sei o que eu vou fazer — afirmei, confiante.

— Sério? E o que seria isso?

Sorri, com certeza de que estava parecendo louca, mas não liguei quando disse:

— Eu vou roubar o seu corpo.

°•.°•.°•. .•°.•°.•°

— Lorely.

Ignorei.

— Lorely!

— O que é? — grunhi, acelerando o passo enquanto procurava o celular que eu havia jogado na bolsa junto com outras mil coisas.

— Você não pode fazer isso! — Ele me seguiu, com passadas largas.

— Claro que posso — eu ri. — Por que não poderia?

— "Por que não poderia?" — ele fez uma voz estranha, antes de se exasperar. — Porque você vai ser presa, gênia! Isso é ilegal!

— E daí, Brad? E daí? O que eu tenho a perder? Você acha que eu vou me importar com onde vou estar se algo acontecer a você? Roubando o seu corpo, pelo menos eu teria mais tempo — me virei pra ele finalmente, encarando-o lividamente. — Você não pode me impedir. Então das duas, uma: ou você se junta a mim e me ajuda, ou então saia do meu caminho.

Brad me encarou, parecendo bravo por alguns segundos. Eu podia ver em seus olhos: a aflição, o medo, a raiva, a indignação, tudo misturado. Ele também não queria morrer de vez. Ainda assim, ele queria se assegurar de que eu ficaria bem, e não jogada numa cadeia. Quando achei que ele me enfrentaria e diria o quão errada estou, ele trincou o maxilar e respirou fundo, liberando o que não achei que ouviria:

— Teria que saber muita coisa pra conseguir fazer tudo direito.

Algo faiscou dentro de mim. Brad concordou, ele estava dentro.

Just Like Heaven || Brad SimpsonOnde histórias criam vida. Descubra agora