A mentira está em meu sangue - Peter Parker

V - Quem fez isso com você?

(Capítulo não revisado)

Quando Viper completou nove anos de idade, sua mãe o fez prometer que ele não usaria seus poderes como Loki fazia. Suzie nunca proteger Viper da verdade, ela sempre foi muito franca sobre seu pai e todos os erros que ele cometeu durante sua vida. As histórias que ela contava sobre Loki, o deus da trapaça, não eram para Viper sonhar com seu pai sendo um herói de Asgard como seu tio, mas para não seguir os mesmos passos que ele. Parecia que era um medo que Suzie tinha, de que seu filho crescesse e se tornasse igual ao seu pai.

Com sorte ou azar – depende do seu ponto de vista –, Viper cresceu surpreendentemente semelhante e distinto de Loki. Sua aparência era completamente diferente de Loki, sem os familiares cabelos escuros e escorridos, nenhuma semelhança nos olhos verdes de Loki. Mas, para azar talvez, Viper era muito parecido no quesito de adorar provocar as pessoas. Ele gostava de pregar pegadinhas quando era criança, colocar uma cobra na mochila de um colega, enfiar baratas na calça de outra, observá-los correr de um lado para outro na tentativa de fugir dos animais.

Foi dessa forma que Viper e Pierre se tornaram amigos, Viper tentou assustá-lo com uma cobra, mas Pierre olhou para a cobra subindo por sua perna e gargalhou como se Viper tivesse acabado de contar a piada mais engraçada do mundo. Então ele sugeriu que eles colocassem a cobra na mochila do professor de matemática. Viper estaria mentindo se dissesse que Pierre não foi seu primeiro amor. A paixão passou depois do primeiro beijo, é claro, mas Viper gostava de contar isso para qualquer pessoa quando queria rir.

Suzie não suportava as mentiras e as brincadeiras de Viper, consequentemente ele pensou que ela iria repreendê-lo por gostar de garotos. E garotas. Ela não gostava que Viper se apegasse as cidades que eles moravam, as casas que alugavam temporariamente para fugirem, então ele imaginou que ela gritaria com ele no segundo que soubesse que beijou um garoto aos treze anos. No entanto, Suzie o olhou com compreensão colidindo em seus olhos, quase que dolorosamente, como se o amor fosse pior que as mentiras e brincadeiras, mas só porque deixaria marcas irreversíveis em Viper.

Com os ombros tremendo e as mãos trêmulas, Viper perguntou se ela estava com raiva por ser um garoto.

Suzie sorriu docemente, garantindo a ele que nenhuma pessoa que ele gostasse faria com que ela ficasse com raiva dele.

Ele se perguntava o que ela acharia de Peter Parker.

Viper não esperava que quando acordasse, ele visse que realmente estava no quarto de Parker. Para ele, tudo havia passado de um sonho. Peter passava de um sonho. Ele era bom demais para Viper acreditar que estava ali, sentado na cadeira em frente a escrivaninha, girando infinitamente enquanto olhava para o teto.

Peter parecia preocupado, angustiado com alguma coisa, Viper se sentiu mal por estar o incomodando.

Com a dor formigando em sua pele, Viper apoiou os cotovelos na cama e colocou todo o peso do corpo em cima dos braços. Ele tentou se levantar, sentar e mover-se, mas os machucados em seu torso o lembraram que a dor não estava presente apenas em seu rosto.

Suspirando cansado, Viper desabou na cama.

– Você acordou. – Peter jogou o pé no chão e impulsionou a cadeira em direção a cama, deslizando pelo chão. – Como se sente?

Viper olhou para si mesmo, não reconhecendo a camiseta de Star Wars que estava vestido. O pensamento de Peter ter o trocado faz com um sorriso coçar nos lábios de Viper, uma possível piada se formando em sua mente enquanto ele voltava sua atenção para Peter.

– Levando em consideração a sensação de ter sido atropelado por uma manada de elefantes? Ah, eu vou sobreviver. – Viper sorriu gentilmente, tentando oferecer um tipo de garantia que ele não tinha. Não era garantido dizer que ele ficaria bem.