VI - Qualquer coisa

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(Capítulo não revisado. Perdão por qualquer erro de ortográfica, precisei escrever pelo celular e talvez o corretor tenha alterado algumas palavras. Caso aconteça, por favor, me avisem nos comentários. Espero que gostem<3)

A porta do quarto foi aberta com violência o suficiente para assustar Basilisco, que se desenrolou de dentro da caixa de papelão para olhar Pierre entrar no quarto com passos pesados e largos. Viper não lhe deu atenção.

Se Peter contou a Pierre sobre Viper estar indo embora, então Viper não precisaria se despedir de Pierre também. Não era como se ele devesse explicações a qualquer um deles, ele tinha total direito de ir embora.

Diferente de Peter, Pierre sempre esteve ciente do perigo que Viper corria e que seria necessário fugir a qualquer momento como um maldito covarde. A única pessoa que Viper contou total a verdade foi Pierre, foi um impulso estúpido e sentimental de um garoto de treze anos, mas, por sorte, Viper confiou seu segredo a pessoa certa.

Sabendo que Pierre sempre soube que esse dia chegaria, Viper não entendeu o motivo de sua raiva explosiva.

- Mas que porra você pensa que está fazendo? - Pierre gritou, completamente alterado.

Viper olhou para sua mochila aberta e as roupas que estava colocando dentro antes de virar a cabeça para olhar Pierre, erguendo uma sobrancelha.

- Eu não sei, Pierre. Que porra parece que estou fazendo? - Viper enfiou as roupas na mochila e fechou o zíper antes de passar as alças pelos ombros.

Viper não sabia quem havia sido o inventor do aplicativo para comprar passagens para ônibus, mas, quem quer que tivesse criado, merecia um prêmio. Seu ônibus iria sair da rodoviária em meia hora, o que pressionava Viper a se apressar e sair o mais rápido possível.

- Então você é a droga de um covarde?!

A coragem surgiu em Pierre como uma chama na fogueira, preparando-se para explodir em fogo. A determinação e a raiva em seus olhos quase foram o suficiente para fazer Viper hesitar, não desistir, mas sua sobrevivência era mais importante do que um amigo. Não importava o que isso dizia sobre ele, se ele era egoísta ou egocêntrico. Viper realmente não se importava ou acreditou que não se importava.

- Qual é o seu problema? - Viper perguntou, dando um último olhar a Basilisco. Ele não confiava em si mesmo para tocá-la, ele temia colocá-la dentro de sua mochila mesmo que não fosse aconselhável. - Você sempre soube que isso aconteceria. De todos, você deveria entender!

Pierre respirou fundo, parecendo profundamente angustiado.

- E-eu... - Pierre procurou palavras, mas acabou ficando sem nada. - Eu não quero perder meu único amigo.

Viper também não.

Se ele fosse sincero, ele admitiria que Pierre foi e provavelmente seria seu único melhor amigo. Que ninguém no mundo seria capaz de aceitar Viper como Pierre aceitou. Existiam tantas coisas que Viper poderia dizer para diminuir a dor que assolava o coração de Pierre, mas ele não era sincero. Ele nunca foi, exceto aos treze anos, porém faziam anos e Viper não era assim.

Ele se perguntou se seria sincero caso fosse Peter ali, implorando para ele algo que não sabia transmitir em palavras, porém que era evidente em seus olhos. A dura resposta de que sim, Viper provavelmente ofereceria toda a verdade e um pouco mais faz com que ele queira fugir mais rápido.

Uma parte dele meio que desejou que Peter estivesse o esperando na porta, implorando para que ele não fosse. Não aconteceria. Peter não era assim.

Os olhos de Pierre perseguiram os ferimentos que cobriam o rosto de Viper, as mãos sofrendo pequenos espasmos nos dedos como se quisesse tocar a pele arruinada, mas estivesse com medo.

A mentira está em meu sangue - Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora