The village

0 0 0
                                    

   Eu voltei, me desculpa (eu nem sei se tem alguém ainda aí), mas enfim eu voltei e vou entregar tudo viu, ou morrer tentando.





Andando sobre o vilarejo em chamas, caminhava um animal que lembrava aum urso, porém no lugar dos pelos havia uma carapaça que muito se assemelhava à um dragão, sua enorme causa grossa balançava de acordo com o movimento do corpo. Corpo esse que carregava um sela de couro negro, a cada pisada do bicho no chão lamacento suas unhas, cobertas de sangue, cravavam no mesmo.

  Mais assustador que o urso-dragão era o homem montado, a armadura preta - com um capa da mesma cor por fora e dourada por dentro - como o fumaça tinha gravado na armadura rostos assustados sobre o peito e barriga, duas espadas de prata gêmeas de cada lado do quadril, o capacete romano não permitia ver o rosto do indivíduo, apenas os olhos amarelos, e de alguma forma carregavam malícia.

   O exército com armaduras pretas simples - e um emblema de um carvalho morto no centro do peito -, tocavam fogo nas cabanas e ceifavam a vida dos moradores, um verdadeiro banho de sangue. Dois grupos de soldados caminhavam ao lado do urso-dragão e impedia que alguém chegasse perto do guerreiro montado.

  Havia uma gaiola de ferro no meio do vilarejo, com crianças e adolescentes dentro que gritavam e tentavam empurrar a grade, os guardas que ficavam em volta da jaula cutucavam as crianças com o bastão da lança de prata.

  -  Nós achamos uma família de bruxos suspeitos que podem ter abrigado eles. - um homem alto, com descendência asiática, cabelo preso em um coque e orelhas pontudas, se aproximava com uma família de quatro pessoas presas à correntes. - Eles estavam fugindo pela floresta, mas foram barrados pela redoma mágica.

  A capa do homem foi agarrado pela mulher - que estava de joelhos sobre o barro, a calça jeans molhada e suja -, que chorava e soluçava.

  - Por favor, nós nao sabemos de nada, já falamos, por favor tenham misericórdia, vocês já anularam nossa magia, cortaram nossa comunicação e mataram nossa gente. - disse a mulher dando uma pausa no choro e com as mãos juntas na frente do rosto.

  - Precisamos ser rápidos, Zuhhg, antes que a polícia local chegue ou outra escória de bruxos, essa barreira que eu fiz não vai durar muito tempo. - a voz do homem montado sobre a criatura foi ouvida pela primeira vez naquela noite, ignorando completamente o chororo da mulher ajoelhada, o timbre era rouco e baixo, toda a vila pareceu ficar em silêncio para o homem ameaçador falar. - Se você não consegue cuidar disso, eu mesmo faço.

  O homem desceu da montaria e tirou o capacete, o rosto marcado com uma cicatriz na bochecha só piorava o rosto duro como cerâmica, a pele leiotosa harmonizava com os olhos amarelos, o cabelo branco e bem baixinho davam um ar militar ao sujeito, um queixo proeminente marcado faziam dele um perfeito vilão e para finalizar uma orelha pontuda como de Zuhhg.

  -  Você é como um filho para mim sabe disso, Zuhhg, mas isso não impede de lhe punir quando meus desejos não são atendidos. - o homem andava em volta da família arrastando sua capa pelo chão. - Enquanto a vocês, eu sei que vocês os abrigaram, sinto rastro deles aqui, se alguém me falar a verdade eu posso, quem sabe poupar suas vidas, eu só preciso saber para qual direção eles foram, e por favor não mintam, o meu Urso-Panlínio consegue detectar a mentira, é uma espécie de animal rara e muito perspicaz.

   -  Por favor, eu e a minha esposa já falamos que não sabemos... - antes que o homem pudesse concluir sua frase sua cabeça voou para longe do corpo e rolou pela lama enquanto sua família berrava e chorava.

  -  PARA O NORTE ELES FORAM PARA O NORTE! -  a menina, de no mínimo 17 anos, que se encontrava ao lado do irmão mais novo gritou para homem que havia matado seu pai.

incompatibleOnde histórias criam vida. Descubra agora