𝘖 𝘓𝘦𝘨𝘢𝘥𝘰

Capítulo 49 - Problemas

Já estávamos deitados em sua cama, por sorte eu consegui dormir rapidamente após o momento em que estivemos juntos, acontece que isso não durou muito tempo. Os pesadelos não paravam de me atormentar sempre me fazendo acordar com um pressentimento ruim, dessa vez eu apenas acordei no susto e suando frio, olhei para o lado observando Mattheo dormindo, resolvi me levantar da cama sem acordá-lo, mas falhei miseravelmente.

– Ei, pra onde vai? Está frio lá fora. – Mattheo falou com voz rouca de quem tinha acabado de acordar.

– Eu só... É que eu não consigo dormir direito, já tem um tempo... – Me expliquei pro mesmo.

– Vem cá. – Mattheo me chamou para mais perto dele me fazendo deitar em seu peito. – Vai ficar tudo bem. – O mesmo beijou minha cabeça, e acariciou meu braço.

– Eu não tenho tanta certeza disso... – Levantei-me de seu apego para que pudesse falar com mais clareza. – Estou acordando todas as noites com pesadelos nos quais eu nem me lembro, mas que enquanto eu durmo me atormentam, me fazendo acordar suando frio e com um pressentimento muito ruim.

– Quando isso começou a acontecer? – Perguntou Mattheo preocupado.

– Algumas semanas depois da morte dos meus pais... Olha, eu estou muito longe de ficar bem mas ninguém mais precisa saber disso, ok? – Olhei séria para o mesmo.

– Ok... Mas o que pretende fazer? – Mattheo franziu o cenho.

– Estou fraca, me sinto impossibilitada de usar meus poderes... – Caminhei até minha calça que continha um bolso, e dentro dele eu peguei um aparelho celular. – Eu trouxe isso para você, pra que a gente possa se comunicar caso eu precise de ajuda. Sabe como usar? – Entreguei o celular para Mattheo que o analisou por inteiro.

– É... Eu sei sim, só espero não precisar usá-lo, porque isso vai significar que você não vai estar bem. – Mattheo me olhou com semblante triste.

– Olha, o meu número é o único na discagem, e vou estar com o meu o tempo inteiro... Não sei direito o que está acontecendo, mas não quero chegar ao ponto de andar Hogwarts inteira como uma sonâmbula. – Respirei fundo após terminar de falar.

– Você não vai, e se acontecer eu vou impedir que você faça qualquer besteira. – Mattheo puxou minha nuca me dando um selinho.

– Obrigada por isso, de verdade. – Voltei a me deitar em seu peito.

– Eu senti muito a sua falta, não vou permitir que saia do meu lado nunca mais. – Mattheo me aconchegou ainda mais em seus braços.

– Não vai precisar se esforçar muito quanto à isso. – Sorri boba. – Você está bem? – Perguntei ao sentir que algo o incomodava.

– Eu estou sim, qual o motivo da pergunta? – Mattheo me olhou confuso.

– Você tem uma ferida em processo de cicatrização... O que aconteceu? – Pude ver a mesma um pouco à baixo da maçã do seu rosto. – Você não consegue mentir, pelo menos não pra mim.

– Você costuma reparar em tudo, daí fica difícil mentir para você. – Mattheo sorriu de canto, e eu o olhei revirando os olhos. – Tive uma briga com um dos comensais do Voldemort, e ele não gostou muito da ideia.

– Ele que fez isso com você? – O olhei incrédula.

– Ele conseguiu fazer pior, estava inspirado. – Mattheo disse com sarcasmo.

– Theo... O que ele fez com você? – O olhei já assustada pensando no quão cruel seu pai poderia ter sido.

Pude perceber que Mattheo se recusava um pouco à falar, mas ele queria, e muito. Então apenas respirou fundo, e começou.