Capítulo 65 - Paz

539 27 3
                                    

Fui tomada por uma sensação de leveza, a brisa batia em meus cabelos me fazendo acordar abrindo meus olhos lentamente. Levantei-me da grama onde eu estava deitada, pude ver todo aquele lugar florido e com uma paz inexplicável, era como o paraíso.

– Querida... Já faz um tempo que não nos vemos. – Ouvi a voz doce da minha ancestral Elen.

– Elen... Mas... – Olhei confusa para a mesma. – Você está nos meus sonhos de novo? – Perguntei.

– Não se lembra do que aconteceu? – Perguntou Elen, comecei a me perguntar do que eu teria que me lembrar.

Comecei a colocar minhas pecinhas no lugar, a minha cabeça estava um pouco embaralhada mas eu consegui me lembrar de algo.

– Eu morri? – Perguntei com semblante triste, Elen apenas assentiu. – Então... Esse lugar não é na minha cabeça, é o meu pós morte. – Pensei alto analisando o lugar.

– Não exatamente. – Elen estralou seus dedos nos tirando dali em um passe de mágica. A mesma nos levou para minha antiga casa. – Não posso te trazer de volta, Katherine... Você precisa querer isso, por esse motivo não lhe deixei atravessar o véu.

– Eu não sabia que você tinha todo esse poder. – Falei.

– Oh querida, eu não perdi a prática apesar de ter morrido. – Argumentou Elen.

– Mas por que me trouxe aqui? – Observei a mesma à minha frente.

Ela não respondeu, apenas sorriu de canto para mim. Logo pude ver uma garotinha loira de mais ou menos sete anos correndo pela sala de estar da minha casa, atrás dela estava o meu pai rindo bobo por conseguir vencê-la na sua brincadeira de pega-pega.

– Não valeu, não valeu! – Dizia a garotinha aos risos após ser posta no colo do papai.

– É claro que valeu, meu amor! Agora vamos, temos que ajudar sua mãe com as compras. – Disse Nicolas, ambos foram em direção ao carro da mamãe ajudá-la.

Fiquei paralisada observando toda a cena, meus olhos se encheram de lágrimas rapidamente. Eu estava radiante com tudo aquilo, meu coração se aqueceu.

– Eu lembro da mamãe ter saído pra fazer compras, ela disse que não podia me levar porque tinha que ajudar uma velha amiga no caminho até lá. O papai brincou de pega-pega comigo até a mamãe voltar, ele dizia que o tempo passava mais rápido quando a gente tava feliz... – Senti lágrimas rolarem pelo meu rosto. – Quando a mamãe chegou ela me entregou um pote de pudim por bom comportamento, e me encheu de beijos. – Ri ao lembrar da cena.

– Sinto muito pela sua perda, querida. – Elen disse gentilmente.

– Por que estamos aqui? – Perguntei.

– Para que você possa se despedir da maneira que desejar, e encontrar sua paz. – Elen me respondeu docemente.

– E o que acontece quando eu encontrar minha paz? – Perguntei fungando.

– Isso é você quem decide. – Elen olhou nos meus olhos, beijou minha testa e desapareceu.

Fechei meus olhos, quando eu os abri me vi sentada na mesa de jantar da casa dos meus pais. Papai já estava sentado ao meu lado conversando sobre algo aleatório, minha mãe se aproximou à mesa para colocar o nosso jantar.

– Aqui está, sopa de legumes como você pediu, meu bem. – Genevieve colocou meu prato à minha frente enquanto eu a olhava pensando se aquilo tudo era real. – Tá tudo bem, filha?

– Ahmm... Claro, está sim. Obrigada pela sopa, mãe. Você é incrível! – Segurei minhas lágrimas.

– E então, filha. Você desistiu mesmo de jogar quadribol? – Perguntou Nicolas, lembrei que meu pai acreditava muito que eu tinha potencial apesar deu ter quebrado meu braço.

𝘖 𝘓𝘦𝘨𝘢𝘥𝘰Onde histórias criam vida. Descubra agora