Depois de explicar o que eu tinha feito, ele gritou comigo e só parou quando os vizinhos vieram reclamar, e agora estava sentando no chão, provavelmente pensando no que faria agora, bem... Me sinto culpada, mas se bem que eu já sou...
Eu iria me aproximar dele, mas não precisava de mais gritos seus, e se esse maldito não tivesse uma katana e não fosse tão forte eu já teria afundado minha mão na cara dele.
— Olha... Já é tarde, acho que você deveria dormir, a gente vê o que faz depois — se ele não quiser dormir ai já é problema dele, eu to cansada pra caramba. — Que sono... — acabei resmungando
Seus olhos encontraram os meus, e ele ficou me olhando, fiquei confusa, e provavelmente ele percebeu. Apenas suspirou e se levantou, enquanto ele fazia isso não pude deixar de reparar em seu corpo, era bem músculoso, de fato o sujeito era belíssimo, um calor subiu e desviei o olhar dele.
— T-tenho um colchonete, mas se preferir o sofá...
— No mesmo lugar que você.
— Oi?
— Não vou tirar os olhos de você, nem por um segundo.
Olhei indignada pra ele, é claro que ele tem motivos, mas não quero alguém me vigiando enquanto durmo, meus planos de fazer uma muralha improvisada na porta foram direto pro fundo do poço, se é que isso iria dar um jeito de deixá-lo longe.
— Certo, certo, é mais fácil você fazer algo, não eu. — sai de sua frente indo pra o quarto, estava bagunçando, mas não arrumaria isso agora. — Olha essa bagunça toda, não precisava ter feito essa zona.
Ele passou esbarrando em mim, quase me jogando no chão, eu o mataria agora mesmo, ser mais infeliz que esse não existe. Peguei um sapato que estava no chão e joguei em sua cabeça, o barulho do sapato atingindo ele foi como música para meus ouvidos.
Ele subitamente parou, suas mãos se fecharam em punhos, mas ele não se virou.
— Olha aqui, seu desgraçado metido, consegue parar de ser tão ridículo? — ele se virou, e agora estava me olhando surpreso. — Se continuar com isso juro que vou acabar com você!
Tava me sentindo a pessoa mais incrível e corajosa, mas tudo isso se foi quando ele ficou cara a cara comigo, ele estava sorrindo, mas um sorriso bizarro, estava tremendo sem ele ter feito nada, mas que droga! Quando foi que eu virei um gatinho assustado?
— Esqueci de dizer "por favor" e "me desculpe" — soltei um risinho sem graça. — Dormir né?
— Estava até achando você corajosa, mas olhe agora — ele se aproximou mais, sua boca estava bem próxima de minha orelha, sua respiração contra a pele me dava arrepios. — Onde foi toda a coragem, garota? Tinha certeza de que iria me divertir com você.
Ele segurava uma mecha do meu cabelo, seus olhos tinham um brilho de malícia e crueldade.
Empurrei ele, e fui pegar as coisas como se nada tivesse acontecido, ele se encostou contra a porta e ficou me observando, nenhum movimento passava despercebido por ele, era até constrangedor, não quero olhar para ele de jeito nenhum, só iria me dar mais desconforto, arrumei o colchonete para ele e fui direto para minha cama onde me cobri até a cabeça.
Escutei seu riso, mas não olhei, não esperava a hora disso acabar e eu poder voltar a minha rotina de sempre.Eu não preciso de um cara enorme como ele me ameaçando a cada 5 minutos.
Eu estava tendo um sonho divino, não tinha dúvidas, quando iria começar a parte deliciosa eu acordo com um ser me jogando no chão.
— Inferno! — olhei para cima, para o desgraçado que me olhava com um sorriso torto. — Você ainda ta aqui...
Apenas fechei os olhos e me xinguei, escutei ele resmungar e olhei para ele, que ainda me olhava, não conseguia sustentar esse olhar por muito tempo.
— Deixe de falar merda. — ele apenas me pegou e colocou de pé com facilidade. — Tem algo para comer?
Fiquei de cara com o peitoral dele, e sem perceber fui olhando para seu abdômen, sinceramente, o que esse cara comia para ficar assim? Ouvi seu riso e sai rapidamente de perto.
— Qual o seu problema? Não precisava me jogar da cama.
Fui em direção a cozinha e ele se colocou ao meu lado, a forma como ele andava, era totalmente diferente, suave, e predatória, lindo.
— O que esse olhar significa?
Fui pega novamente. Olhei para ele, que também me encarava de forma intensa, ele é muito bonito, ele me olhou de cima a baixo, e um sorrisinho apareceu, nunca me senti tão exposta.
Não percebi que paramos de andar, e que ele agora estava tão perto de mim, ele olhava para meus lábios, e passei minha língua por eles, eu sabia que era um fracasso tentando seduzir, mas a mão dele foi para minha nuca e a outra para minha cintura, e derrepente estava tão quente... E eu estava gostando dessa aproximação, do calor de seu corpo.
Seu aperto em minha cintura foi o suficiente para eu ficar em chamas, por um breve momento nossos olhos se encontraram, só foi preciso deste olhar para quebrar aquele limite.
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Something Different - Sanemi Shinazugawa
Hayran KurguMinha mãe sempre me disse para não mecher nas coisas que estão quietas, porque quando a gente procura, a gente acha. Agora eu tenho que lidar com as consequências! - Não faço idéia do que você quer! Saia! E-eu sei lutar ta me ouvindo! A cara dele...