Capítulo 8

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— Então quer dizer que ontem cê não veio trabalhar porque tava passeando com a Bia? — Gizelly implica com a mineira, enquanto tomava café na sala da chefe.

— Eu fui resolver assuntos da ONG, e a Bianca me pediu para conhecer o projeto de perto. Não estava "passeando." — fez aspas com o dedo — E desde quando cê chama ela de Bia?

— Ih, nem sabe... essa aí vivia no Rio quando cê tava fora, Rafa. Melhor amiga da Viviane, hora ou outra saindo com a Bianca também. Fui totalmente esquecida no churrasco e abandonada por aqui. — Manu brinca levando sua xícara a boca.

— Para de graça, tampinha. — a repreende com um tapinha — Eu vivia na sua casa, praticamente, depois que você passou a morar sozinha.

— Hum, sei... — Rafa sorri com a xícara nos lábios — E essa amizade com a Viviane, hein? Cada dia mais próximas... tem algo aí que ninguém me contou ainda? — devolve a implicância.

— Sabe que também tenho essa dúvida há algum tempo? — a baixinha põe a mão no queixo encarando a amiga ao lado.

Antes que Gizelly pudesse responder, porém, o telefone toca e Rafaella faz sinal com a mão para que as mulheres fizessem silêncio por um momento.

— Senhora Kalimann? — indaga sua secretária do outro lado da linha.

— Pode falar, Beth.

— Bianca Andrade está aqui, deseja falar com a senhora.

— Bianca? — não esconde a surpresa recebendo um sorriso malicioso de Gizelly e uma feição exageradamente surpresa de Manoela, revira os olhos em resposta — Pode deixá-la entrar.

Antes que quaisquer comentários pudessem serem feitos, escutam batidas na porta e em seguida Bianca entra na sala com um semblante leve e um sorriso contagiante.

— Bom dia, garotas. — tenta parecer casual, recebendo os cumprimentos de volta.

— Não esperava te ver hoje... achei que já tava no Rio. — Rafaella se manifesta.

— E era pra estar. Mas não ia conseguir viajar sem vim te ver novamente antes. — não se acanhou com a plateia ali presente, fazendo Rafa se remexer desconfortável na cadeira. Não esperava receber uma direta dessas, ainda mais na presença de terceiros.

— Sangue, fogo e labareda! — a agora ruiva exclama mais alto que pretendia - e mais baixo do que se importava — Nossa lembrei que a gente tem aquele negócio pra fazer... lembra Manu? Fora daqui?

— Claro... aquele negócio, naquele lugar... — a menor confirma balançando a cabeça.

— Isso, naquele lugar que não é aqui. — recebem um olhar de reprovação da mineira e ignoram — Tchau meninas. Juízo. — pisca um olho com malícia.

E as duas partem em retirada como um foguete, deixando as outras duas mulheres sozinhas. Bianca rindo da cena e Rafaella indignada.

— Cê não devia falar essas coisas. Ainda mais quando tem outras pessoas ouvindo.

— Falar o que? Que eu queria te ver? — se senta na cadeira de frente para a mais alta.

— Basicamente.

— Mas eu queria te ver, uai. — diz como se fosse simples, soltando a interjeição tão espontaneamente que nem reparou na rápida expressão abobalhada que a outra não conseguiu segurar ao ouvi-la.

— Pega mal, visto que sou comprometida e ocê é... você. — responde o óbvio.

— Eu sou eu? — arqueia uma sobrancelha a fim de incentivar que a loira desenvolvesse mais a frase.

Bonded by Sin - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora