Capítulo 9

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— Carol? O que aconteceu? — pergunta preocupada vendo os cacos de vidro no chão e sua namorada petrificada no meio deles.

— Pode me explicar o que é isso? — vira para encará-la com os olhos já marejados — Cê anda encontrando a Bianca pelas minhas costas, Rafaella?

— Não! Claro que não, Carol! — a mais nova responde nervosa.

— Então essas iniciais aqui. — vira a foto apontando para o trecho escrito — Não são dela? — indaga incrédula em tom reprovatório.

— Não. Quer dizer, sim. Mas não é isso que cê tá pensando... — se enrola e vê a namorada rir com escárnio.

— Ótima frase pra quem não tem culpa...

— Ela só me pediu pra conhecer um dos projetos da ONG, Carol. Foi só isso. — se apressa em se justificar — Não tinha como negar, ela é uma das financiadoras desde o início.

— Então quer dizer que ela patrocina a ONG há anos mas decidiu visitá-la só agora que cê voltou? — cospe as palavras chateada — E cê acreditou nesse interesse repentino dela?

— Não interessa os motivos dela, interessa que pra mim era apenas uma visita a um projeto que tenho tanto carinho. — tenta se aproximar mas a mais velha desvia.

— E por que não me contou?

— Pra evitar isso. Pra ocê não ficar cismada com coisa sem importância!

— Cê só pode tá brincando, Rafa... desde quando eu fui uma doida ciumenta com você?

— Não é isso, linda. Eu só não queria trazer problema desnecessário pra nossa relação que tava tão bem... — tenta se aproximar novamente mas recebe outro drible. Rafaella observa Carol sentar no sofá de cabeça baixa e prefere deixá-la digerir tudo.

— Quantas vezes cê encontrou ela escondida de mim? — é direta quebrando o silêncio após alguns minutos.

— Carol... — queria dizer que não havia necessidade daquilo. Que foi só essa vez. Mas o olhar duro que caiu sobre si não deu margem para mentiras. Se sentou de frente pra mulher e soltou um suspiro fechando os olhos, em seguida respondeu baixinho — Três.

Viu Carolina rir em total nervosismo enquanto as lágrimas finalmente escorreram pelo seu rosto. A herdeira se sentiu a pior das pessoas por fazê-la se sentir assim. 

— Mas nunca foi nada romântico, eu juro. Era sempre sobre coisas relacionadas a empresa... 

— Era esse seu desespero pra não termos um filho? — ignora as explicações da mais nova e pergunta em tom carregado de mágoa.

— Pelo amor de Deus, Carol, cê tá misturando tudo! Eu te falei meus motivos e eles são 100% reais. Não tem nada a ver com a Bianca! Acredita em mim! — se aproxima se ajoelhando na frente do sofá, segurando as mãos da mais velha entre as suas.

—Eu acho que quem tá misturando tudo aqui é você, Rafa. — se levanta limpando as lágrimas em seu rosto — Se isso aqui — aponta pra elas duas — não é sólido o suficiente pra cê me contar sobre reuniões de trabalho com sua ex, então não sei o que estamos fazendo.

— Cê tá terminando comigo? — é sua vez de derramar lágrimas vendo a outra recolhendo sua bolsa.

— Eu estou... definitivamente, precisando de um tempo pra digerir tudo isso aqui. Depois a gente conversa. — caminha em direção a porta — Por favor, não venha atrás de mim hoje. — pede quando a mais alta faz menção de tentar impedi-la.

Bonded by Sin - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora