DESENTENDIMENTO

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Depois da notícia da gravidez de Estrela, o tempo parecia voar para eles e ao mesmo tempo passava tão lentamente, a ansiedade para a chegada de Pietro era grande, seu quarto já estava pronto esperando por ele.

Maria se aproximava cada vez mais de Estrela, pareciam duas amigas, o que era bom, mas sem perceber Maria estava deixando um pouco seu casamento de lado, as brigas eram contantes novamente, acusações, gritos, choros, mágoas, dor, sofrimento, arrependimento estavam presentes quase todos os dias entre os dois, cada dia mais próximo de seus filhos lhe causavam dor, angústia, sofrimento, apesar de estar perto deles, apesar de enfim ter o carinho de seus filhos, ela não podia dizer que era sua mãe, a mãe que tanto lhes fez e faz falta, essa situação era tão dolorosa para Estevão e Maria,de formas diferentes, mas era doloroso.

- Essa situação está me cansando Maria, parece que agora que finalmente conseguiu o que queria, eu não existo mais para você, só me procura quando quer sexo ou para brigar, estou perdendo a paciência! - Diz Estevão assim que eles chegam em casa depois de mais um dia cansativo de trabalho.

- Não diga besteiras, Estevão! Você não tem o direito de me reclamar nada, como você quer que eu fique ? Vê se é justo isso o que está me dizendo e a situação que estou vivendo por sua culpa! Estou vivendo o melhor momento da minha filha com ela, ahhh mas ela não sabe que eu sou sua mãe, estou vivendo como uma amiga, como madrasta, acha que isso não deveria doer em mim? Acha que isso não me machuca? - Rebate Maria.

- Por culpa minha não, ninguém mandou você ser ingênua, tola, ou sei lá o que passou na sua cabeça para ter pegado naquela maldita arma, não foi eu quem te condenou Maria, não foi eu que fiz você ficar por tanto tempo na cadeia, me culpar por você está passando por isso também é justo ?

- Realmente Estevão, não foi você quem me condenou a cadeia, mas me condenou a viver sozinha, sem amor, sem carinho, sem afeto, sem um pingo de piedade, você me negou seu amor e o dos meus filhos, para mim, essa situação que estou é pior do que a cadeia. Ser humilhada, desprezada pelos meus filhos, ver eles sendo felizes e eu não poder compartilhar da alegria deles como realmente queria e deveria, ver meu neto crescer e não poder ser chamada de vovó, isso dói muito mais do que a cadeia, não poder ser chamada de mamãe. Ahhh Estevão, você não imagina o quão pior é!- desabafa, estava farta daquela situação, seu peito estava destroçado, tinha que por para fora o que sentia. - Eu te amo Estevão, te amo como jamais poderia amar alguém, eu nunca pensei que você fosse me tirar o mundo, sei que boa parte não é culpa sua, pois também sei que Alba influenciou muito para que isso tivesse acontecido, porém eu sou apenas sua ex secretaria, a ex presidiária, não sou alguém confiável para vocês. - Estevão bufa, passa a mão na cabeça, a abraça para lhe acalmar, suspira.

- Maria, sei que o que estamos passando e o que passamos no passado tem dedo de alguém, mas é difícil acreditar, minha tia jamais faria algo nesse nível para nos separar. - ela o olha incrédula e se afasta de seus braços.

- Sabe Estevão, acho que nunca vamos dar certo enquanto sua tia estiver entre nós, você não acredita em mim, prefere acreditar que Alba é a senhora perfeição, isso está me cansando, só não vou embora por causa dos meus filhos e meu neto, dói vê que entre ela e eu, você sempre ficará do lado dela, quando eu recuperar meus filhos vou te deixar livre da minha presença.

- Não diga bobagens Maria, amo estar com você, te amo Maria, te amo e você sabe disso. - a trás para seus braços novamente e beija a testa dela, ela o olha nos olhos, cheios de lágrimas, suspira.

- Eu sei, eu sei... Porém amor não é o suficiente para manter uma relação, entre nós dois falta muitas coisas, fora que tem tantas outras que nos separam. - deita a cabeça no peito dele. - principalmente a mentira!

Uma nova oportunidade para mim Onde histórias criam vida. Descubra agora