17- Second step

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Suna estava passando o esfregão no chão da cozinha, tirando aquele molho da travessa que estava no chão. Era uma macarronada de outro mundo, pelo papel alumínio apostava que Atsumu tentou fazer no micro-ondas por conta do forno ocupado e colocou aquele papel ali, um erro além daquela quantidade de molho que parecia que enfiaram três potes inteiros ali.

─Osamu, pode trazer um balde? Acho que o chão pode acabar ficando gorduroso...é melhor lavar mesmo.─Suna murmurou para o rapaz que estava limpando o forno que estava com um monte de almôndegas espalhadas. Certo, projetos delas.

─Isso tá pior que chernobly, nem sei como ele fez essas almôndegas, mas tá de parabéns, ficaram pior que merda.─Osamu murmurou se levantando. Largando a espátula que usava para as desgrudar.

─Osamu, não fale assim das almôndegas de seu irmão, e daí se ele estava tentando recriar uma criatura de outro mundo? Pelo menos se esforçou para explodir a cozinha.

─ Vou é pegar seu balde antes que use essa espátula para cortar meu pescoço.─Osamu murmurou, saindo da cozinha para ir buscar o balde.─Se eu demorar vá você mesmo, devo ter bebido cloro.

Rintaro acabou rindo daquele jeito morto de Osamu. A limpeza realmente estava sendo difícil, quando o garoto foi pegar o balde Suna aproveitou ficar sozinho para tentar ajudar no forno, o ligando e fechando para aquelas almôndegas grudadas esquentaram e assim poder passar a espátula com facilidade. Não estavam mais tão duras, podia as tirar sem esforço.

Suna já estava notando que Osamu demorava, mas não foi atrás por um motivo maior. De início, pensou ter sido seu celular tocando, mas na verdade era o do gêmeo. Claro que ele não iria atender se a situação fosse outra, mas ele não estava ali e podia ser importante. Rintaro arriscou, qualquer coisa podia dizer para a pessoa ligar outra hora.

─ Alô?

─Osamu? Filho.─Já iria dizer não ser  o rapaz, mas ouvir ser chamado de filho fez Rintaro quase se tremer. Estava falando com a mãe de Osamu? Que terror!─Infelizmente não pude ir ver suas apresentações hoje, mas um amigo meu que trabalha na prefeitura foi e disse que você se saiu muito bem. Estaremos na próxima apresentação com um dos donos da melhor casa musical da cidade, então espero que continue se esforçando para se sair ainda melhor. Não me decepcione, estou apostando todas minhas fichas em você.  Não fale para Atsumu, não quero ele atrapalhando no dia, irei jantar aí e não quero a presença de uma pessoinha dessas em casa. Não perca tempo com bobagens, foco.

Rintaro nem conseguiu ter abertura para falar, nem no final! Aquela mulher desligou assim que disse o que queria dizer. Que conversa era essa de mãe e filho que ela só falava, ele escutava e tinha que cumprir? Além disso, que mãe desnaturada excluía um dos seus filhos desse jeito? Suna soltou aquele celular onde encontrou, incomodado com o que ouviu. Aquela mulher só iria deixar Osamu mais nervoso no dia da apresentação se soubesse disso, era melhor ele nem saber, assim podia apresentar sem medo ou pressão.

─ Olha, esse foi o único que encontrei. Já coloquei água e alguns produtos de limpeza, então não precisa se preocupar com isso.

Osamu tinha acabado de voltar, Rintaro se virou, talvez com riscos de ter sido visto no celular. Samu deixou o balde próximo ao garoto e voltou ao forno, estranhando o trabalho ali ter sido adiantado, mas não falou nada. Nem disso, nem do celular. Provavelmente não ouviu nada. Rintaro não quis arriscar, então voltou a limpar a cozinha junto ao gêmeo.
Foram longos minutos arrumando aquela cozinha, assim que se livraram a sujeira os dois se sentaram, já cansados.

─ Na próxima vez eu faço ele mesmo limpar com a língua.─Mesmo cansado, Osamu ainda conseguia reclamar. Suna achou engraçado, se virando para o lado dele do sofá.

Vanilla - OsasunaOnde histórias criam vida. Descubra agora