12- Figuring out III

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Suna até já estava retribuindo ao beijo, mas na primeira pausa para que pudessem respirar sua consciência voltava um pouco e notava mais uma vez que era apenas Sakusa no carro. Ele se afastou e Kyoomi também, mas com um pouco de estranhamento.

─ Não, isso é, não podemos...─Rintaro não montava tão bem as frases, mas Omi entendia e se afastava.

─ Certo, entendi. A bebida realmente está incomodando agora? Vou o levar, mas não tente loucuras como abrir a porta e se atirar.─Provavelmente Sakusa pensava que estava sendo recusado por Suna se tocar de estar bêbado com mais clareza.

Quando chegou em casa, Suna foi levado até o quarto para não fazer nenhum alarde aos pais que sem dúvidas deveriam estar no décimo sono. Contava com o amigo que ao deixa-lo na cama, saiu do quarto e voltou com uma latinha de refrigerante a entregando para Rintaro.

─ Beba e descanse, vai ajudar com o efeito do álcool. Você está me entendendo ainda?─Suna encarava a latinha antes de dar alguns goles e se deitar na cama abraçando aquele refrigerante pequeninho.─ Hã...?

─ Por que fez isso?por que me beijou?─Rintaro dizia baixo quase como se chateado, Sakusa se sentou ao lado dele e o encarou.

─ Não gostou? Então está um pouco consciente, que bom. Mas se não gostou, desculpe, não farei mais. Agi por impulso...sendo sincero.─ Omi acariciava os fios de cabelo do amigo que não movia um músculo.

─ Você gosta de mim?─A mão que lhe fazia carinho parava quando Kyoomi foi pego de surpresa com uma pergunta que realmente o travou e calou. Muito hesitou antes de abrir a boca para dizer algo que apenas não foi dito por Suna continuar a falar.─ Queria que gostasse, porque eu sinto que estou começando a gostar de você e isso me assusta muito, Samu.

Os olhos de Kyoomi se arregalaram ao ouvir o nome do gêmeo na conversa, se tocando agora que talvez até quando ainda estavam na balada, Suna o via como Osamu. Pelo menos foi o que se deu a entender, e de fato era a realidade.

─ Beba seu refrigerante e durma, querido.─Sakusa respirou fundo, se inclinando para beijar a testa de seu amigo antes de sair do quarto e ir embora.

Suna bebeu aquele refrigerante e largou a latinha em qualquer lugar. Estava cansado e sem disposição, o máximo que conseguiu fazer realmente foi beber aquilo e ir dormir. Maldita foi a dor de cabeça no dia seguinte que nem se lembrava de nada que fez, nem sabia como parou em casa.

*Atsumu Miya*

Após pegar seu irmão numa situação tão constrangedora Atsumu nem estava se importando com o fato dele ver conteúdos +18 e sim com o tipo de conteúdo. Na sua cabeça Osamu era um hetero desinteressado ou no mínimo, no mais raro caso, um assexual arromantico. 
Sua cabeça estava explodindo num surto de quem tinha acabado de se orgulhar de seu irmão se assumindo, sendo que Osamu parecia negar ainda. Até que fazia sentido, o que viu no elevador e a intimidade estranha com Suna, tudo se encaixava!seu irmão estava se descobrindo e isso era incrível para o loiro já que ao contrário de mãe deles, poderia dar todo um apoio que sabia que o irmão além de precisar, merecia. Iria o dar o que precisou e não ganhou, não iria o deixar na mão nisso.

Atsumu pensava em mil formas de ajudar o irmão e como podia o ajudar. Lembrava das dificuldades que teve no início. Bom, quem imagina que a rejeição é apenas possível de familiares, conhecidos e amigos...está errado. A rejeição vem muitas vezes da pessoa com ela mesma, foi exatamente o que ocorreu com Atsumu no início e agora com Osamu! Crescer numa casa ou ambiente que ensina e diz que isso é errado, ou a própria sociedade tendo pessoas que abominam, viram fatores familiares e sociais que causam o medo e rejeição própria por medo, medo de não ser aceito e sofrer de alguma forma por isso. Miya achava aquela a rejeição mais difícil e talvez a que mais podia afetar Osamu. 

Vanilla - OsasunaOnde histórias criam vida. Descubra agora