56- Aconteceu.

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A primeira coisa que fez ao acordar e bem mais cedo que o costume, foi sair do quarto e comer antes que qualquer engraçadinho pudesse acordar e o oferecer comida. Miya nunca saiu tão cedo de casa como naquele dia. Tinha quem pensasse que era ansiedade para se apresentar, mas nada disso, estava fugindo. Sua noite não tinha o dado motivos para se manter em casa.

Na noite anterior Osamu estava no quarto terminando de se arrumar para ir dormir quando passou pelo corredor e ouviu uma conversa vinda do quarto de sua mãe que estava na sala assistindo Tv. Era a voz de Klaus.

—Venha, vamos ver o que teve hoje.

Com quem ele estava falando? era uma ligação? Osamu continuou parado do outro lado da porta, foi quando  ouviu um som robotico de violino, era a mesma canção que ele tocou para sua mãe ouvir, isso por si só já era estranho, até que ouviu sua voz e a de sua mãe logo depois. Era uma gravação? Miya arriscou olhar pela abertura de fechadura. Não via muito, mas o pouco que via era Cerbero. 

—Bom trabalho. Melhor trocar essa coleira para uma nova, o que acha? já deve estar ficando velha.

Ele tinha gravado tudo pela coleira do cachorro?! espera, então era isso o motivo do cachorro seguir tanto Miya e sua mãe? ele usava o animal para ter informações! claro, assim ele teria certeza que a mulher não sabia de nada e nem que Osamu disse algo! aquela luz que viu era de fato algo, provavelmente o som alto do violino era mal suportado, ja que pelo que ouviu da gravação as notas mais altas faziam ruidos de falhas na gravação, o que explica querer mudar para uma nova. O que aquele homem estava tentando?  Suas suspeitas de que ele era um louco aplicando algum tipo de golpe apenas aumentaram bem mais e o medo dele ser pior e capaz de fazer algum mal era maior ainda. Sabe-se lá o perigo que podia estar tendo com ele na sua casa!

Osamu saiu logo antes que tivesse riscos de ser visto, voltando ao quarto onde trancou a porta e foi para a cama. Não conseguiu dormir bem, no dia seguinte acordou cedo depois de dormir apenas três horas. Estava tão cansado.

No campus estavam todos muito ocupados e agitados pela apresentação. Miya estava entre ansiedade e seu cansaço. Ele não costumava ter problemas para dormir em datas importantes, mas o medo de estar sendo espionado era maior.

—Osamu, você esta bem ? parece cansado. —Era Keiji, preocupado por o ver tão calado.

 — Estou, apenas dormi muito. Já já passa.

— Ah...certo. O que precisar me diga, certo? 

 —Claro. E suas irmãs e mãe?

—Falei com elas, elas ficaram felizes com o convite. Já estão vindo, querem ficar na frente, mesmo que sejamos os ultimos antes do teatro.

 —Eu disse que elas iriam gostar! viu? 

—Também estão animadas para verem você tocar, então nem fique falando para eu me gabar sozinho!

Ele sorriu de volta para Osamu.  

—Garotos, estão todos prontos? já vamos começar!

O professor estava euforico, era como se ele quem fosse tocar e não seus alunos. As primeiras duplas concordaram super confiantes. Os alunos iam até o setor de teatro, onde iria ser feitas todas as apresentações justamente para que não tivessem que se locomover tanto e também pelo espaço ter mais acesso. 

Os camarins foram divididos entre o setor de teatro e de musica, Osamu ficava no seu enquanto a sua apresentação não acontecia. No celular, podia ver a mensagem de sua mãe avisando estar na fileira da frente apenas esperando e também vendo as mensagens dela criticando alguma coisa da apresentação dos alunos. Ele guardou o celular, nem queria saber disso, queria nem lembrar da existência daquela mulher na plateia.

Vanilla - OsasunaOnde histórias criam vida. Descubra agora