54-Meu medo II

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Não queria ser mal educado, não era de seu costume a muito tempo, mas ouvir aquele homem o chamando de Filho era tão desconfortavel. Não sabia se padrastos tinham esse costume, mas se tinham, não era depois de pelo menos ter intimidade e conhecer o afilhado?! Cara, que irritante. Mesmo se tivessem, Osamu jamais iria ter vontade de ser chamado assim por outro homem que não fosse o seu verdadeiro pai.

Osamu se sentou todo desconfiado, olhando para os lados a procura de sua mãe. Ela não estava ali, devia estar dormindo ainda? Bom, podia ver uma bandeja sendo preparada no balcão então quem sabe ela estava e  o homem estava fazendo café da manhã para ela. O cachorro dele não estava ali, graças a deus...

—Como...mas não precisava fazer o meu. Eu mesmo faço, gosto de cozinhar.

 —Apenas quis agradar, não gostou?

Na verdade, não gostou. Porém, sorriu forçadamente enquanto aquele homem se aproximava por trás para servir o prato de Osamu.

— Você e minha mãe realmente tem certeza do que estão fazendo? um mês é muito pouco para ficarem noivos e já quererem casar no proximo...

Miya acreditava que pelo menos um dos dois tinha que ter noção, para uma mulher talvez aquilo fosse bom demais e por isso ele optou a falar primeiro com o homem, mas ele não parecia pensar igual. 

— Acredito que se sua mãe está feliz assim, então não tenho qualquer motivo para mudar de ideia. Você não pensa assim?

 — Não é que eu não queira a ver feliz, apenas acho que é uma decisão extremamente burra.

Ele preferiu ser mais direto e seco para tentar abrir os olhos do homem que terminou de por comida em seu prato e ao escutar toda a frase, arrumou a postura, sorrindo curto ao passar uma das mãos pela cabeça de Osamu, acariciando seus cabelos num   cafuné bizarro que continuou até que ele puxou um pouco os cabelos do rapaz, não era com força, mas era estranho e causou alerta ao rapaz.

—Filho, acredito que cada um tem sua opinião. Mas seria bem mais seguro, principalmente para você, se ficasse apenas se metendo onde é chamado. Sabe, eu nunca gostei de seguir ordens, então quando alguem atrapalha meus planos, me da muito mais raiva. 

Aquilo...era algum tipo de ameaça? ele realmente parecia estar ameaçando Osamu. Ele ficou nervoso tão facil que não sabia o que dizer ao homem e para piorar, aquele maldito cachorro apareceu, como sempre olhando o gêmeo. 

—Coma, ou vai esfriar.

Ele o soltou e pegou a bandeja para ir até o quarto onde a mãe de Osamu estava. O cachorro não o seguiu, continuou parado. Miya ainda podia sentir o gelo em seu corpo, não iria comer aquilo. Aquele cara era louco.

O rapaz rapidamente se levantou e deixou o prato com a comida no chão para caso o animal quisesse fazer uso. Saiu da casa e foi direto para o campus, olhando para trás, podia ver Cerbero na janela ao lado da porta o olhando ir embora. Aquele bicho o deu arrepios!

Quando chegou no Campus ainda se sentia meio tenso, mas de forma bem menor.Se sentou na cadeira e viu os outros alunos chegarem. Agradecia que o time não iria participar das aulas por conta dos treinos, assim podia evitar de ver seu irmão e se sentir ainda pior. Rintaro, acabava de chegar e foi correndo se sentar no local de sempre, pertinho do seu namorado que ainda o enchia de preocupação. 

—Osamu! você não me ligou nem respondeu, esta tudo bem?chegou a ver minhas mensagens ou caixa de voz?

 —Vi e ouvi sim, estou bem. Apenas treinei até tarde ontem e esqueci de responder, fiquei muito cansado. Desculpe.

Vanilla - OsasunaOnde histórias criam vida. Descubra agora