— Como está sua marca? — Pergunto a Niklaus quando finalmente ficamos sozinhos. Hayley foi para o bayou e Gianna convenceu Elijah a ir na festa de Abaccus com ela. Ele até recusou de primeira, mas a loira tem um carisma irresistível.
— Bem. Alguma ideia sobre o que ela se trata? — Questiona.
— Talvez seja só algo que temos em comum — dou de ombros — nossa parte loba.
Niklaus apenas assente. Continuo andando e ele me segue. Não me importo com sua companhia. Até aprecio.
— Você pinta, certo? — Pergunto, mesmo sabendo a resposta.
— Certo.
— Então acho que vai gostar disso — abro a porta e exponho meu ateliê. Que, na verdade, é dele. Era.
Entro e sou seguida de perto, o que é incomum. Quer dizer, Gianna e Dakota são péssimas em relação a espaço pessoal e Hayley e Abaccus não são do tipo carinhosos de qualquer forma, mas qualquer outra pessoa mantém distância de mim.
— Você pintou tudo isso? — Indaga, olhando cuidadosamente para tudo.
— Algumas já estavam aqui — conto, pegando um avental e colocando.
— É minha — diz ele, em frente a uma tela no canto. Sorrio.
— Eu gosto muito dela — comento, organizando uma tela em branco e meus pincéis — é linda.
Como você. O pensamento vem, mas não deixo ele escapar. Seria patético.
— Obrigado — diz, se aproximando — posso me juntar a você?
— Fique à vontade — não desvio os olhos da tinta que estou misturando.
Niklaus arruma um cavalete ao meu lado.
— Você pinta há muito tempo? — Pergunta, puxando assunto, enquanto ajeita seu espaço.
— Desde que eu era criança e você?
— Também. Mas na minha época meus matérias eram mais... Orgânicos. Como frutas e folhas — diz.
— "Na minha época" — repito sorrindo — eu esqueço que você é tão velho. Provavelmente o homem que existiu por mais tempo. Sabe, contando do dia em que nasceu até quando morreu de vez.
— Esse seria o meu pai — diz e se corrige: — padrasto.
É clara sua tensão ao falar de Mikael.
— Eu não conheci meu pai — conto, querendo distraí-lo — ele não me quis.
— Sorte a sua. Ter um pai que não me queria, mas criou, não me fez nenhum bem — comenta, amargo.
— E não ter um não me fez nenhum bem.
Suspiramos em sincronia, o que nos faz trocar olhares divertidos.
— Em conclusão, pais são um problema. Ruim com eles, pior sem eles. — Comento, fazendo Niklaus rir.
Eu fiz Niklaus Mikaelson dar um risada. Eu o diverti. Será que ganho um prêmio por isso?
Continuamos em um silêncio confortável, até que decido parar e terminar minha obra depois. Arrumo tudo que é preciso e dou uma espiada no que Niklaus ainda está fazendo.
É o topo de uma escadaria. Reconheço imediatamente a noite do baile, onde os convidados são retratados com faces borradas formando uma multidão. Há apenas uma pessoa na escadaria. Com seu vestido longo e dourado, ela é a estrela da noite.
— Você fez o baile — comento o óbvio, espantada — sou eu.
É difícil respirar direito com tamanha beleza. O jogo de luzes é sinuoso e esperto. Há uma solidão transmitida, mesmo que esteja claro que se trata de um festa com vários convidados lotando a parte inferior. Minha silhueta é lisonjeira, curvas que eu nem sabia que tinha. Ou talvez eu não tenha e ele tenha tido liberdade artística.
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beyond death ⚜️ the originals
Fanfic>>> onde Ellenora Claire recepciona Niklaus e Elijah Mikaelson no Outro Lado, mudando drasticamente a New Orleans dos mortos. >>>> POSTADO TAMBÉM EM NYAH! FANFICTION >>> 16MAI2020 | >> CAPA POR @A_JUPITER 🖤 > +16. ATENÇÃO Se você estiver lendo ess...