Por que Lex está sendo tão cruel? Eu quero ir junto da Kara, eu preciso ir junto dela. Isso não faz o menor sentido! Tenho que discutir isso com ele depois. Além de irresponsável, ele ainda acha que pode dar ordens como se fosse o chefe de toda a empresa.
Bom, Kara vai partir amanhã cedo para a ilha. Ela já até arrumou as coisas dela: uma bagagem enorme com a quantidade absurda de uma foto e dois brinquedos que ela achou extremamente interessantes. Um cubo mágico, que ela demorou muitos dias para resolver, e outro brinquedinho que acho que é para ansiedade. Tem vários botões para apertar e coisas para girar, ela fica extremamente entretida com aquilo.
Tenho que terminar essa papelada antes que uma das assistentes do meu pai venha me encher a paciência. Acho impressionante que, mesmo sendo eu quem faz de tudo nessa empresa, ainda fico abaixo do Lex em tantas decisões. Argh! Isso me tira completamente do sério.
Nesta eu não vou ficar. Peguei os papéis e os coloquei em uma pasta. Já impaciente, levantei da cadeira e fui em direção à porta. Preciso entregar isso e depois ver com o Lex, só tenho que achá-lo para resolver isso.
Passei pela sala de espera, pelas salas comuns, de reunião, até chegar na sala do meu pai. Como sempre, me deparei com Verônica, a assistente do meu pai, que seria melhor chamada de amante. Com os cabelos loiros e olhos cinzas, ela encara o computador, não parece estar com muita vontade de trabalhar. Depois de alguns segundos, ela percebeu minha presença.
— Olá, senhorinha Luthor, precisa entrar?
— Boa tarde, Verônica, preciso sim. Tenho uma papelada e um assunto urgente para falar com meu pai.
— Pra sua sorte ele está livre agora, mas não por muito tempo...
Não sei o que se passou na mente dela, mas ela ficou com um olhar triste antes de terminar a frase, não pode ser coisa boa.
— É, ele vai ter uma reunião mais tarde, então se apresse.
— Obrigada, Verônica.
Balancei a cabeça e entrei na sala do meu pai. Aquela era a sala mais luxuosa do prédio, sem dúvida nenhuma, janelas gigantescas, cabeças de animais empalhadas, bebidas, até um mini lugar para jogos. Ele estava sentado no sofá preto. Me aproximei com os papéis em mãos e me sentei ao lado dele. Meu pai parecia surpreso ao me ver ali, talvez porque não nos víssemos muito.
— Olá, pai, preciso tratar de um assunto urgente com você. É sobre o Lex, a ilha e a Kara.
— Bom, pode falar.
Ele estava sério. Normalmente ele já era assim, mas dessa vez parecia mais, talvez porque a Kara estivesse envolvida.
— Eu preciso ir para a ilha com a Kara. Depois de um tempo, eu volto pra cá pra resolver as coisas da empresa, mas eu tenho que ir com ela! Lex estava me enchendo, falando que eu não poderia ir, o que não faz sentido, até porque não é ele que toma esse tipo de decisão.
Comecei a ficar irritada no meio da frase. Sinceramente, eu preferiria ser filha única do que ter aquele cara como irmão. Meu pai estava escutando atentamente, o que não era muito do feitio dele.
— Por que você quer ir com a selvagem, Lena?
Engoli a seco. Meu pai sabe das minhas preferências, mas não é como se ele aceitasse muito. Então, eu não poderia falar que era porque eu estou perdidamente apaixonada por uma mulher que até pouco tempo atrás não sabia contar até cinco.
— Ela é interessante, pai. Eu realmente quero passar mais tempo perto dela. Sinto que nesse meio tempo que ela ficou aqui se recuperando, não conseguimos tirar o máximo de conhecimento dela. Sem contar que a irmã dela ficou na ilha junto de Sam. Eu queria muito ver como vai ser a reação delas ao se encontrarem de novo. Kara agiria de forma selvagem ou humana devido ao tempo que passou aqui?
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A viajante de preto e branco - SuperCorp.
RomanceLena Luthor foi escalada para a exploração obrigatória de uma ilha, depois de um grave erro que seu irmão cometeu. Até então, aquele lugar era completamente desconhecido pela humanidade. E ela vai desbravar aquele lugar que só contem plantas e ani...