Loucuras no Universo das Séries

EPISÓDIO 16.1

Estou correndo pela mata, passo rapidamente no meio de árvores distintas, olho para trás rapidamente e não vejo o meu perseguidor embora ouça o barulho deste. A Naya está perto, posso ouvir ela lutando contra seus captores. Olho para a frente e bato em um galho baixo caindo com tudo no chão.

Algumas horas antes...

Naya está dirigindo, após sairmos de Fairytale passamos por algumas séries de cidades suburbanas, séries com dramas chatos e irrelevantes para a trama, tanto é que não achei nenhum dos objetos que iria me ajudar a ir para casa.

- A série pode até ser chata, mas temos que concordar que a comida é muito boa! - falei, tinha terminado o último pedaço de bolo da mais recente série, "Songs of Hart", de uma médica que consegue um emprego em um lugar paradisíaco mas precisa lidar com o choque cultural com a sua antiga realidade em Nova York.

- Concordo, mas acho que precisamos achar logo a primeira série importante, afinal não dá para ficar pulando de show em show. Ou vamos acabar ficando mortos de cansaço antes de chegarmos a metade do objetivo.

E assim o ambiente mudou mais uma vez. E assim como o nome da série veio na minha mente, ele se foi. Engoli em seco, sabia que aquela não era uma série feliz, quase podia sentir o ar pesado invadindo meus pulmões. E o carro começou a morrer no mesmo momento em que uma nova cidade se revelava à nossa frente.

- Onde a gente está Luke?

- Eu queria saber...

- Como assim você não sabe? - A Naya me olhou assustada, enquanto eu resolvia sair do carro.

- Não sabendo, o nome da série simplesmente me escapou da mente.

Estávamos em uma avenida parada, ou melhor dizendo deserta.

- Algo muito estranho ocorreu aqui!

- ALOOO, ALGUÉM AI? - gritei para o alto.

- O que raios você está fazendo?

- Estamos em uma cidade fantasma, só esperava ver se encontrava alguém vivo...

Nesse momento comecei a ouvir passos cambaleantes, como se uma multidão trôpega estivesse indo até nós. Não era bem uma multidão, estava mais para uma horda de zumbis que não chegavam a tropeçar, mas não tinham um ritmo tão bom quanto a de pessoas vivas.

- Estamos em Walkers Dead. - falei em um cochicho, com um pouco de medo do que isso poderia significar.

Naya percebendo minha hesitação, me puxou em direção a uma das ruas laterais.

SINOPSE DE WALKERS DEAD: Um grupo de humanos percorrem um Estados Unidos arrasado por uma epidemia de zumbis. O que era uma pretensa busca pela cura, logo se torna uma luta pela sobrevivência diante perigos cada vez mais mortais.

Zumbis acaba sendo um tema delicado para mim! A questão dos mortos vivos nunca foi do meu agrado e com a morte prematura da minha mãe as coisas só pioraram. E agora eu tinha mais um motivo para isso, eu e Naya correndo de um grupo grande de zumbis e dando de cara com outro grupo vindo na direção oposta a nossa.

Paramos no meio do quarteirão:

- Ei seus doidos venham aqui!. - Olhei para uma porta de metal que se abriu em um prédio que claramente tinha sido abandonado a muito tempo - Era Carlos Valdez, um adolescente irritadiço e rebelde que descobriu que o pai, Álvaro Valdez não tinha morrido e isso era tudo o que eu poderia dizer dele.

Em segurança dentro do prédio, ele nos olha analisando de forma perturbadora:

- Algum zumbi os machucou de alguma forma?