30 - Meu "almoço"

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Camila- Dia da alta médica

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Camila- Dia da alta médica

Finalmente estou de alta, e vou terminar minha recuperação na casa do Vitor. Ele se ofereceu e eu não quis negar. Nem estou em condições para isso.

 Aprendi muito cedo, que existem momentos em nossas vidas que algumas lutas não nos levam a nada, apenas gasto desnecessário de energia.

Por mais difíceis que elas sejam de serem aceitas, submeter é melhor do que tentar massagear o orgulho ferido. E eu estava vivendo um desses momentos.

— Vamos, acho que um mês já foi mais que sufocante você nessa cama, não é mesmo? — Vitor entra no quarto empurrando uma cadeira de rodas e seu olhar é de alívio e  cansaço.

— infelizmente você terá que sair daqui sentadinha nessa cadeira. Eu já providenciei uma mais fácil de locomover para você usar no apartamento. Apesar da sua mãe ainda engessada, ela é elétrica e facilitará um pouco mais a sua independência.

— Obrigada, nem precisa de tanto. A Maria com certeza me ajudará em tudo. — Sorrio agradecida.

O trajeto do hospital até o apartamento do Vitor foi uma viagem curta e silenciosa. Apenas respondia com um sim, as vezes em que ele perguntava se estava tudo bem.

O Zé estava dirigindo, mas não fez nenhum comentário, somente quando entramos no carro, no hospital, ele veio me abraçar e dizer que estava feliz por mim.

— Minha menina,  graças a Deus. — Sou recebida por uma Maria chorando e balões de boas-vindas. Estava nos braços de Vitor e não deixei de perceber o olhar cumplice dela.

Subir para o apartamento sendo carregada por ele, foi estranho, e ao mesmo tempo muito bom. Eu não deveria ter gostado tanto, mas admiti para mim mesma que sentir sua respiração tão próxima, me fez ter saudades.

Tentei olhar de forma disfarçada para seu rosto bonito. Um tanto abatido, mas igualmente belo.

Os cabelos fartos, castanhos, braços fortes e peitoral duros me seguravam com tanta delicadeza, como seu fosse um cristal frágil.

A boca bem feita que já me trouxe muito prazer,  foi também a mesma que proferiu palavras tão duras, me fazendo perder o prumo.

Pedi para ficar na sala e assim ele fez. Ajeitando as almofadas para que eu me sentisse mais a vontade.

Maria veio toda feliz e enganamos em uma gostosa conversa, supervisionada de longe pelo Vitor, que vez ou outra dava uma passada o de estávamos. Momentos depois ele pediu licença e saiu nos deixando a sós.

— Minha filha, vocês já conversaram sobre o que aconteceu quando você veio para cá com ele? Apenas assenti negando. — Ele deixou a empresa com o pai e o bruno e não arredou o pé do hospital. — Maria comenta.

— As vezes que eu queria ficar lá com você, era difícil ele aceitar. Os médicos falavam que não tinha necessidade, mas ele insistiu e ficou. Buscou os melhores especialistas para cuidar de você. A cirurgia plásticas seu rosto, por exemplo, ele exigiu o melhor

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