24 - Pesadelos da noite

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Camila

Chegamos ao local,  que é muito requintado, um apartamento lindo. Vitor assume seu lado frio e somente toca minhas costas me guiando para dentro do evento.

Conforme vamos andando, chamamos a atenção dos presentes, que vem nos cumprimentar e ele sempre me apresentando como uma amiga. Muitos homens me olham descaradamente.

Logo encontramos Mirela num lindo vestido azul, esvoaçante, ela é tão linda, com um sorriso aberto, vem me cumprimentar num abraço apertado e cheio de intimidade.

— Você vai esmaga-la assim,  Mirela. Nem parece que já esteve com ela hoje. Soube da sua façanha em ajuda-la a escolher roupas. — Diz e dá um sorriso forçado.

— Oi para você também, Irmãozinho. — Ela faz uma careta da um sorriso curto e me explica em tom de brincadeira que já estava cheio de vê-lo, que tinham estado juntos mais cedo, por trabalharem no mesmo andar da empresa.

Vitor nos pede licença e sai para uma roda de três engravatados, cumprimenta todos e conversam, eles olham em nossa direção aparentemente  estão falando com o Vitor sobre mim, já que olham em nossa direção e ele fecha a cara enquanto conversam. Logo eles se juntam a nós e todos já conhecem Mirela, a cumprimentam e depois se viram para mim.

Um deles se antecipa e se apresenta. — Prazer, Ricardo Passos. Como se chama essa linda mulher?

— Prazer.  Me chamo Camila dos Santos. Obrigada pelo elogio. — Ele me puxa para um beijo no rosto e encosta a mão nas minhas costas. Ricardo é um homem muito bonito, aliás, parece que ricos são privilegiados até com beleza. O lugar está cheio de gente linda. Vitor pigarreia do meu lado, e me puxa levemente pelo cotovelo.

— O Vitor disse que você é uma amiga. Amiga linda, devo dizer. — Todos concordam.

— Menos Ricardo. Está deixando a Camila encabulada. — Vitor fala, e apresenta os outros dois, Fernando e Marcelo, esse olha encantado para Mirela. Eles apenas seguram minha mão.

— Calma Vitor. Uma mulher linda como ela, solteira, eu estou na fila com certeza. — Seu amigo continua a flertar comigo. E a cara dele vai ficando mais fechada.

— Você é muito divertido Ricardo. — Falo tentando quebrar o clima. Elevou minha autoestima. Todos sorrimos, menos Vitor.

Ricardo percebe que não estou bebendo e se oferece para pegar  algo que eu queira. — Aceito um suco, se tiver.

— Vou providenciar isso pra você. — Pisca e sai em busca do meu suco.

— Você poderia ter pedido a mim, e eu previdenciária esse suco, Camila. — Vitor fala em meu ouvido, claramente incomodado. — Eu te perguntei se queria beber alguma coisa assim que chegamos e você negou.

— Naquela hora eu não estava com sede, agora estou. Ele foi mais rápido perguntando. — Respondo olhando para frente.

Ricardo volta com uma taça de suco para mim e um copo de whisky para ele. O restante do grupo já está bebendo,  inclusive o Vitor.

Ficamos numa conversa aleatória, e o amigo do Vitor o tempo todo me cercando, tocando em meu braço, inclusive pediu meu contato. Eu desconversei e o Vitor perdeu a paciência.

— Ela é solteira. Mas está me acompanhando, Ricardo. Você está sendo intransigente. Poderia parar de toca-la, por favor. — Seu amigo levanta as mãos. Eu fico sem graça e resolvo dar um basta na situação.

— Eu ainda sei me defender, Vitor. Ele não me tocou de forma invasiva. Ele já entendeu que não estou buscando companhia nessa noite, apesar de solteira. Não precisa se preocupar, não sou uma donzela indefesa. Com licença. — Me viro e saio. Deixando todos para trás.

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