Capitulo 21

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YOONGI

Pude sentir o olhar de SN hesitante ao lado, desde o momento em que Namjoon nos contou tudo. O silêncio dela dizia mais que qualquer palavra. Mas agora, fugir não é mais uma opção. Não depois de tudo. Dessa vez... eles vão pagar. Por tudo o que fizeram com nós dois. E eu, sinceramente, não tenho mais espaço dentro de mim para piedade.

Durante o jantar, o assunto pairava no ar como um peso que ninguém ousava nomear. Mas eu não aguentava mais esperar.

- Eu tive uma ideia. - Digo de repente, largando os talheres com um leve ruído seco.

Todos param. Jimin me encara, atento.

- Fala. - Ele diz.

Olho diretamente para SN, mas falo com todos:

- Eu e SN... vamos expor tudo. Publicamente. Na imprensa.

SN engasga com a água que bebia, Jin imediatamente a ajuda, preocupado.

- Você tá falando sério?.- Jin pergunta, com as sobrancelhas franzidas.

- Completamente. - respondo. - Eles enterraram tudo com dinheiro e ameaças. Mas não podem enterrar a verdade quando ela estiver exposta pra todo mundo ver.

SN ainda está em silêncio. Vejo no olhar dela o medo, as lembranças. Então me viro pra ela, suavizando o tom.

- Ei... olha pra mim. - peço, e espero até que ela encontre meus olhos. - Eu sei que dói. Sei que a ideia de reviver tudo parece sufocante. Mas essa pode ser a única forma de acabar com isso de vez.

Ela balança a cabeça, tentando argumentar.

- Mas... e se eles vierem atrás de nós de novo? E se ninguém acreditar?

Toco sua mão com cuidado, firmeza e carinho na medida certa.

- Eu vou estar com você o tempo todo. Não vamos mais nos esconder. Não vamos deixar que eles controlem a narrativa. A verdade é nossa arma agora. Eles tiraram tanto de nós... mas não vão levar nosso silêncio também.

Ela respira fundo, olhos marejados. É visível que está dividida.

- SN, você é mais forte do que pensa. E se a gente fizer isso juntos... podemos impedir que eles machuquem mais alguém. Não é só sobre a gente. É sobre justiça.

O silêncio dura um segundo a mais do que o confortável.

Então, SN finalmente solta um suspiro trêmulo.

- Tá bom... vamos fazer isso.

Um leve alívio me invade. Aperto sua mão com mais firmeza e digo, com convicção:

- Dessa vez... é a nossa voz que vai ecoar.

Continua...

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