XVI

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Há momentos que bate uma tristeza, um medo, uma vontade de desistir...
É muito triste tudo isso! Sorte minha ainda ter me restado o Pero para me ajudar e estar ao meu lado nisso. Ele tem sido um verdadeiro irmão. Tem me apoiado, me dado forças sempre que estou de crista baixa. Sempre com toda a coragem que só ele tem.
Desistir não, eu não vou!
Sei que vamos conseguir, vamos encontrá-los!
Sei que vamos.

...

_Cisco?
_Tô aqui, Pero!
_De boa ai, parcerio?
_De boa...
_Vamos ter cuidado hoje! Sei que estamos mortos de cansados e que os farelos que encontramos no caminho não dá para recarregar nossas energias, mas não podemos cometer o mesmo erro da noite passada e dormir no meio do mato.
Vamos andar mais um pouco até chegar naquele pé-de-acerola, então subiremos nele e vamos de uma vez por todas aprender a dormir como se estivéssemos num poleiro, afinal de contas não  somos mais pintinhos, já está mais do que na hora de agirmos como os frangos que somos!
_Você está certo, Pero. Vamos mesmo!
Continuamos a andar.
Já estávamos exaustos de mais um dia ciscando e caminhando pela estrada de barro no meio do nada, sem sabermos nem mesmo se no final daquele caminho haveria algum sinal de quem quer que fosse.
Finalmente, cansados demais para darmos ouvidos à insônia, dormimos sentados no poleiro dos galhos do pé-de-acerola.

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