Não se engane, apesar de ser uma história voltada para o público infanto-juvenil, aqui há aventura, romance, drama, e os sentimentos de um pintinho corajoso chamado Cisco.
Ao lado do Pero, seu corajoso e fiel amigo, Cisco vai enfrentar muitos desafi...
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A manhã chegou e com ela a incerteza de que caminho tomar para continuar a jornada em busca dos nossos entes queridos. O Pero já pronto para descer da goiabeira, me observa terminando de me organizar para acompanhá-lo na descida e depois discutiremos para que lado deveremos proseguir. Ao olhar a linha do horizonte, Pero consegue enxergar bem ao longe um pontinho Preto que sobe, desce e aumenta de tamanho a cada segundo. Naquele momento ele sentiu um frio no papo; sabia o que era aquilo, conhecia bem de perto aquele canto que mais parecia gritos, berros daquela ave cruel e sem coração.
_Cisco?
_O que é esse barulho, Pero?
_É isso mesmo que você está pensando!
_Não pode ser! Gritei desesperado.
A cada segundo, a águia se aproxima mais de nós, num sobe e desce cortando o ar como se já estivesse caçando algo que se encontra correndo no chão.
_Cisco, não saía de onde está!
_Você tá louco, Pero? Você sabe que em cima da árvore é mais fácil dele nos caçar do que no chão, onde podemos achar algum buraco e nos esconder!
_Confie em mim, parceiro! Eu conheço muito bem como essas criaturas horríveis pensam. E no final das contas, meu irmão e minha mãe estavam no chão e mesmo assim não teve jeito...
Aquelas palavras doeram em mim, e respondi: _Eu confio em você!
Nesse momento a águia se aproxima mais ainda de nós. Estamos nos segurando nos galhos da goiabeira à espera dela com seu voo rasante à espreita da caça. Olhamos para o chão e pudemos identificar que se trata de uma lebre que corre desesperada para fugir do cardápio daquele monstro de olhar penetrante. A lebre passa por baixo da árvore em que nós estamos, e a águia a acompanha em mais um bote faminto, tentando pegá-la no chão. Assustado, dei um cacarejo alto de medo, e o bixo, no ato do voo, já embaixo da goiabeira, quase chegando na lebre, não consegue deixar de olhar para cima e me ver cheio de medo. De repente, do nada, Pero salta em mais um de seus emocionantes voos e aterrissa nas costas do monstro horroroso e o derruba com uma forte pancada nas costas. Ambos se estatelam no chão, a lebre corre e finalmente consegue ter tempo para cavar um buraco e se esconder, e eu, ainda com o bico aberto, não consegui acreditar no que havia acabado de presenciar. Se o Pero era doido? Era algo que eu, nesse momento, nem sequer cogitava pensar o contrário.