2° Reencontros

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Caroline

Eram cinco da tarde e eu não aguentava mais olhar para o teto do meu quarto.O cheiro de mofo e a bagunça estavam fazendo eu ficar ainda mais sufocada.

Decidi então que sairia um pouco.

Peguei a bicicleta velha do outro dia e algumas coisas e sai.

Minha mãe mais um vez se encontrava dormindo e o Steve?Sei lá Deus aonde ele está.

Comecei a andar pelas ruas enquanto tocava 505 do Artic Monkeys nos meus fones.

Cantarolando a música nem ouvi quando alguém gritou meu nome.

Só percebi quando estava no chão.

-Você matou a garota-Uma loira falava dramaticamente com as mãos na cintura

-Matei nada-Uma outra garota se aproxima-Caroline?

-Eu?

Levantei meu olhar e vi as duas em cima de mim

Era ela.

Rue.

Uma das minhas únicas amigas na época de escola.

Um sorriso se formou em meu rosto.

-Rue-Falo rindo me sentando

-Garota,você tá louca de andar nessa velocidade?-Ela pega em minha mão e me levanta

-Você conhece a vítima?-A garota loira estreita os olhos

Rue a olha.

-Somos amigas-Rue fala

"Somos amigas"

Sinceramente achei que ela iria me apresentar como uma conhecida ou colega de escola.

Levantei minha bicicleta.

-Bom,sou Caroline-Digo a loira que sorri

-Me chamo Jules-Ela sorri

A garota tinha cabelos loiros com mechas rosas que estavam um pouco desbotadas e usava um vestido florido que eram da mesma cor que suas mechas.

-Quer dar uma bandas com a gente?-Rue convida

Olhei para a loira que tinha uma expressão de convidativa

-Claro-Dou de ombros

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Horas depois de deixarmos Jules na casa dela,era apenas eu e a Rue.

-Sinto muito pelo seu pai-Ela comenta

-Fazer oque-Suspiro e viro o rosto

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Meu pai havia morrido de overdose a uns dois meses atrás.

Quando voltava da escola em um fim de tarde,percebi minha rua cheia de carros de polícia e ambulâncias.

Assim que coloquei meus pés na calçada todas as pessoas começaram a me olhar e cochichar entre si.

"tadinha"

"tão novinha"

"sinto pena"

Assim que entrei em casa vi o corpo do meu pai envolto de uma poça de sangue.

A casa estava um completo caos assim como minha cabeça naquela hora.

Eu não tinha reação.

Uma mulher pega em meu ombro e me faz olhar para a mesma.

-Querida precisamos conversar-Ela diz

Meu pai havia tido uma overdose e acabou batendo a cabeça na pia da cozinha enquanto preparava mais uma de sua drogas.

E depois disso toda a minha vida se voltou a "filha do homem que teve uma overdose".

E era por isso que havia voltado para morar com minha mãe.
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Não contei a Rue sobre a overdose,apenas que ele havia batido a cabeça da pia.

Ultima coisa que queria era aquele olhar de espanto e pena,o mesmo olhar que tive que enfrentar durante todo esses meses.Além das frequentes frases como, "Você está bem?" ou o famoso"sinto muito".

-Merda,são sete e meia-Ela resmunga—Preciso pegar uma coisa vem comigo?-Ela levanta da calçada

-Claro

Peguei a bicicleta e a segui.

Amor e Caos - FezcoOnde histórias criam vida. Descubra agora