— Ok, Romanoff. A centrífuga será acionada em 40 segundos, perda de consciência e náusea é normal nessa parte do processo. Aproveite a viagem. — Wanda lançou um último sorriso para a ruiva antes de acionar a máquina. E como a morena havia previsto, Natasha perdeu a consciência pouco antes da centrífuga atingir sua velocidade máxima.
Wanda Maximoff havia descoberto há alguns anos um novo planeta com uma atmosfera idêntica à terrestre, e agora, estavam em fase final dos testes para finalmente enviar astronautas até o planeta que a morena batizou de Alianovna-14. A equipe destinada a esbravejar a nova descoberta da cientista estava sendo treinada de maneira rigorosa. Natasha Romanoff, Pietro Maximoff, Clint Barton e Anthony Stark embarcariam em direção ao planeta Anianovna-14 sob o comando do capitão Steve Rogers em alguns meses.
— Eu acho que vou vomitar. — Pietro murmurou assim que viu a velocidade que a centrífuga atingiu.
— Faz isso pra lá, acabaram de limpar o chão. — Wanda disse fazendo anotações enquanto caminhava em direção à ruiva. — Oi, Natasha. Você foi ótima lá dentro.
— Eu não tenho certeza disso, mas eu acho que desmaiei. — Natasha disse caminhando com certa dificuldade devido ao recém desmaio.
— Desmaios e náuseas são normais nessa fase, Romanoff. — Wanda percebeu o leve desequilíbrio da ruiva, e gentilmente ofereceu sua mão direita como apoio, que foi prontamente aceita.
— Obrigada. Prometo trazer uma pedra bem legal pra você desse planetinha. E se tivermos sorte ainda vem com musgo alienígena. — A ruiva zombou enquanto se sentava em uma maca para ser avaliada pelos médicos.
— Muito gentil da sua parte, Romanoff. E se chamar o Alianovna-14 de planetinha de novo eu juro que raspo o seu cabelo. — Disse Wanda, com um sorriso sarcástico no rosto.
— Bem que estou querendo mudar o visual. E é muito estranho esse planeta ter o meu nome do meio, já te disse isso? — Rebateu a ruiva enquanto sua pressão era aferida.
— Sempre que tem a oportunidade. E eu não fazia ideia que esse era o seu nome do meio. Agora tenta descansar, Srta Alianovna. — Wanda deu ênfase no sobrenome e voltou sua atenção à centrífuga, que nesse momento estava sob o uso de Pietro Maximoff.
Wanda e Pietro Maximoff compartilhavam desde pequenos a mesma paixão pela astronomia, e tamanha foi a surpresa de seus pais quando os dois conseguiram uma bolsa de estudados na NASA com apenas 16 anos de idade. E agora, ambos aos 32 anos, estavam finalmente se preparando para a missão de suas vidas. Pietro, ao contrário da irmã, sempre teve o sonho de deixar a atmosfera terrestre. E nenhuma missão seria mais importante do que provar a recém descoberta da irmã para o mundo. Já Wanda, sentia sua visão escurecer somente com a ideia de entrar em um foguete rumo a um lugar onde o oxigênio não existe. E por está razão, prefere os cálculos e o conforto de seu laboratório. Apesar de serem cúmplices na maior parte do tempo, havia momentos que Wanda desejava esganar o irmão. Como agora, no momento que saiu da centrífuga.
— Eu vi o seu sorrisinho pra ruiva. — Pietro disse um pouco enrolado devido a tontura causada pela centrífuga.
— Do que você está falando? — Wanda disse de maneira nervosa enquanto fazia anotações em seu tablet.
— Eu não sou burro, sabia? Quem acredita nessa história que você não sabia o nome do meio dela? — Com um sorriso no rosto, o garoto platinado zombou da irmã.
— Que você não é burro é informação nova pra mim. Agora cala a boca antes que eu te mande pro espaço antes do tempo. — Wanda sussurou tentando não chamar atenção de mais ninguém, o que foi inútil, já que Tony chegou no exato momento.
— Por que estão sussurrando? — o mais velho disse se intrometendo.
— Eu estava contando pra ela que ninguém acredita nessa história de que ela não sabia qual era o nome do meio da ruiva. — Pietro murmurou.
— Eu acredito... Espera, então não foi por acaso? Wandinha, você precisa conversar mais com o seu amigo! — Tony disse com um sorriso no rosto, abraçando a morena pelo pescoço. — Eu faço a ponte pra você, não se preocupe Wandinha. O tio Tony resolve.
Wanda lançou um olhar mortal para o irmão, ao mesmo tempo que acertava uma cotovelada certeira nas costelas de Anthony para se livrar do abraço, deixando a dupla gargalhando atrás de si.
Desde que a equipe foi escolhida, Wanda se viu encantada pela ruiva. Mas disse a si mesma de que não passava de uma admiração pelo currículo da cientista, que de longe se destacava em meio aos demais. Mas, ao contrário do que seu irmão dizia, Wanda ainda não nutria sentimentos românticos pela russa. Afinal, todas as vezes que se encontraram foi nas paredes límpidas dos laboratórios da NASA e algumas vezes no elevador, quando trocaram cumprimentos cordiais e apenas isso.
E somente agora, praticamente às vésperas do lançamento, as duas estavam passando mais do que alguns minutos na companhia uma da outra. E a Maximoff estava adorando conhecer um pouquinho a mais da personalidade enigmática que Natasha insistia em esconder muito bem atrás de suas orbes esverdeadas.
Do outro lado da moeda, Natasha fazia de tudo para conseguir chamar uma atenção que não sabia que tinha. A postura extremamente profissional de Wanda afastava qualquer investida que a ruiva poderia dar. Os motivos eram claros em sua cabeça. O primeiro, respeitava os limites impostos pela Maximoff, e o segundo, temia ser cortada do lançamento por dar em cima da chefe do laboratório. Um suspiro deixou os lábios da Romanoff enquanto observava de longe a morena rir com Victor, ou Visão, como era carinhosamente chamado pela equipe do laboratório. O homem era um dos engenheiros responsáveis pelo foguete que a levaria para o espaço e um admirador confesso de Wanda Maximoff. Talvez seja esse o motivo de Natasha não se dar bem com o loiro.
— Quer um babador? — Clint sussurrou próximo a orelha da ruiva, enquanto media a temperatura da amiga.
— Se você tiver um no seu bolso agora eu vou querer. E eu estou bem, para com isso. — Natasha disse tirando o termômetros de sua boca.
— Não posso mais cuidar da minha amiga? — Clint se fez de ofendido.
— Não. Deixa pra fazer isso quando os aliens me atacarem. — Natasha provocou o amigo, que tinha como a sua maior preocupação encontrar vida inteligente no Alianovna-14.
— Já falei pra você parar de brincar com isso, Nat. — O homem ralhou guardando o seu termômetro.
— Medroso. — Natasha zombou do amigo com um sorriso divertido no rosto, enquanto observava a forma atenciosa que Wanda explicava tudo para Visão e Peter Parker, o jovem estagiário com um futuro brilhante. — Se eu fosse uma estagiária ela me daria tanta atenção assim?
— Provavelmente. Estagiários são bebês que precisam de atenção constante. — Clint respondeu com os olhos vidrados na morena.
— Eu também preciso de atenção constante. — Natasha pontuou encarando a morena, exatamente como Clint fazia.
— Então para de chorar e chama ela pra sair.
— Eu não. — Natasha observou a morena por mais alguns segundos, até a atenção de Wanda cair sob os dois a encarando de uma forma nada discreta. Como uma orquestra ensaiada, os dois viraram o pescoço no mesmo instante para a esquerda, arrancando um sorriso contido da Maximoff.
E assim, com olhares discretos e sorrisos tímidos a rotina das mulheres era traçada diariamente. Nenhuma das duas ousava quebrar a barreira profissional que se instalou desde o primeiro contato entre as duas, assim como nenhuma tinha plena certeza do que sentia. E talvez procurar as respostas nas estrelas fosse a solução para as aspirantes a amantes.

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙪𝙣𝙙𝙚𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝙨𝙖𝙢𝙚 𝙨𝙩𝙖𝙧𝙨 - 𝘸𝘢𝘯𝘵𝘢𝘴𝘩𝘢
FanfictionUm novo planeta descoberto pode mudar para sempre o ciclo da humanidade. Afinal, um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade. Wanda Maximoff havia descoberto um novo planeta com uma atmosfera similar a terrestre. Natasha Roman...