SN.
A ideia que Yoongi me propôs mais cedo ainda ecoava na minha mente. Me deixava ansiosa, assustada... e estranhamente empolgada. Algo dentro de mim dizia que funcionaria, mesmo que eu não soubesse explicar como ou por quê.
Depois que os rapazes foram embora, subimos para o andar de cima. A casa parecia mais silenciosa, mais íntima. O som dos nossos passos abafados no carpete. O peso da tensão pairando entre nós.
- Yoon... - chamo, com a voz baixa, um pouco tímida, parando no corredor.
Ele já ia entrar no quarto quando se vira para mim. Seus olhos me encaram, atentos.
- Sim?
- Eu... posso dormir com você hoje?.- pergunto, sentindo meu rosto esquentar. Meu coração bate tão alto que parece ecoar.
Yoongi fica em silêncio por alguns segundos. É como se estivesse processando o que ouviu. Depois, assente devagar, engolindo seco.
- P-pode...
Sorrio com o canto dos lábios, tentando disfarçar o nervosismo. Levo a mão à maçaneta do meu quarto.
- Eu vou tomar um banho e já vou, então.
Fecho a porta e encosto as costas nela. Respiro fundo. Minhas mãos estão tremendo um pouco.
Entro no banho e deixo a água quente escorrer pelo corpo. Me lavo com calma, tentando acalmar o turbilhão dentro de mim. Depois passo os cremes que sempre uso, cuido da pele, da respiração, da coragem.
A única lingerie limpa que tenho é delicada, preta, rendada. Não tenho muita escolha, a maioria das roupas aqui foram compradas por Yoongi. Então visto a peça, respiro fundo, e coloco por cima uma blusa larga, que cobre quase tudo. Calço minhas pantufas, e encaro o espelho uma última vez.
Meus olhos brilham, nervosos. Meu corpo inteiro pulsa.
Caminho até o quarto dele e bato suavemente na porta. Ele responde com um "entra" abafado. A luz do abajur ilumina o quarto com um tom âmbar, suave, íntimo. Yoongi está de costas, mas quando se vira, meu coração dá um salto.
Ele está sem camisa, vestindo apenas um short de dormir. O peito nu, o abdômen definido, os ombros largos e a pele clara contrastando com a sombra do quarto. A visão me faz prender a respiração.
Ele percebe meu olhar fixo e franze levemente a testa, coçando a nuca, visivelmente constrangido.
- Você se importa...?.- pergunta, a voz baixa, quase tímida, enquanto faz menção de pegar uma camiseta sobre a cadeira.
Eu sacudo a cabeça rápido demais, quase atropelando a resposta:
- É... é... não. Não me importo.
Um sorriso sem jeito aparece no canto dos lábios dele, e ele solta um suspiro aliviado, largando a camiseta de volta no lugar. Caminho até a cama e me enfio debaixo das cobertas, o rosto em chamas, tentando esconder o jeito como meus olhos ainda voltam a encará-lo.
Yoongi se aproxima e se deita também. A cama balança levemente com o peso dele.
- Não vai tirar a blusa?.- pergunta, já apagando a luz principal, deixando apenas o abajur aceso, com aquela luz suave que desenha nossos contornos na penumbra.
- N-não... - respondo, a voz quase falha. Meus dedos apertam o cobertor. O peito sobe e desce com pressa.
Ficamos em silêncio por alguns segundos. Mas não é um silêncio vazio, é um campo elétrico. Um calor abafado. Uma bomba prestes a explodir.

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O leilão
FanfictionMin Yoongi foi o meu primeiro amor. E também o meu maior sofrimento. Éramos dois jovens tolos que acreditavam que o amor bastava para enfrentar o mundo. Mas meu pai fez questão de me provar o contrário. Ele arrancou Yoongi da minha vida com a mesma...