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Dia seguinte

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Dia seguinte. Eu estava morta para ir à escola. Não queria ir. Meu celular tocou e eu tapei minha cabeça na intenção de só deixar ele tocar. Ele continuou tocando e eu apenas encarei a tela que tinha o nome "Noah". Revirei os olhos e desliguei o celular por completo, o deixei em cima da cama e desci para a cozinha.

— Bom dia. — Tia Laura colocou uma panqueca doce no prato e o pôs em cima do balcão. — Meu Deus, você está horrível. O que aconteceu?

— Muito obrigada, e bom dia pra você também. — Murmurei me sentando. — Onde está minha mãe?

— Saiu a procura de uma casa. Ela melhorou do coração partido.

— Diz pra ela me passar a receita do que ela tomou, depois. — Sorri colocando chantilly por cima das panquecas.

— Tá tudo bem meu amor?

— Tá. É só...um garoto. Ele é estranho, mas eu consigo resolver isso sozinha. — A encarei. — Eu sempre consigo.

— Ele te machucou? Eu vou caçar ele. — Ela olhou irritada.

— Não. É, mais ou menos. Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas talvez hoje isso se explique.

— Certeza? — Ela pergunta e eu apenas assenti. — Então termina de comer e vai se arrumar.

[...]

Eu agora entrava pelos portões da escola. Suspirei agarrando as alças da mochila e afirmei o passo. Segui para a minha sala, onde as garotas estavam. Elas me olharam com uma cara pior que a de ontem.

— O que ele fez agora? — Questionei largando a mochila.

— Ele tá no vestiário com a Hina, mas não é só isso. — Elas se olharam preocupadas. — A gente achou isso na mochila da...querida Hina. — Sofya me entregou algumas fotos. Eram fotos minhas e de Noah, no vestiário a alguns dias atrás.

— Merda. — Resmunguei vendo todas elas. — Uh, saí bem nessa daqui. — Zombei.

— É sério que você não tá preocupada?

— O Noah é o velhote aqui. Eu sou apenas uma garota de dezessete anos que foi forçada por um homem de vinte e seis a ter um relacionamento com ele. Ele é quem vai se ferrar.

— Pensei que gostasse dele.

— Ele tem sido muito idiota. Ainda se a Hina tivesse chantageando ele com isso. — Joguei as fotos em cima da mesa. — Mas não. Se ela tivesse, eles não estariam no vestiário agora. O Noah tá pegando ela porque quer.

— Ela gosta de um compromissado né. — Joalin entrou na sala. — Que garota, puta merda. — Todas nos olhamos assustadas. — Relaxa, eu tô do lado de vocês.

— Não tem lado Joalin. — Falei. — Isso foi um erro e ele acabou aqui. Hina e Noah que se fodam daqui pra frente. — Caminhei até as fotos e as rasguei. — Só vou fazer isso pra previnir que meu pai não veja. Minha mãe tudo bem, mas ele me mataria.

— O celular. — Joalin se aproximou. — Ainda tem o celular dela. Ela pode muito bem revelar as fotos de novo.

— Merda. Eu esqueci desse ponto. — Engoli seco. — Eu tô fudida.

— Relaxa. Enquanto ela estiver dando pro Noah, vai ficar suave. — Heyoon  disse. — E é nesse momento de glória dela que a gente vai pegar o celular e apagar as fotos.

— A gente vai quebrar ele. A gente vai destruir o celular. — Reformulei.

— Melhor ainda.

— Melhor ainda

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