capítulo 5

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Larissa

"...quem diria? Mó prazer te conhecer
Um belo dia tá hoje pra te fuder
Ela é espetacular, é a mulher Kama Sutra
Vai fazer comigo várias posição maluca..."

Quando o MC começou a cantar, todos foram pra perto do palco, apreciar a vista.

A Gaby avisou que iria no banheiro, e falou pra eu ir pegando mais bebidas. Murmurei um "certo", já caminhando na direção do bar.

Olhei a hora na tela do meu celular, vendo que já passava alguns minutos desde que a Gaby tinha saído.

Tomei a minha bebida rapidamente, olhando o quão gato o cantor era. Ri dos meus próprios pensamentos e paguei pelas bebidas, indo procurar a Gaby. Bufei, após quase cair de cara no chão. Eu já estava beem tonta por conta da bebida, oq não combinou nadinha com o meu salto agulha.

Misturar salto e álcool nunca dá certo.

Após quase pagar maior micão caindo no meio do baile, resolvi ir pra casa.

Gaby vadia me embebedou e me deixou no baile sozinha.

Fui cortando pelas vielas e logo estava em um beco que fica bem perto da minha casa. Vou atravessando o mesmo devagar, quando sinto um solavanco e logo sou arrastada pro fundo do beco.

Xxx- Olha só, a quebrada tá sendo muito bem frequentada- me encostou na parede, dando um beijo no meu pescoço.

Tentei o empurrar, mas ele era bem mais forte que eu. Em um movimento rápido, dei um tapa na cara dele, que me olhou com os olhos transbordando ódio, desferindo um soco na minha cara.

Levei a mão ao local agredido, sentindo meu rosto queimar.

Eu- Sai!- gritei, quando ele começou a tentar tirar minhas roupas.

Em meio aos meus gritos, senti seu corpo ser puxado com brutalidade pra longe do meu.

Arregalei os olhos, ao ver o homem ser jogado com força contra a parede. eu reconheci o cara que jogou ele no chão, era o cara do futebol 

Xxx- Filho da puta- murmurou, levantando a cabeça pra olhar o homem- patrão- arregalou os olhos, gaguejando.

Patrão- Que porra tu acha que tá fazendo, caralho?- chutou as pernas do homem.

Xxx- A gente só tava se divertindo, nada de mais, né?- me olhou, desesperado pra que eu concordasse.

Patrão- Tu ia estuprar ela, filho da puta- esbravejou, chutando novamente a cara do homem que estava estirado no chão.

Xxx- Jamais, chefe- negou com a cabeça- o senhor viu errado- engoliu a própria saliva, com medo.

Patrão- Tá me tirando pra louco, Zé buceta? Tu vai levar o teu já já- murmurou, tirando o radinho da cintura.

Poucos minutos depois um carro foi parado na nossa frente, e dois homens saíram de dentro dele.

Eu consegui reconhecer um, era o mesmo cara da sorveteria.

Os três começaram a conversar, logo desviando o olhar pra mim, oq fez o tal "Patrão" bufar.

O cara que tentou me agarrar, foi jogado com força dentro do carro.

Xxx- Bora, fia- o menino da sorveteria estendeu a mão pra mim.

Segurei a mão dele, o seguindo até outro carro.

Fiquei calada por todo o trajeto, sentindo as lágrimas quentes escorrerem pela minha bochecha.

Abaixei a cabeça, encarando o não tão pequeno rasgo que ele fez no meu vestido. Só queria tomar um banho, pra ver se o cheiro daquele nojento saía de mim.

O menino parou em frente uma pequena casa, abrindo a porta do carro pra mim.

Eu- De quem é essa casa?- perguntei, o seguindo pra dentro da mesma.

Xxx- O quarto fica alí, lá tem banheiro e tem umas roupas no armário- falou, ignorando a minha pergunta.

Eu- Obrigado- agradeci, caminhando na direção do quarto que ele falou.

Após tomar um banho gelado, fui procurar uma roupa que coubesse em mim. Optei por vestir um short e uma camiseta grande, provavelmente era masculina.

Eu- Tem algum remédio pra dor?- perguntei, saindo do quarto.

Xxx- Vou pegar, marca cinco- resmungou, levantando do sofá.

Em alguns minutos ele se aproximou com a cartela de remédios e uma garrafinha de água.

Eu- Valeu- agradeci, tomando o remédio.

Xxx- Eu tô metendo o pé, mas pode pá que amanhã eu vou encostar aí pra levar tu pra casa- me olhou, desviando a atenção do celular.

Eu- Eu vou ficar aqui sozinha? Nem conheço você, não sei de quem é essa casa, e se...- ele me cortou.

Xxx- Tu tá segura aqui! Um agradecimento já bastava- resmungou, guardando o celular no bolso.

Eu- Eu sou muito grata, sim. Mas, não te conheço. Como vou confiar?- arqueei uma sobrancelha.

XXX- Sou o Piloto, suave?- mandou um joinha com a mão- pronto, agora que tu já me conhece eu vou imbicar daqui- falou, abrindo a porta da sala- fé pra tu, mina!- foi a última coisa que ele disse, antes de sair.

É horrível ficar em uma casa que você não conhece, mas sigo plena!

Suspirei, agradecendo a Deus pelo livramento e volto pro quarto. Não demorei a pegar no sono.

Xxx- Acorda, princesa. Eu vim te ver- sorriu, passando a mão no meu corpo.

Eu- Me solta, sai- eu gritava, me debatendo.

Xxx- Você é minha- puxou minha blusa, fazendo ela se rasgar inteira na sua mão.

Eu- NÃO- acordei gritando, desesperada.

Suspirei, percebendo que tinha sido apenas um sonho.

Percebendo que não conseguiria voltar a dormir, resolvi levantar.

Após fazer minha higiene no banheiro do quarto, saí do mesmo e encontrei o Piloto largado no sofá, fumando.

Eu- Bom dia- cocei meus olhos.

Piloto- Tem comida na mesa- me olhou, logo desviando o olhar novamente.

Quando cheguei na cozinha, abri a boca observando o tanto de coisa que ele comprou pra eu tomar café. Aquela comida dava pra alimentar o morro todo.

Tomei café calmamente, lavando oq sujei assim que terminei.

Piloto- Bora, vou te deixar em casa- ele me olhou, encostando no batente da pia.

Assenti, terminando de lavar meu copo e me virei, subindo pro quarto.

Depois de pegar minhas coisas, ele me deixou em casa de carro. O caminho inteiro foi de silêncio.

Eu- Eu queria te agradecer por ontem, quero agradecer o outro cara que me ajudou também! Se não fosse vocês, nem sei oq teria acontecido comigo- suspirei, desviando o olhar.

Piloto- Fica na paz, sem neurose- balançou a cabeça.

Saí do carro, sentindo seu olhar novamente queimar minhas costas. Neguei com a cabeça, entrando em casa.

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