4.involuntary.

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Nos dias seguintes, eles se falaram todos os dias. Na semana seguinte, também, e assim foi na semana depois dessa.

Á aquela altura, Lexi não conseguia fazer mais nada sem que quisesse automaticamente contar para Fezco. Não conseguia assistir à um filme legal, ver algo engraçado na rua ou ficar sabendo de alguma coisa surpreendente sem que pensasse no próximo segundo: "Nossa, Fez iria adorar saber disso".

Agora, ela já sabia utilizar um milhão de palavras para defini-lo: Não era apenas 'complexo', era engraçado, cuidadoso, ansioso demais e gostava de séries de TV extremamente ruins e de uns filmes de cowboys do início dos anos 70.

Também ficou sabendo sobre sua parte escura. Haviam dias que ele parecia estressado, culpado, e haviam dias em que ela o observava de longe entregando pequenos ziplocks cheios de pó para jovens burros da escola dela. Ele nunca a cumprimentava nestes dias.

Uma coisa que aprendeu sobre Fezco era que ele faria o que precisava ser feito, não importava o que acontecesse. Não importava se custasse um pedaço de quem ele era.

Em uma daquela semanas, eles combinaram de se encontrar. Fez ainda tinha um olho roxo e um corte pequeno no lábio graças a surra que tomou, mas estava bem melhor.

A noite estava especialmente estrelada, e os dois dividiam um baseado deitados sobre o capô do carro dele, tentando juntar os pontinhos lá no céu e formar constelações que não conheciam.

- Aquelas ali, se juntar aquele montinho e juntar as duas embaixo - Disse Fez, apontando para o céu. - fica parecendo uma privada.

- Não, não parece. Parece um cachorro.

- Já é o terceiro cachorro que você vê esta noite, Lexi.

- Mas realmente parece. Olha só, as orelhinhas e as patinhas ali...

- Você tem que parar de fumar maconha.

O celular dele tocou, e Fez atendeu com uma cara preocupada, verbalizando apenas: "Sim", "Uhum", "Ok", e terminando a chamada com "Você sabe o que fazer, me liga se algo acontecer".

- Era o Ashtray. - Ele disse, desta vez pra ela. - Ele disse que parece que tem alguém rondando a casa.

- Você tem que voltar?

- Não, até porque provavelmente sou eu quem esses caras querem. Ash sabe o que faz, ele tem uma arma escondida no sofá. - Disse, casualmente, como se Ash não tivesse 12 anos. - Isso provavelmente é coisa daquele Cal.

Lexi riu, tragando o baseado em seguida e cuspindo a fumaça no ar.

- Você e sua teoria de que o Cal Jacobs é o diabo.

- Aquele cara é maluco, e está me deixando maluco também. Agora eu carrego uma arma pra onde quer que eu vá, me sinto um bandido.

- Você tem uma arma aqui?

- Seria estranho se eu dissesse que sim?

Ela passou o cigarro para Fez, mas antes o olhou nos olhos e disse:

- Posso ver?

- Você é maluca, Lexi Howard.

- Nunca vi uma arma tipo, na vida real.

- Não vou deixar você brincar com armas, Snoop Dogg.

- Por favor, por favorzinho.

Lexi observou o garoto revirando os olhos e permanecer determinado a negar o seu pedido, mas permaneceu encarando-o com cara de cachorro que caiu da mudança até que ouvisse o que queria:

Extraordinary - Fez&LexiOnde histórias criam vida. Descubra agora