Thomas corria desesperadamente, seus pés batendo no chão com força, levantando pequenas nuvens de poeira enquanto seus olhos buscavam freneticamente por Vitor. O sol do meio-dia brilhava intensamente no céu azul, tingindo o cenário ao redor com um calor abrasador. O suor escorria pelo rosto de Thomas, misturando-se às lágrimas que teimavam em inundar seus olhos.
A paisagem ao seu redor parecia se distorcer, o ar tremulava como se estivesse sob o efeito de um calor sufocante. As árvores se transformavam em borrões verdes e o vento sussurrava em seus ouvidos, carregando consigo uma sensação de urgência. O coração de Thomas batia forte em seu peito, parecendo ecoar por todo o ambiente, criando uma trilha sonora intensa para sua corrida desesperada.
Enquanto corria, imagens das pessoas que haviam partido dançavam diante de seus olhos, como um turbilhão de memórias misturadas com sentimentos profundos. O rosto gentil de Viviane, sua professora de matemática, aparecia em sua mente, suas palavras ressoando como um mantra reconfortante.
- Você é livre, garoto! - sussurrou Viviane, sua voz carregada de bondade. - Aproveite a liberdade que conquistou!
Logo em seguida, a imagem de Madu, sua amiga fiel, surgia, trazendo consigo uma onda de tristeza e saudade. Seus olhos expressavam uma mistura de alegria e pesar enquanto ela dizia:
- Parabéns, meu amigo! - disse Madu com um sorriso triste. - Apenas não nos abandone, lembre-se de nossa família.
As lágrimas escorriam pelo rosto de Thomas, misturando-se ao suor, enquanto suas emoções transbordavam. Outra voz surgiu, suave e distante, mas carregada de apoio.
- Você consegue, Thomas! - sussurrou Angélica, sua voz ecoando como um eco suave. - Você sempre foi capaz de superar qualquer obstáculo.
À medida que Thomas corria, mais vozes se juntavam à sinfonia triste de lembranças. Cada uma trazia consigo um fragmento de memória, um toque de vida que ecoava em seu ser.
- Você é forte, Thomas! - disse Jhuly, sua voz cheia de determinação.
- Não desacelere, meu amigo! - encorajou Lucyo, sua voz cheia de vigor.
- Eu gostaria de ter passado mais tempo com você... - murmurou Renê, sua voz repleta de arrependimento.
- Que belo lugar esse deve ser... - disse Anny com um suspiro.
- Cuide bem do meu irmão, Thomas! - implorou Billy com uma voz cheia de carinho.
- Ah, como eu gostaria de comer agora... - brincou Sasha, sua voz cheia de fome.
- Se eu fosse tão esperto quanto você, talvez ainda estivesse aqui... - lamentou Naldo.
- Essa agonia... não sei o que estou fazendo aqui... - sussurrou Maycon.
- Quem é Sol Brendon? - perguntou Cato, sua voz cheia de curiosidade.
- É Sol Benson, e eu entendi a referência! - respondeu Tino com uma risada.
Thomas continuou a correr, suas pernas movendo-se freneticamente enquanto ele ouvia mais vozes se juntando à sinfonia triste de lembranças. O cenário ao seu redor também se transformava, como se estivesse imerso em um sonho febril. As árvores ganhavam contornos etéreos, suas folhas parecendo brilhar com uma intensidade sobrenatural. O vento soprava com mais força, como se estivesse impulsionando Thomas adiante em sua busca incansável.
- Eu era maravilhosa, não era? - perguntou Mara com uma pontada de vaidade. - Pena que não pude brilhar mais, teria sido uma ótima modelo.
- Você precisa salvar Vitor, irmãozão! - encorajou Chuck com uma voz cheia de determinação. - Ele precisa de você, assim como todos nós.
- Acreditamos em você até o final! – Falou Charlie em meio a seu sorriso radiante.
- Olha só onde você está! – Disse Nelson – Bem além do que qualquer um de nós poderia imaginar!
- Não pare de correr, Thomas! – Sussurrou Eduarda – Seu amigo depende de você!
- Se você fizer alguma besteira, eu te mato! – Concluiu Mateus.
A imagem de Nina se formou na mente de Thomas, fazendo-o soltar um leve sorriso. Junto dela, as imagens do rei Evandro, Paige, Irla, Yamilla e Vinicius também sorriam, desta vez, suas risadas ecoavam como sinos distantes, como se estivessem se divertindo em algum plano além da compreensão humana. Thomas parou sua corrida por um breve momento, buscando descanso enquanto as vozes de todas as pessoas que haviam partido pareciam não parar.
Os arredores se transformaram em um cenário de tirar o fôlego. Um campo florido estendia-se à frente de Thomas, com uma profusão de cores vibrantes. Rosas e lírios do campo adornavam o ambiente, espalhando seu perfume doce pelo ar. O sol, agora mais suave, pintava o horizonte com tons dourados, criando uma aura mágica ao redor.
- Com você eu fui feliz! – A voz trêmula de Gordon se sobrepôs às outras – Eu não sei o que eu faria sem você, agora acabou, você pode descansar, assim como todos nós!
As vozes continuaram a se sobrepor umas às outras, e Thomas lutava para absorver cada palavra, cada lembrança. E então, uma voz conhecida o interrompeu com um estalo de clareza, enquanto ele voltava a correr em direção ao seu melhor amigo!
- Pare! - gritou Eva com todas as forças de sua alma. - Pare de se culpar, Thomas! Você não teve culpa das mortes. Cada pessoa que partiu escolheu lutar por sua liberdade, sabendo dos riscos envolvidos. Eles acreditaram em você, confiaram em sua liderança. Não carregue esse fardo. Siga em frente, por todos nós.
As vozes se aquietaram, fundindo-se em um sussurro distante, e Thomas percebeu que Eva havia desaparecido. Uma última voz, suave e serena, ecoou em seus ouvidos.
- Levante a cabeça, meu filho... - disse Ray, sua voz se dissipando aos poucos. - Você é a nossa esperança.
Thomas ergueu a cabeça e avistou Vitor à sua frente, sentado em meio ao campo florido, rodeado por uma aura de paz e serenidade. As pétalas das flores balançavam suavemente ao sopro de uma brisa suave. A ansiedade tomou conta dele, suas pernas quase falhando ao se aproximar.
- Vitor... - disse Thomas com a voz trêmula.
- Sente-se ao meu lado, meu melhor amigo. - Vitor abriu um sorriso cansado, mas reconfortante. - Há algo que preciso te contar. Algo importante.
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O mundo não prometido: Guerra entre Mundos
FantasyPrepare-se para o clímax épico em "O Mundo Não Prometido: Guerra entre Mundos", o terceiro e último livro desta incrível saga! Quando a guerra contra os demônios deste mundo é oficialmente declarada, nosso herói Thomas precisa se manter firme e lide...