Annie Roy, uma detetive do 7º Distrito de New Orleans.
Uma investigadora, instigada a procurar o verdadeiro culpado das mortes recorrentes na cidade, principalmente após o massacre da residência Guerrera.
Será que ela conseguirá sobreviver a isso...
— Aí estão vocês. — Mamãe diz entrando com todas as pessoas da família na nossa casa. — Sumiram de repente!
Eu e Auggie, depois do que ele me disse viemos para cá, estávamos pesquisando sobre lendas durante horas, eu não podia mais ouvir a palavra sangue ou se não teria uma síncope.
— O ternudo perguntou de você. — Ray diz passando por mim subindo as escadas.
— Quem? — Questiono me virando para meu sobrinho que finge não escutar e continua seu caminho.
— Elijah Mikaelson. — Danielle fala animada segurando meu braço com um olhar tão arregalado que me causava medo.
— Achamos que ele está afim de você. — Chloe diz animada, mas controlável diferentemente de nossa irmã.
— Ele é um sociopata, eu tô dizendo e vocês não me escutam. — Papai diz trancando a porta e abaixando a cortina que cobria o vidro da porta, mas não sem antes dar uma olhada pelo quintal, todos nós olhamos para ele intrigado. — Que foi? Aquele cara tá me cheirando a sangue, muito sangue.
— Pai, para de drama, isso é porque ele tá interessado na Annie. — Danielle afirma.
— Nada a ver, mas ele é um sociopata. — Ele diz e vem até mim me entregando uma caixa da minha padaria preferida da cidade, ela ficava no Quarter então quase nunca saia de casa para ir lá. — Toma, querida, seu brownie favorito.
— Eu andei meio mundo, apenas porque a bebê da família não comeu nada hoje. — Chloe fala irritada.
— Teria comido se tivesse ficado. — Mamãe diz irritada.
— Vovó, o prefeito está na porta, quer falar com você — Lana e Ava dizem juntas, o fato delas serem gêmeas e falarem juntas ás vezes confundia minha cabeça, pelo menos conseguia diferencia-las pelas cores que usavam, Ava jamais usaria cores tão alegres quanto amarelo e laranja, diferente da irmã.
— O que o prefeito quer com a sua mãe? — Auggie sussurra no meu ouvindo.
— Faço a menor ideia. — Comento dando de ombros enquanto abro meu brownie.
— Papai, você sabe? — Ben questiona intrigado.
Nossa família tinha sido por muitas vezes parte dos políticos dessa cidade, mas fazia cerca de duas gerações que não éramos envolvidos em tudo isso. Mesmo assim ainda tínhamos nossas fundações, e financiávamos grande parte da cidade. Éramos ricos, mesmo que não pensássemos muito nisso no dia a dia.
— Faço a menor ideia, só sei que tem alguma coisa de reunir o antigo conselho da cidade. — Papai diz e vai até a porta da frente colocando o ouvido na parede para escutar melhor.
— Se tá no fundo do poço, cava mais um pouco. — Chloe diz indo para o lado do meu pai, junto com meus irmãos e cunhados, eu e Auggie reviramos os olhos continuando nossas pesquisas, quando eles escutam o carro do prefeito darem a partida saem correndo de perto da porta, alguns ficam na sala fingindo que assistiam algo na televisão e outros conseguiram correr até a cozinha e fingiam tomar água, mamãe entra na casa pálida e sobe para o seu quarto sem falar com ninguém.
— E aí? — Pergunto para o meu pai.
— Eu não entendi nada, eles falaram em código. — Ele afirma e sobe também.
— Acho melhor também irmos dormir, vou arrumar as crianças. — Danielle diz, logo todos estão dormindo, as crianças na sala e os adultos no andar de cima, eu e Auggie fechamos a porta entre a cozinha e a sala para que não atrapalhássemos as crianças enquanto estivéssemos trabalhando.
— O que fazem ainda acordados? — Mamãe questiona descendo as escadas do fundo, olho para o relógio notando que fazia cerca de quarto horas desde que todos tinham ido dormir.
— Pesquisando. — Auggie diz e se levanta indo em direção ao banheiro.
— Sobre o que pesquisam tanto?
— No começo lendas sobre a cidade, agora sobre os Mikaelson.
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— Annabeth Kristian Roy, pare de burrice, investigar os Mikaelson é o mesmo que cavar sua própria cova e depois atirar na cabeça para cair nela. — Ela diz praticamente gritando, estava muito irritada.
— Por que diz isso?
— Porque eles são poderosos, e gente poderosa mata.
— Por isso preciso saber o quão perigosos eles são, para não matarem mais ninguém.
— Você é surda? Na verdade um surdo escuta mais do que você, a porta entende mais, você vai parar de pesquisar sobre eles! — Ela grita.
— É o meu trabalho.
— E eu sou sua mãe, e estou mandando você parar.
— Eu não vou parar.
— A burrice tem um limite, e a sua acabou de ultrapassar todos, o quão idiota você pode ser? Por Deus, da para me escutar uma vez? Você vai parar de procurar. — Ela grita mais uma vez.
— Você queria que eu namorasse Elijah até ontem.
— Exato, isso foi ontem. Hoje eu quero que se afaste dele, se for possível jamais passe de novo por ele em sua vida.
— Ei, o que está acontecendo aqui? — Ben questiona e aí eu percebo que meus irmãos estavam na escada junto com meu pai e meus cunhados, as crianças estavam na porta com os olhos arregalados e Auggie parado no meio do corredor sem entender.
— Sua irmã e essa mania de não escutar o que não quer, ela vai se meter em tantas enrascadas que não vai conseguir sair, quando ela perceber isso vai estar até o pescoço dela. — Mamãe diz e sobe as escadas batendo os pés.
Foi aí que eu percebi, seja lá o que for que esteja acontecendo nessa cidade, minha mãe faz parte disso, ou vai começar a ser, ela sabe de algo, e infelizmente agora ela é uma das minhas suspeitas pela cidade. Eu sabia que a família do meu avô materno tinha ajudado a fundar a cidade, sendo assim sabiam de todos os segredos, mas não sabia quais segredos eram, e agora era o que eu mais queria saber.
E se minha mãe soubesse exatamente o que Elijah era? Ela não poderia esconder isso por muito tempo, em algum momento alguém perceberia, eu perceberia.
Desde o seu encontro com o prefeito ela estava irritada, como se tivesse descoberto algo que a fazia sair dos eixos. Seja lá o que foi, havia algo relacionado a tudo isso. A tudo isso que eu havia me metido.
