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*Quatro anos atrás*


  Parece que consegui mesmo entrar na faculdade.

Hoje é meu primeiro dia na faculdade de medicina veterinária, e estou mais ansioso e nervoso do que imaginava que estaria.

O que diriam meus professores do fundamental se vissem que eu realmente entrei em uma universidade? Seria, no mínimo, surpreendente para eles.

O espaço da faculdade é simplesmente enorme. Assim que você entra vê várias árvores, bancos de praça marrom, mesinhas de quiosque, e uma escada para entrar na parte interna.

Entro na sala de aula e sento ao lado de uma garota muito parecida com a do grupo de alunos de medicina veterinária, com quem eu troquei mensagens.

Ela tem os cabelos cor de mel, que às vezes na luz pode parecer até loiro, e os olhos esverdeados.

- Oi. Alice Santana? - virei-me e estendi a mão para cumprimenta-la.

- Olá! Sou eu. Você é o Nicolas Campos, não é?- ela apertou minha mão de volta e se virou para conversar comigo.

Ela tem muito cara de patricinha, mas também tem um sorriso gentil e sorri muito, o que torna suas feições mais carismáticas.

Durante a saída nós dois continuamos conversando, junto com outros alunos, também estudantes de veterinária, em uma das mesinhas de quiosques que ficava embaixo de um ipê amarelo.

Alice e eu saímos juntos da faculdade e descobrimos que temos muita afinidade. Ela gosta de festas quase tanto quanto eu, o que não é muito fácil de encontrar, e ainda gosta de animais também - o que se é de esperar de uma estudante de veterinária.

- Uma tatuagem de pata no dedo indicador fica bonito sim - afirma Alice depois que digo que não é um bom lugar para tatuar uma pata canina.

- Não sei, não... - provoco balançando a cabeça para a ideia dela. Seguimos para a calçada da faculdade. - Talvez no pescoço, - aponto para a lateral do meu pescoço - é um lugar onde pessoas misteriosas tatuariam - faço movimentos com as mãos para dar um ar de mistério.

- Vamos almoçar comigo em uma cafeteria muito legal, não é muito longe daqui, não - ela convida-me, repentinamente, e muito empolgada. - Quem almoça em uma cafeteria? - provoco ela. Comecei a rir dela e recebi um leve empurrão no ombro por isso. - Tudo bem, mas vamos no meu carro.

- Achei que nunca fosse oferecer - brincou rindo e seguindo-me em direção ao estacionamento.


★ ★ ★

Naquele dia acabamos passando boa parte da tarde na cafeteria. E depois disso fomos ficando cada dia mais próximos.

Foi, inclusive, indo na cafeteria com Alice que conheci as outras amigas dela, Luna e Camila. Depois disso eu já participava das noites de pizza no apartamento delas.

E Alice tornou-se minha parceira de tudo, festas, cinema, barzinho e faculdade. Ela é quase minha versão feminina, só que mais responsável.

Amor, livros, amigos e caféOnde histórias criam vida. Descubra agora