Capítulo 11 - Sweet illusion

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Carina DeLuca

"O que faz aqui?"

Aquilo só podia ser loucura, fechei os olhos algumas vezes para tentar ver outra pessoa. Mas era ela. Maya estava parada em frente à minha porta, com os braços encostados na soleira, usava um diferente vestido de hoje mais cedo, agora era azul, sobre ele, apenas seu sobretudo negro, aberto, mostrando o leve decote do vestido. Seus cabelos ainda estavam soltos, desgrenhados, e extremamente sexy. Eu a fitei por longos minutos, ela não parecia estar normal, talvez tivesse bebido, só isso explicava.

- Sra. O que faz em minha casa? – perguntei.

- O que eu faço? Vim atrás de explicações Carina, ou melhor, Marie.

No instante em que ouvi aquele nome sair de sua boca, eu senti todo o sangue do meu corpo parar, para logo correr sobre minhas veias, bombeando meu coração tão rápido, que podia ouvir suas batidas em meus ouvidos. Eu sentia meu corpo suar, a voz sumir, ela havia descoberto, a única dúvida era: como?

- Como a Sra...

- Não importa como eu descobri – ela foi rápida, e firme – Achou que iria me enganar?

Maya tinha um brilho diferente nos olhos, estavam escuros, e ferozes. Ela se aproximou de mim em passos lentos, me acuando entre a parede. Dei alguns passos para trás, até senti minha costa bater contra o concreto.

- Eu não tive a intenção...Maya.

- Foi bom? Brincar comigo desse jeito?

Eu não sei o que sentia naquele instante, Maya estava em minha frente com um sorriso diabólico, entrando em jogo no qual eu não conhecia. O que ela queria de mim?

- Não quis, apenas... aconteceu..- falei dando alguns passos para dentro do apartamento.

- Aconteceu...- ela repetiu.

Fiquei calada, enquanto a mesma me fitava.

- Você não devia ter feito isso DeLuca, não devia. – ela falou.

Eu sentia que meu coração queria rasgar meu peito, de tão forte que batia. Nesse exato momento eu estava encostada na soleira da porta, com a mulher cujo olhar era destruidor me fitava, ela tinha uma mistura de raiva, ódio, desejo e tesão.

Era possível em plena tensão eu me sentir atraída por ela?

- Eu sinto muito... – sussurrei.

- Não sinta, não se arrependa feito uma covarde. – sua voz era cortante. – Eu vou lhe ensinar a não mentir para mim.

Maya levou as mãos até meus cabelos calmamente, colocando as finas mexas para trás, deixando meus ombros livres. A mesma acariciou a pele desnuda, subindo pela extensão de meu pescoço, até chegar sobre meu rosto. Encarando meus olhos que gritavam por ajuda, ela sorriu maldosa.

- Maya...- sussurrei.

- Shii' – seus dedos foram de encontro aos meus lábios – Calada, acha que vai brincar comigo e sair impune DeLuca? Você não me conhece.

Ela falou tão próxima de mim, que eu pude sentir seu hálito sobre meu rosto, cheirava a uísque. Engoli em seco, quando suas mãos foram de encontro a minha cintura, apertando a mesma com vontade.

- Me desculpe...

Não havia perdão para Maya, ela agora me comia com os olhos, esperando o momento certo para me atacar feito um felino raivoso.

- Eu não desculpo ninguém! Eu vou te ensinar a não mexer comigo Carina.

- Eu não desculpo ninguém! Eu vou te ensinar a não mexer comigo Carina

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