Capítulo 45 - Sair, sim ou não?

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Carina Deluca POV

Cheguei à conclusão de que tenho uma espécie de atração descomunal a problemas. Nada pode explicar o fato de eu sempre estar envolvida em um. Quando tudo parece estar bem à vida trata de jogar uma pitadinha de emoção, ou melhor, confusão para dar uma animada na maresia calma.

Eu estava atrasada, o horário previsto para o ensaio já havia terminado e eu nem sequer estava dentro de um taxi indo para o apartamento de Maya, já que há horas atrás eu havia marcado com a mesma que dormiríamos juntas. Por Deus, tudo que eu precisava nesse momento era estar nos braços de minha mulher.

- O que você pensa que está fazendo? – Arizona perguntou rapidamente, segurando em meu braço impedindo que eu seguisse.

- Me larga. – Relutei.

- Por Deus, Carina! Não seja idiota.

Franzi o cenho em sua direção, pensando em como a mesma tem a ousadia. Ela revirou os olhos de forma tediosa e me puxou novamente para um canto mais afastado e escuto.

- Você pode parar e pensar?

- Eu estou pensando muito bem! – Exclamei raivosa.

- Não, você não está! Acha que vou fazer mal a você?

Eu parei por alguns instantes olhando nos olhos dela, e apesar de sua malicia evidente e seu jeito diferente. Arizona não era uma pessoa má. Eu a conhecia muito bem, sabia todas suas maias e seus jeitos. Eu suspirei pesado, deixando os ombros caírem.

- Você não entende que não quero problemas?

- Você não vai ter problemas, se fizer o que preciso. Ninguém vai saber de absolutamente nada.

- Eu já menti demais, Arizona. Como vou saber que está falando a verdade?

- E o que tem? Uma mentira a mais e outra a menos não faz diferença. Merda! Porque diabos eu iria mentir? – Exclamou ela se afastando, enquanto levantava as mãos para o alto.

Eu revirei os olhos, e bufei.

- É claro que faz, não vou dançar para você. Não vou mentir mais para Maya.

- Maya, Maya, Maya. – Disse irrita – Porque parece que o mundo gira em torno dessa mulher?

- Sabe de uma coisa? Eu sei uma maneira de resolver isso.

Ela virou em minha direção, com um olhar confuso.

- O que vai fazer?

Dei de ombros e virei em direção ao salão principal, seguindo rumo a sala de Nicole. Ouvi a mulher chamar ao fundo, mas nem sequer dei importância. Eu precisava dar um fim aquilo.

Bati seguidas vezes na porta de Nicole, sentindo meu coração acelerar. Eu estava decidida do que ia fazer, porém estava nervosa o suficiente para abortar um filho, se eu tivesse um é claro.

- O que houve? Que desespero é esse?

Perguntou me fitando de olhos arregalados e surpresos. Adentrei sua sala com pressa, ficando de costa para a mulher.

- Marie? – Chamou.

Eu respirei fundo, sentindo o ar entrar com dificuldade em meus pulmões. Tomar a decisão que tomei, e dizer a ela não era uma tarefa nada fácil. Eu ia contra tudo que aconteceu durante todos esses anos. Mas já não tinha mais jeito, a situação não poderia seguir assim.

- Eu preciso te dizer algo muito importante.

Nicole ficou em silencio por alguns segundos, me dando a chance de ouvi-la respirar fundo. A mulher lentamente se aproximou, em passos visivelmente calculados.

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