Capítulo 24 - Fuck You All The Time

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Maya Bishop POV

O caminho de volta seria longo, mas dessa vez não me importaria. Nada mudaria meu humor aquele dia.

Absolutamente nada.

Pensei ao fitar Carina sentada ao meu lado, a mulher parecia estar mais cansada do que nunca. Não era para menos, é claro. Nossas últimas horas haviam sido mais movimentadas do que o normal.

Sorri ao lembrar nossos momentos juntas dentro daquele quarto. Cada detalhe estava gravado em minha mente, como um filme. Cenas e mais cenas se repetiam constantemente provocando sorrisos idiotas.

"Oh, céus, Maya, não seja boba." – sussurrei para mim mesma negando com a cabeça.

Carina se remexeu no assento do carro com o barulho que cuidei de parar. A morena dormia serenamente encostada sobre a janela ao seu lado. Algumas vezes reclamava inconsciente pelo balançar do veículo.

Ajeitei uma pequena mexa de seus cabelos, fazendo a mulher soltar uma respiração profunda. Ela tinha feições tão delicadas, quase desenhadas à mão. Seus lábios eram modelados por deuses, rosados e carnudos. Uma morena de corpo e feições totalmente latinas, isso me era tão atraente.

Puxei com cuidado seu corpo para junto do meu, evitando que a mesma despertasse. E com o instinto, Carina se aconchegou nos meus braços rapidamente, acomodando-se da melhor maneira possível. O clima estava frio, mas eu a esquentaria. Peguei meu sobretudo cobrindo a mulher que quase tremia de frio. Depositei um pequeno beijo no topo de sua cabeça em forma de carinho e deslizei as mãos lentamente sobre suas costas. Era bom tê-la daquele jeito, Carina era o tipo de mulher que precisava ser cuidada, amada e desejada todos os dias. E eu poderia ser a pessoa a lhe oferecer tudo isso.

Pelo espelho pude ver Alfred nos fitar com um sorriso de quem entendia tudo ali. Ele seria testemunha de muitas coisas, como sempre foi. Mas eu confiava em Alfred, já faziam anos que eu tinha comigo, e jamais o mesmo havia me decepcionado.

- Se contar para alguém eu coloco você na rua.

Falei sorrindo para o senhor que riu fracamente.

- Não contarei a ninguém, Sra. Estou feliz por vocês.

- Está? – Perguntei confusa.

- Sim, sempre soube que isso terminaria assim.

- Como? E por quê? – Falei baixo para que Carina não acordasse.

- Eu apenas sabia. Olhares são o suficiente para percebemos o que acontece, senhora. E se me permite dizer, seu olhar para essa moça foi diferente desde o começo.

- Está tão obvio? – Perguntei confusa.

- Não, só sabe quem a conhece muito bem.

Eu nada falei.

Será que estava tão obvio? Eu não queria me apaixonar, eu não devia. Eu não me apaixonava.

Por que você tem que fazer isso comigo? Pensei olhando para Carina que nem sequer fazia ideia da confusão mental no qual me encontrava. Eu a queria, e eu a tinha. Mas e o resto? A empresa e todo mundo?

Eu amava aquele jeito meigo, o sorriso com a língua entre os dentes, mas ao mesmo tempo eu amava o jeito decidido e atraente. Aquela mulher era admirável, sua beleza, era inconfundível sua inteligência. Um dia eu ainda veria Carina na frente de um grande projeto. Tomando decisões feito uma boa empresária que eu tinha certeza que ela seria. Mas... e Marie? Ela ainda era dona de meus desejos, das minhas vontades, ela apenas havia dividido o posto com a morena em meus braços.

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