"Me sentia sufocado. Não tinha estabilidade para passar por aquilo logo agora! As lágrimas desciam pelas minhas bochechas e saiam pela minha bochecha como um pingo de chuva, já que meus passos eram largos por aquela calçada. Se eu controlasse o tempo, seria um vendaval.
O motivo? Depois de tanta luta contra o câncer, minha querida mãe não conseguiu suportar mais toda aquela dor. Ela havia falecido. Não consegui continuar ali por muito tempo, a realidade enfiava uma estaca no meio do meu peito, me matando lentamente.
Acreditava que fugir seria a melhor opção do que arcar com tudo aquilo e seguir com o meu luto de forma normal como qualquer pessoa fazia. Mas não, aqui estava eu, em Paris! Procurava um lugar longe para que pudesse colocar minha mente em ordem. O único problema é que eu não entendi merda nenhuma de francês e já estava começando a me estressar com o atendente daquela pousada.
— Monsieur, calmez-vous. Si tu continues comme ça, je vais devoir te sortir d'ici. - ele fazia gestos, mas que não fazia nenhum sentido. Minha cabeça estava cheia e ainda teria que me virar com a poha de um branquelo a pão francês.
— Se vira moço, é responsabilidade sua saber comunicar com estrangeiros. - disse apontando para sua cara, que me olhava assustado por falar de forma grosseira.
Ele desceu minha mão apontada em seu rosto, pegando o telefone fixo ao seu lado, discando um número. O olhava indignado, mesmo não entendendo o que fazia. Esperava que tivesse entendido o recado e estivesse dando um jeito de me recepcionar.
— Police/
— Vous n'avez pas besoin de ça, monsieur. Je vais résoudre ce malentendu. Juste un instant. - um cara de roupas pretas adentrou o local, interrompendo o atendente, que apenas confirmou com a cabeça, me olhando com a pior cara possível. Não que eu tenha tido tempo para prestar atenção na faceta do homem, já que estava sendo arrastado pelo braço até o lado de fora.
— Cara, você ficou louco?! Ele iria chamar a polícia. - ouvi o coreano de alguém depois de um longo tempo, podendo prestar atenção no homem à minha frente.
— Ele quem me tratou mal. - cruzei os braços, emburrado. Isto foi o suficiente para fazer o estranho à minha frente rir nasalmente. Pude observar o quão bonito era, tinha uma pose de badboy de filmes, mas ainda havia um charme que alcançava a inocência. Ele vestia uma camisa preta, junto de uma jaqueta preta de couro e calça jeans com rasgos, sendo completado por um coturno da mesma cor. Podia-se ver alguns piercings em sua orelha, deixando com aquele estereótipo de rebelde. Ele era bem bonito, para ser sincero. - Aish! Sou humilhado por um francês e feito de palhaço por um coreano.
— Me desculpe. Não foi minha intenção. - continuou com um sorrisinho. - Sou Jeon Jungkook. - estendeu sua mão para mim.
— Prazer, sou Min Yoongi. - apertei sua mão, o que de certa forma levou tempo demais para um aperto. - Ahn, eu realmente estou cansado e preciso de um lugar para ficar. Seria pedir muito para você conversar com alguém e arrumar um quarto para mim? Eu faço qualquer coisa.
— Pois hoje é seu dia de sorte. Como estou hospedado aqui, posso te dar uma mãozinha. Em troca, faça companhia para mim amanhã. - abriu seu sorriso, podendo ser notado seus dentes da frente um tanto quanto salientes. Parecia um coelho.
Por fim, conseguiu conversar com o atendente sem que houvesse mais brigas. Ele arrumou um quarto para mim, mesmo sendo notável que não tinha muito apreço com a minha presença. Não que eu ligasse, eu claro. Pude então descansar naquela noite depois de um dia tão corrido. Molhei meu travesseiro mais uma vez, sentindo saudades da minha tão querida mãe.
No outro dia, me encontrei com Jungkook novamente e pudemos desfrutar do café da manhã com muito baguete, croissant e bate papo. Decidimos turistar pela cidade dos casais e foi daí que conheci um pouco mais sobre o Jeon. Ele era mais novo que eu e parecia que tinha mais peso do que era perceptível. Também fugia como eu, mesmo que sua razão fosse outra.
Parecia como nos filmes. Já estava na fase de começar a herdar a empresa do seu pai e como um garoto tão novo, ele tinha seus sonhos e não queria arcar com uma responsabilidade tão grande. Até entendo um pouco, já que agora aquele hotel era meu e por um certo momento me senti mal por ter fugido da responsabilidade.
Havia adquirido um carinho enorme por aquele garoto, então o dia passou em segundos. Por um momento, havia esquecido dos problemas que se alastraram por toda minha cabeça. Me sentia jovem e sonhador, não que fosse mais velho que o moreno.
Tiramos várias fotos durante o passeio, fazendo questão de comer tudo o que tinha nas barraquinhas em que passamos em uma feirinha. Com certeza aquele dia fora um dia especial para mim, nunca ri tanto com as coisas que o garoto dizia, mesmo ficando envergonhado depois.
— Eu tomei minha decisão, hyung. - disse, enquanto olhávamos a vista da Torre Eiffel da varanda do quarto de Jungkook, enquanto tomávamos latinhas de cerveja naquela noite tão estrelada.
Olhei para si, em um pedido silencioso para que continuasse o que iria dizer. — Vou voltar amanhã e começar a me preparar para trabalhar na empresa. Quero orgulhar o meu pai e posso fazer as coisas que eu gosto também. Não vou deixar o que amo de lado, mas também quero ajudar do jeito que posso.
Ele olhou para mim, com os olhos brilhantes. Vi um garoto determinado naquela noite e foi impossível não o abraçar de felicidade.
— Fico muito feliz por você, Jungkook. - me afastei para olhar em seu rosto, sorrindo pequeno para si. - Sei que vai dar tudo certo.
— Obrigado, hyung. - ele se animou tanto, que depositou um rápido selar em meus lábios, mas se arrependeu no próximo segundo, notando no que havia feito. - Me desculpa Yoongi, foi sem quere/
Então eu selei nossos lábios novamente, pouco me importando no que aconteceria. Naquela situação atual, me sentia leve e carente, então ter o mesmo ali foi o suficiente para me entregar. Transamos no final daquela noite. E bem… foi bom para um sexo casual.
Acordei de madrugada com o mesmo me abraçando. Me sentia mal por fazer aquilo, mas era necessário. Me vesti em silêncio e deixei uma cartinha para si me despedindo em um post-it, para então ir para o meu quarto. Pela manhã, não o vi, já que fiz questão de pegar minhas coisas e ir embora. Torcia para que tudo desse certo para o mais novo. Passar o dia anterior com o mesmo havia me feito repensar sobre minhas ações. Eu não queria fugir mais.
Voltei para o meu lar naquele dia, determinado para reconstruir o hotel de minha mãe e fazê-la orgulhar de mim, mesmo que de longe. Estava decidido que iria estudar tudo que fosse para fazer um ótimo local para os turistas, junto da ajuda de meu padrasto e o jovem Seokjin, que eram a minha única família."
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Mamma Mia!
FanfictionMin Yoongi estava prestes a inaugurar o hotel que era o sonho de sua falecida mãe, só não esperava os homens de seus antigos relacionamentos aparecessem para tal evento. Ao decorrer da história ele tem que resolver assuntos pendentes com eles, reviv...