〖 xx/xx/xxxx - 21:00 h〗
Já é o terceiro dia após a inicialização do teste com a comida e uma semana desde o início dos testes, minha mão esquerda apresentou uma boa cicatrização desde o ocorrido com o vampiro, a casca que o ferimento gerou já está completamente seca, nas 47 horas passadas não cheguei a sentir algum sintoma de qualquer tipo de infecção ou transformação, e meus dentes continuam humanos, sem aparição de quaisquer caninos pontudos.
2. Vampiros não são capazes de transformar humanos com uma simples mordida.
Teoria que não poderá ser dada continuidade com um novo teste, é de grande risco realizar ele por, logicamente, ser necessário o envolvimento de um humano, pois o estado de vampirismo é observado apenas em humanos, este acontecimento não é possível em animais.
***
Eram 23:00 horas, e passei a analisar a gravação realizada nos dias anteriores, havia momentos em que ele parava de se mexer ou balbuciar, realmente aparentava... dormir.
, não que eu o tenha levado, mas este fato me deixa até intrigado, teoricamente um vampiro é um morto vivo, mortos vivos não deveriam ser capazes de dormir, ou até mesmo ir ao banheiro, os seus órgãos não deveriam ser capazes de funcionar. Mas se seus órgãos funcionam...
Seria possível ele ter algum vestígio de calor?
Terei que requisitar mais equipamentos para os testes, uma câmera ou um óculo infravermelho, ou poderia utilizar termômetro laser. Seria o suficiente para checar o calor, há rumores que são tão gelados quanto um morto, mas até mesmo humanos podem ter regiões específicas em uma temperatura baixa, no entanto não significa que a existência do calor não esteja presente. Pode soar bobo o rumo que os testes estão me guiando, o que pode comer, se dorme, mas são pequenas coisas que fazem a diferença.
Com estes pensamentos eu salvei o arquivo no computador esperando a impressão da nova página do documento que estava elaborando, eventualmente precisaria marcar uma reunião para esclarecer o que foi descoberto, quando a folha saiu da máquina, dei uma última olhada no monitor que exibia a câmera com foco no vampiro, ele parecia estar dormindo, logo eu também iria. Devo encontrar um nome para identificar ele melhor, vampiro é genérico, talvez... Henry, é, não é ruim.
***
Acordei.
Era manhã, mas o sol estava entrando muito forte pela minha janela, que estranho. Peguei meu celular.
Desligado, droga, eu precisava me comunicar com o meu chefe. Conectei o carregador no celular esperando ter um pouco de carga para poder então ligar, chega um momento na sua vida que nada te abala e mesmo em situações mais complicadas você a leva normalmente, por isso minha tranquilidade, também acredito que vá dar tudo certo se eu omitir algumas coisas. Assim que o celular liga eu vejo as ligações do chefe da empresa e eu retorno essa ligação.
— Douglas.
— Bom dia, senhor...
— Essa voz de sono, você por acaso acabou de acordar?
— Ahn... Sim, senhor, desculpe eu estive passando por algumas complicações em minha vida e me sinto bastante exausto, eu sei que é inconveniente, até mesmo considerando a hora, espero que possa reconsiderar, não irá ocorrer novamente.
— Esteja consciente de que você precisará repor.
— Ok, muito obrigado.
Desligamos apenas deixando o assunto ao ar. Não consegui dormir bem com os pensamentos de ontem à noite me incomodando, e agora eu penso se vampiros puderem comer, significa que também está vivo.
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A Noite do Sacrifício
RomanceErnest é um vampiro em busca da sua liberdade, achando que alcançaria seu final feliz se acabasse com sua vida, procurou um caçador que pudesse fazer o serviço. No entanto ele se vê preso novamente e lá conhece uma garota, a filha de um caçador, po...