The Syntax Of Things • Snarry fanfiction

Wisdom: Accommodating

Harry esfregou os olhos preguiçosamente. A luz da manhã penetrou no tecido fino das cortinas e encheu o quarto, fraca, mas suficiente para acordá-lo. Ele se espreguiçou e bocejou, rolando de bruços e coçando a nuca.

O relógio na mesa de cabeceira marcava oito horas. Era bem cedo, mas por mais familiarizado que estivesse com sua agenda de Hogwarts, ele não estava com vontade de dormir novamente. 

Depois de ter sobrevivido ao seu primeiro dia sob o mesmo teto com Snape, ele chegou à conclusão de que as coisas não eram tão ruins quanto ele imaginava. Depois de se instalar, Snape o deixou sozinho e passou a se trancar em seu quarto até a hora do jantar.

"Nós começaremos suas aulas amanhã," Snape o informou agora enquanto eles comiam. “Eu sugiro que você limpe sua mente antes de dormir e faça disso um hábito pelo resto do verão.”

Harry havia tentado, mas pensamentos aleatórios continuavam surgindo em sua mente, assim como em Hogwarts. Uma coisa que ele ficava imaginando era a decepção de Dudley ao perceber que Harry não voltaria para Surrey este ano. Sem Harry lá, Dudley não teria ninguém para torturar.

Ele sabia que tio Válter pelo menos ficaria feliz. Ele não teria mais motivos para gritar e berrar, e não teria que suportar a visão de corujas e varinhas onde deveria ser o segundo quarto de Dudley. Sem Harry, os Dursleys ficariam felizes em afirmar que estavam perfeitamente normais de novo, e tia Petúnia não precisaria mais cozinhar para uma pessoa extra também.

Pensando em comida, o estômago de Harry roncou. Depois de fazer sua rotina matinal, ele desceu silenciosamente para a cozinha, percebendo que Snape ainda não tinha acordado. A geladeira ainda estava vazia, então Harry se serviu de um pouco de água e subiu novamente.

Vasculhando seu baú, ele encontrou alguns biscoitos velhos que Hermione havia lhe dado uma semana atrás e começou a mastigar um enquanto vagava pela casa.

Ele empurrou a terceira porta da sala de estar - e a encontrou ainda trancada.

“ Alohomora ,” ele tentou.

Nenhuma coisa.

“ Dissédio”.

Nenhuma coisa.

Ele espiou pelo buraco da fechadura, mas estava muito escuro do outro lado para ver alguma coisa. Movendo-se para os livros, Harry pegou o grande volume e leu: Caçando Lobisomens.

Ele abriu uma página aleatória. 

Embora humano quando escondido do luar e entre os ciclos lunares, a espécie de lobisomem é considerada bastante diferente dos humanos. As emoções não podem ser experimentadas em toda a sua dimensão por bestas selvagens e outras criaturas mortais; continua sendo viável, porém, que essas emoções sejam excepcionalmente bem fingidas.

Harry fechou o livro irritado. Os próximos livros que ele abriu eram principalmente sobre poções, embora ele tenha encontrado um ou dois sobre história e psicologia também. Aqueles com títulos referentes à Magia Negra estavam em branco ou não podiam ser abertos.

Andando na ponta dos pés até o quarto de Snape, Harry lentamente girou a maçaneta e espiou. Snape estava dormindo de bruços, seu rosto escondido sob um grande travesseiro. Ele estava meio coberto com um edredom, sua camisola cinza puxada para cima para revelar uma perna peluda.