To Be a Fool: Retribution

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Ele não a tinha queimado, mas tinha esquecido que ainda a tinha.

Ocorreu-lhe que, para um olho observador, o lenço não era um pedaço de pano completamente irreconhecível. Ele a enterrou em uma camisa novamente e a enfiou no fundo de seu baú.

Deitando-se na cama, Harry fechou as cortinas com firmeza e saboreou a escuridão que o cercava. Ele inspirou. Inspirado.

Abrindo o estranho livro de Preparação Avançada de Poções que ele havia descoberto apenas algumas semanas atrás, ele lentamente arrastou os dedos sobre as anotações do Príncipe. A caligrafia era torta e impecável, escrita com a mesma tinta preta que havia riscado a maioria dos parágrafos originais do livro.

Franzindo as sobrancelhas, ele virou as páginas uma após a outra, procurando por pistas. Um nome. Um encontro. Algo. Ele perguntaria a Slughorn, se não estivesse com medo de tirar isso dele. Ele pediria a Dumbledore também, mas Dumbledore parecia determinado a não deixar um único minuto de suas reuniões ser desperdiçado. As memórias de Tom Riddle foram cruciais; Harry tinha que ver todos eles. Ele tinha que entendê-los todos.

"Você está acordado, cara?"

Harry piscou ao som da voz sonolenta de Ron. "Sim."

"Lendo aquela coisa de novo?"

"Ah."

"Eu estava pensando."

Prince. Imagens de cavaleiros com cavalos brancos surgiram na mente de Harry, e ele não pôde deixar de entreter a imagem mental de um príncipe real escondido em algum lugar do castelo. As páginas amareladas do livro indicavam que era velho, e Harry se perguntou se o Prince era alguém que ele conhecia, algum velho fantasma ou talvez alguém vivendo nas sombras da floresta, fora de vista por anos e anos, observando silenciosamente, esperando que alguém descubra sua preciosa cópia de Poções. Esperando que alguém o entendesse. Snape ou Remus saberiam alguma coisa sobre isso?

Dumbledore iria.

Mas Harry não podia perguntar. Não depois do que aconteceu com o diário de Tom Riddle. Eles o considerariam um tolo; ninguém poderia saber.

"Harry?"

"Sim", disse Harry distraidamente.

Era um apelido estranho para alguém ter. Tinha que ser alguém inteligente o suficiente para criar todos esses feitiços e poções. Alguém que, se ainda estivesse vivo, agora provavelmente era poderoso. E bonita também , Harry esperava. Ele riu baixinho para si mesmo. Aquela imagem de príncipe com o cavalo e tudo o que ficou em sua mente era realmente irritante.

"Se você não quer falar, é só dizer. Eu queria dizer algo importante, e não vou dizer se você não estiver ouvindo."

Harry suspirou. "O que foi, Rony?"

"Se você machucar Gina, eu vou te odiar."

Harry fechou o livro. Ele não abriu as cortinas.

"Eu não quero te odiar," Ron acrescentou em um sussurro, sua bravura se transformando em incerteza. Ele estava pensando muito, Harry percebeu. Longos silêncios não eram algo que Ron fazia. E se ele estava pensando nisso...

The Syntax Of Things • Snarry fanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora