1. Evangeline

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Aquela sensação da fumaça entrando no pulmão, matando sua saúde, te matando aos poucos. Essa sensação fazia eu me sentir viva.

Você pode me chamar de viciada, drogada, maconheira ou qualquer apelido envolvido com drogas, eu realmente não ligo.

- Terra pra Evangeline, alô? - Ironizou Lexi, me fazendo despertar dos meus pensamentos.

Lexi era minha amiga de infância, sempre fomos completamente diferentes. Lexi sempre foi a melhor da turma, nunca fumou ou bebeu, ela era a filha dos sonhos. Lexi tinha 18 e nunca tinha bebido, já eu tinha 17 e tinha história de décadas para contar.

- Você vai na festa hoje, né? - Questionei já sabendo que a reposta seria "não". Lexi nunca ia pra festas.

- Não. - Falou decidida. - E não adianta tentar me convencer Eva!

- Lexi!!! - Implorei fazendo uma careta manipuladora de filhote indefeso. - Por favor.

- Eu te amo, mas nem fudendo.

- Então eu vou sozinha! - Falei tragando o baseado que estava em minhas mãos.

- Não fica brava comigo. - Disse sorrindo - Da próxima vez, eu vou!

- Relaxa, amiga.

Fui para casa me arrumar, essa noite eu ia encher o cu de vodka. Fui para o banho, limpando um pouco das minhas "energias".

- Onde você vai Evangeline? - Questionou minha mãe entrando em meu quarto.

- Vou sair com meus amigos.

- E quem autorizou? - Ela ia começar seu show?

- Tá bom, posso ir mamãe? - Fiquei de joelhos - Melhor assim?

- Pode ir, filha. - Disse calmamente, em seguida saiu de meu quarto.

Como assim? Ela nunca deixava eu fazer absolutamente nada, desmaiava, gritava, me batia, se cortava, me ameaçava. Mas nunca me deixava sair, por isso eu saía escondido.

Algum tempo depois, eu estava totalmente pronta, meu vestido era preto e eu usava all star com meia arrastão. Quando eu terminei minha maquiagem já ouço o barulho de buzina, era minha carona.

- Oi, galerinha! - Digo animada entrando no carro que estavam também Fezco, Rue, Jules e o Ashtray. Rue e Jules tavam se pegando, mas enfim.

- Evangeline, como você está? - Debochou Ash, sabendo que eu odiava ser chamada assim.

- Cala boca gayzinho do caralho. - E ele odiava ser chamado de gayzinho.

Cumprimentei Fez e as namoradinhas, Rue só resmungou um "Oi", já Jules nem sequer me respondeu.

- Porra! - Gritei com força, chegando a tremer o carro. - Aumenta esse caralho.

No rádio tocava "Enchated" da Taylor swifite, minha favorita dela!

- Quem convidou ela?! - Ironizou Ash irritado, mas no fundo eu sabia que ele estava gostando daquilo.

- Sua mãe aquela gostosa. - Retruquei - Ah é, Você não tem.

Todos caíram na gargalhada logo em seguida.

- Porquê a Lexi não veio Eva? - Questionou Fez.

- Eu até a convidei, mas ela não quis vir. - Sua expressão parecia decepcionada. Fez e Lexi namoravam faziam 3 meses, todos estavam felizes por eles, menos Ash que tinha de aturar alguns barulhos da Lexi, quando ela dormia lá, palavras do mesmo.

Já havíamos chegado na festa, e até que a vibe tava boa. Me joguei na vodka, afinal, a noite é uma criança. Eu amava quebrar regras, adorava decepcionar minha mãe. Talvez fosse um vício, mas quem liga?

- É melhor não exagerar na dose, Eva - Ouvi a voz de Jules atŕas de mim, ela já parecia bêbada pra caralho, que exemplo ein.

Tocava "Vai embrazando" no som, e havia muita gente dançando e bebendo.

Fezco tava sozinho no sofá, com certeza pensando na namoradinha dele, Rue e Jules tavam trepando em algum lugar, e Ash estava vindo na minha direção.

- Bora ficar chapado? - Oferta irrecusável.

Fomos para fora, no lugar menos movimentado que tinha ali. Ele acendeu dois baseados, um para ele e outro para mim.

- Viva as drogas! - Exclamei meio bêbada tragando em seguida.

- Viva! - Exclamou fazendo o mesmo que eu.

- Sabe, antigamente eu ficava nervoso na sua presença - Revelou, me deixando intrigada

- E quem não acha? Perguntei ironizando - Mas por quê se sentia assim?

- Acho que era aquele lance que o Fez falou pra mim - Isso me deixou mais intrigada ainda.

- Prossiga...

- Aquela parada de você gostar de mim. - Porra, Fezco seu merdinha X9. Não era mentira, eu sempre tive uma quedinha no Ash, acho que ainda tenho. Mas eu não sabia que ele tinha descoberto, que ódio.

- Olha, isso é passado. - Tentei me defender - Sinceramente, não sei como eu fui gostar de você.

- É o meu charme.

- Oferecido.

- Verdadeiro. - Retrucou.

- Vai se foder, Ash.

- Só se for com você. - Brincou.

Eu realmente beijaria ele, ali e agora. Mas não é o momento, ou é? Eu estava chapada, e qualquer coisa eu poderia botar a culpa nisso, e talvez ele também queira me beijar, ou ele não queira. Eu sou uma palhaça, mas uma palhaça que está morrendo de vontade de beijar aquele garoto.

Me aproximo dele, beijando-o docemente. Ele diz que me ama e a gente se casa, nos mudamos para uma ilha e vivemos felizes para sempre, viva!

É claro que eu não beijaria ele, não agora.

- Vamos dançar? - Falo quebrando o clima, era melhor sair antes que eu realmente o beijasse.

O resto da noite foi perfeito. Nós dançamos, pulamos, bebemos e tudo que temos direito.

Era o último dia de férias, então aproveitamos para caralho. Até a ambulância chegar e acabar com a festa.

- Vamos pra casa, antes que chamem a polícia. - E assim foi feito, voltamos para casa, assim como tínhamos ido, mas agora estávamos totalmente bêbados.

- Beijinhos de luz, Evangeline - Falou Ashtray, se perdendo nas suas próprias palavras. - Estarei te esperando na minha suíte.

Ele riu da sua própria piada, ele estava muito bebâdo. E o que ele quis dizer? Isso era irrelevante, só queria minha cama.

NOTAS FINAIS

todos tem 18! Menos Ash e Evangeline, ambos tem 17.

Essa fic não romantiza drogas e muito menos bebidas. Mostra os dois lados.

Alguns possíveis gatilhos: Assédio, machismo, homofobia, agressão, overdose, mommy issues, daddy issues, bebidas e drogas.

Obrigada por ler, vote por favor💌

O segundo cap sai por volta de quinta/sexta.

Pray Evangeline - Ashtray, euphoria.Onde histórias criam vida. Descubra agora